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domingo, 3 de setembro de 2023

O Beijo Que Se Tornou Uma Arma Política


Há dias, a Espanha sagrou-se campeã mundial de futebol feminino, toda a Espanha celebrou em êxtase a vitória, e um único gesto, um beijo, um único beijo, consentido ou não, roubou os holofotes da festa para se tornar num acontecimento mediático que percorreu o mundo inteiro, durante vários dias não se falava de outra coisa, o Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol Rubiales beijara na boca a capitã da equipa auri-rubra, a tal ponto que já não interessava a Guerra na Ucrânia, os golpes de Estado em África a cobro do grupo Wagner, a morte de Perigozhin ou o processo judicial contra Donald Trump, foi apenas um beijo, que se tornou a coisa mais importante do mundo, como se de repente já não existisse mais nada de importante, apenas um beijo era tudo o que movia paixões e ódios.

O que ajudou a isto, foi a crise política espanhola, a Espanha que é actual Presidente da Europa, está praticamente sem governo, o impasse criado nas eleições de Julho não trouxeram maioria a nenhuma das principais forças políticas, e o actual Primeiro Ministro Pedro Sanchez do PSOE, tenta evitar que Alberto Nuñes Feijó forme governo, assim, o beijo foi aproveitado para incendiar o ambiente politico em Espanha, geraram-se manifestações de protesto contra Rubiales, no qual estiveram vários ministros socialistas, por outro lado foram feitas manifestações de apoio a Rubiales, dizendo que não ocorrer um assédio sexual como alguns defendem.

Eu pessoalmente não defendo Rubiales, mas não se viu a jogadora Jenni Hermoso a repudiar o beijo, pelo que terá abraçado Rubiales levantando-o do chão, e o beijo ainda que inesperado não suscitou um gesto de recusa, o que me dá a entender que não terá sido a primeira vez e que havia algum consentimento implícito, de modo que, parece-me estranho e forçoso transformar em crime de "agressão sexual" um gesto de afecto espontâneo num momento de euforia, ainda que inesperado. Ou seja, um erro está a levar a outro erro.

Rubiales é claramente um narcisista, com um ar de machista, aparente ser um tanto quanto arrogante e mal educado, pois aquela forma de levar as mãos aos genitais durante o jogo, de pegar a rapariga e levá-la aos ombros, são deploráveis e claramente mais graves do que um beijo; não sei até que ponto o beijo dado no calor da euforia pela vitória poderá ser razão para que se levante uma apaixonada campanha de condenação extrema ou até de criminalização por parte dos Média.
É importante que saibamos ver os factos com moderação e isenção, mas o que vejo é o oposto, parece-me que há muita Hipocrisia e uma inequívoca manipulação nesta campanha.

há uma clara manipulação da opinião pública por parte da imprensa em relação a este caso, que pode estar a ser instrumentalizado por interesses políticos pré-eleitorais em Espanha. O beijo ou a prepotência de Luis Rubiales não são nada comparativamente aos casos incógnitos de violência doméstica, violência de gênero, de violência nas relações laborais ou de abuso de poder dentro das empresas, e que muitas vezes permanece impune e as vítimas em silêncio. Eu condeno sim os agressores e os prepotentes, mas não deixo de analisar os factos com liberdade e isenção e não me permito ser manipulado pelos Média. Este caso atinge a demência colectiva pela histeria em torno de um caso que não merece a atenção que se está a dar.
E digo mais, Rubiales beijou apenas aquela jogadora Jenni Hermoso daquele modo e não tentou beijar outra? Foi claramente um acto irreflectido, um erro porque não mediu as consequências do seu ato, fê-lo na euforia da comemoração. Mas parece-me estranho, forçoso e igualmente irreflectida, a ideia de transformar em crime de agressão sexual um gesto de afecto espontâneo num momento de euforia entre duas pessoas que se conhecem, ainda que tenha sido um gesto inesperado, ou seja, um erro, que está a levar a outro erro maior por razões políticas. se fossem duas jogadoras a beijarem-se na boca, não haveria condenação nenhuma por parte dos Média. O que não podemos é cair nas ciladas de uma falsa democracia, do politicamente correcto, que condiciona os governos e agora também visa condicionar os tribunais. Pensem nisto.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 17 de dezembro de 2017

XIV - Quais as Principais Correntes Ideológicas?

As principais correntes ideológicas da atualidade não centram a sua atividade apenas na luta pela conquista do poder, mas procuram, primeiramente ou em simultâneo, influenciar na transformação social na defesa dos seus interesses.
No entanto, essa influência varia de acordo com o matiz ideológico presente na base de apoio, base essa que se encontra no interior do aparelho de cada partido, movimento ou sindicato, e independe da ideologia política, ou seja, deriva do pensamento filosófico-político ou de uma qualquer linha de pensamento político, económico, religioso, que esteja na génese das suas intenções políticas O modelo da práxis política na persecução dos seus objetivos é fundamentalmente o mesmo.
Posto isto, resta-nos concluir que há aqui uma vez mais a presença da dicotomia da Esquerda versus Direita, e essa fronteira é por vezes de difícil perceção, porque nada é estanque, já que se trata de um fenómeno que, além de ser político, é fundamentalmente social.
A grande maioria dos fundadores dos grandes movimentos eram líderes carismáticos, pessoas cultas com formação universitária, na sua maioria e em geral vindos da classe média, tinham um forte sentido de Estado e sentiam-se imbuídos de uma missão. Foi assim com Karl Marx, nascido numa família abastada, viveu apenas para os seus ideais e dedicando-se aos seus estudos sociológicos e ao sindicalismo socialista; foi assim também com Che Guevara, nascido na Argentina, formado em medicina, decidiu lutar pelos povos oprimidos da América, depois de ter vencido em Cuba, abandonou tudo para lutar e morrer assassinado na Bolívia. Mahatma Gandhi nasceu na Índia, estudou Direito em Londres e trabalhou como advogado na África do Sul, mas decidiu voltar à Índia e viver na máxima simplicidade para lutar pela independência da India, utilizando o método da Não-violência Ativa”;Luther King, Pastor evangélico, humanista e pacifista, defensor da NVA, foi um ativista negro na luta contra a discriminação racial nos EUA, morreu assassinado; outros tomaram caminhos radicais, quer pela loucura, quer pelo fanatismo, como foi o caso de Mussolini, Hitler, Sadam ou Khadafi, tendo cada um destes três Estadistas feito história pelo desfecho trágico dos seus governos e das suas vidas.
As principais correntes da atualidade surgiram na sua maioria no fim do século XIX e início do século XX. Somente as correntes mais periféricas no plano de influência política é que surgiram no século XX, como o ideal ecologista, o nazi-fascismo ou os fundamentalismos religiosos.
Das principais correntes ideológicas da atualidade, a maioria surgiu na Europa e nos Estados Unidos, sobretudo por serem o berço das principais correntes filosóficas, económicas e sociológicas, onde se viveu momentos históricos que influenciaram profundamente o surgimento de correntes ideológicas, como a Revolução Industrial em Inglaterra e o consequente surgimento do movimento socialista.
Há, todavia, diferenças profundas que convém salientar, como a diferença do comunismo na Rússia e na China, o primeiro foi baseado no operariado e na indústria, o segundo no campesinato liderado por Mao Tsé-Tung, acabando por fazer uma revolução dentro da revolução, denominada de Revolução Cultural.
O surgimento de uma corrente política é algo que emana da natureza da dinâmica social, conjugada com fenómenos económicos e de circunstâncias históricas que fazem que determinados grupos tenham de defender suas ideias por se sentirem em desvantagem social com os grupos que dominam o sistema socio-político-económico. Foi assim que determinadas circunstâncias permitiram e até empurraram a Alemanha do início do século XX para o regime nazi-fascista; isso nunca teria acontecido se não fossem tão humilhantes as condições impostas pelo Tratado de Versailles aos alemães vencidos no fim da I Guerra Mundial.
O mesmo pode-se dizer com relação ao surgimento da ideologia ambientalista, que é fruto da degradação ambiental por parte da produção industrial massiva e poluente, em prol de um capitalismo feroz e de uma sociedade excessivamente consumista, cujos danos são irreversíveis.
As razões que motivam o surgimento de uma corrente política não se limitam na conquista do poder e da sua manutenção, mas partem de pressupostos ideológicos de grupos específicos, quer seja pelas suas ideias, quer seja pela defesa das suas crenças, da origem étnica, classe social, ou meros interesses corporativos e económicos, ou ainda, de outra ordem, pretendem influenciar o poder para garantir mudanças, obter visibilidade e tornar-se um forte grupo de pressão para obter concessões e promover a mudança social. Foi o que aconteceu com os principais partidos sociais-democratas e socialistas na oposição, ou mesmo dos ecologistas e defensores dos direitos humanos, entre outros grupos, tais como os separatistas, que aqui e ali vão conseguindo maior autonomia para o seu país, seja na Catalunha, seja na Escócia, no Curdistão, entre outros.
À semelhança de capítulos anteriores, onde foram abordados os partidos políticos da esquerda à direita, agora faz-se imperativo fazê-lo aqui do mesmo modo, com o intuito de mostrar cada corrente ideológica pela sua posição e espectro político, pelo que abordaremos cada uma, dando uma pequena explicação das ideologias abaixo sublinhadas:
As principais correntes da atualidade.
Berlinguer precursor do Neocomunismo
Neocomunismo – Após a invasão soviética à antiga Checoslováquia, uma grande parte dos comunistas da Europa ocidental criticaram o stalinismo, mais tarde, após a invasão soviética ao Afeganistão fez-se uma cisão e criaram um novo comunismo, que se denominou de Eurocomunismo, pelo carisma do então líder comunista italiano do PCI, Enrico Berlinguer, que em 1980 rompeu com o Regime soviético e o stalinismo, foi seguido por outros líderes comunistas como Georges Marchais do PCF de França. Poucos partidos comunistas no ocidente mantêm-se fiéis à ortodoxia estalinista; um deles foi Álvaro Cunhal do PCP - Partido Comunista Português.
Posteriormente ao Eurocomunismo, e após a queda do Muro de Berlim, surgiu uma revisão em quase todos os partidos comunistas, a maior parte deles inclusive mudara de nome como o PCB do Brasil e o PCI de Itália, que passam respetivamente a ser o PPS - Partido Popular Socialista, liderado na altura por Roberto Freire, e o PDS - Partido Democrático dela Sinistra, o que gerou uma onda pela refundação comunista, mas que não surtiu efeito. O reformismo seguia em frente conquistando adeptos, e aqueles que, no entanto, não mudaram o nome, passaram claramente a atualizar a sua forma de atuação política e a adaptar o seu conteúdo ideológico e programático para uma nova realidade.
Os partidos comunistas que se mantiveram no poder como na China, Cuba e Vietname adaptaram-se à economia de mercado, aliás, a transformação da sociedade comunista chinesa, numa economia de mercado, deu-se sob a orientação de Deng Xiao Ping, que foi o grande timoneiro depois da morte de Mao Tsé-Tung em 1976; levou a China a reformas estruturais até envergar bem alto o sloganUm País, Um regime, Dois sistemas”; em 2016 veio assumir que a transição havia acabado e adota a economia de mercado, com a qual quer concorrer com o resto do mundo em condições de plena igualdade. Só a Coreia do Norte se mantém inalterada no seu conteúdo ideológico, contudo trata-se de um comunismo sui generis.
Neomarxismo – O marxismo, além de uma corrente política, é fruto de uma análise sociológica, que estuda a estrutura e a evolução das sociedades baseada na divisão das classes. O Neomarxismo é uma nova forma de ver o mesmo prisma sociológico e também político de forma atualizada à nova realidade global. Os políticos neomarxistas apoiam-se na análise da estrutura social atual que perpetua a divisão de classes; em outras palavras, trata-se da adaptação do marxismo para os novos tempos, ressurgindo como uma reação ao ruir dos ideais e pressupostos do socialismo marxista, sobretudo a ideia negativa que a experiência soviética revelou.
Feminismo – O Feminismo é uma corrente de luta pela emancipação das mulheres, que teve um grande impacto no século XIX, sobretudo no Reino Unido e nos Estados Unidos com o movimento das sufragistas, que lutavam pelo direito de voto, então vedado às mulheres. Paulatinamente, conquista após conquista, a luta pela igualdade de géneros faz-se necessária, já que atualmente a condição feminina varia de continente para continente. No ocidente há ainda muito da cultura vinda do patriarcado que precisa ser derrubada, nomeadamente a diferença salarial entre homens e mulheres para uma mesma atividade profissional, e a baixa percentagem das mulheres no topo da direção das empresas, sem falar na pequena percentagem das mulheres nos Parlamentos.
O feminismo assemelha-se a uma causa, mais que uma corrente política, até porque está presente no seio das diversas correntes. Faz-se necessário que assim seja, para que a luta pelos direitos não fique presa a uma corrente política, isso seria relegar o feminismo à luta pelo poder, e não é esse o objetivo, mas antes abraçar uma causa e combater a discriminação e a violência de género, de forma transversal a toda a sociedade.
Humanismo – O Novo Humanismo é um movimento surgido em 1967 na Argentina, fundado por Mário Rodriguez Cobos, o Silo, ou El negro, como o chamavam os seus correligionários. No cerne da ideologia humanista está a luta pela centralidade da pessoa humana em todas as áreas da atividade social, política e económica; isto quer dizer que, ao contrário do socialismo, que preconiza a primazia da sociedade sobre o individuo, ou do capitalismo, que preconiza a primazia do capital e dos bens de produção, o humanismo dá a primazia à pessoa humana. É, portanto, para a Pessoa Humana que se fazem os instrumentos sociais, políticos e económicos ao dispor das necessidades sentidas por todos. O contrário deste princípio reflete uma forma de escravização, fazendo com que as pessoas é que existam para dar sentido ao Capital, ou então que existem em função da sociedade. Em outras palavras, uma inversão de valores que não permite a dignidade humana em toda a sua plenitude.
O Movimento Humanista divide-se em várias organizações, entre elas o PH - Partido Humanista, que está presente em vários países do mundo, envergando a bandeira cor de laranja e tendo como logotipo a fita de Mobios ou o símbolo do infinito.
Socialismo Democrático – Corrente político-ideológica comummente designada por Social-democracia, que corresponde ao socialismo de cariz democrático, revisionista e republicano (à exceção dos trabalhistas britânicos, que aceitam a monarquia). O socialismo democrático pretende ascender ao poder pela via democrática, ao contrário dos comunistas. Os partidos socialistas, sociais-democratas e trabalhistas de vários países estão presentes na IS - Internacional Socialista, inclui ainda outros partidos com diferentes designações, defendendo o mesmo ideal. Portugal é representado pelo PS, o Brasil pelo PDT e Angola pelo MPLA.
Ao contrário dos comunistas, que defendiam a estatização da economia, e dos liberais que defendem a total privatização, os socialistas, sociais-democratas e trabalhistas defendem que determinados serviços devem permanecer na esfera estatal, seja com exclusividade, tais como a distribuição de água, eletricidade, gás, correios, entre outros, seja sem exclusividade, como os transportes públicos.
Ambientalismo – Corrente de esquerda denominada de Esquerda Alternativa, movimento Verde ou Nova Esquerda, que está presente em variadíssimos países, envolvendo um extenso leque heterogéneo de organizações ou iniciativas autónomas da sociedade civil. Abrangem diversos níveis de amplitude, tais como as que no campo político disputam eleições e se designam de Partidos Verdes. Tratam-se de um movimento ecológico de cariz anticapitalista, que preconiza uma filosofia de vida e um ideal político e económico baseados na sustentabilidade e no combate ao consumismo feroz. Segundo os ecologistas, esse comportamento está destinado a levar o planeta à sua autodestruição, pelo que intervêm propondo novos modelos de desenvolvimento sustentável.
Os movimentos ecológicos surgiram praticamente depois da II Guerra Mundial, mas historicamente, as teorias de Darwin contribuíram enormemente para que a humanidade percebesse que a evolução das espécies é resultado de os seres se adaptarem ao meio, e que, se o meio ambiente está a ser destruído, resta-nos perguntar que tipo de Ser Humano estará apto para viver num ambiente catastrófico e altamente poluído, ou melhor, será que sobreviveria?
Uma das grandes preocupações é, promover a ideia de que só com o recurso às energias renováveis será possível retardar a hecatombe ambiental. Hoje em dia cada vez mais se vê o enorme investimento que os governos estão a fazer para a obtenção de energia solar, eólica, entre outras.
Temas como a extinção das espécies animais, o degelo das calotas polares, os enormes desastres ambientais, entre outros, que têm sido largamente difundidos, permitem aos cidadãos associar esses fenómenos com a ação humana na biosfera, de forma a tomar partido e a adotar uma nova cultura ecológica.

Neoliberalismo – Corrente de pensamento político, que baseado nos ideais liberais, pretende o total afastamento do Estado nos assuntos económicos, ou por outras palavras defende a ideia de que quanto menor for a interferência do Estado nos assuntos económicos de um País, tanto maior será o grau de desenvolvimento económico e social.
Esta ideologia político-económica, pretende a total descentralização dos serviços, desde correios, bancos, transportes públicos, companhias de distribuição de água, energia e gás, serviços hospitalares entre outros, que passam para as mãos do setor privado, ou segundo setor, aliviando a pesada carga orçamental do Estado.  O principal argumento é que, ao buscar lucro o empresário ofereceria ao cliente final melhores serviços públicos que o próprio Estado.
O ideal neoliberal foi largamente adotado pelos governos de Margaret Thatcher no Reino Unido e por Ronald Reagan nos Estados Unidos da América, baseado nas teorias economicistas neoliberais dos economistas Friedemann e Hayeck. Esse pensamento estendeu-se a outros países e hoje é a batuta da matriz político-económica e financeira da União Europeia.
Democracia-cristã e Conservadorismo – Quanto à Democracia Cristã, trata-se de uma corrente política presente fundamentalmente em países de grande tradição católica, tem um forte teor ideológico que mistura o conservadorismo por um lado e a promoção de maior justiça social por outro, reivindicando assim a equidistância entre a direita clássica e a esquerda. O termo teria surgido em França no fim do Século XVIII, mas a origem dos modernos partidos democratas-cristãos surgiu no fim do Século XIX, sob influência dos valores da Doutrina Social da Igreja e da Encíclica Papal, Rerum Novarum de Leão XIII. Posteriormente ressurge com força na Itália do pós-guerra, devido à crescente popularidade do comunismo na vida política italiana de então, somando-se o facto de a direita clássica ser conotada com o fascismo de Benito Mussolini.  Isso fez com que a corrente democrata-cristã se fortalecesse, sobressaindo-se Aldo Moro, como um dos grandes lideres democratas cristãos, que foi por várias vezes Primeiro-ministro. Em 1978 chocou o mundo, ao ser sequestrado e morto pelas Brigadas Vermelhas, grupo terrorista de cariz Marxista-Leninista que com esse ato exigia a libertação de presos políticos. Todavia aqui há uma lição: o Poder não negocia jamais mediante chantagens, e por isso, Moro sabia que iria morrer
Atualmente a Democracia-Cristã tem vindo a adotar nova designação, como por exemplo os democratas-cristãos de Espanha que adotaram o nome de Partido Popular (PP), algo semelhante em Portugal com o CDS/PP. Observe-se, entretanto, que existiu desde 1974 um Partido da Democracia Cristã (PDC), fundado pelo Almirante Pinheiro de Azevedo, que fora impedido de concorrer às eleições constitucionais de 1975, no período revolucionário que se viveu em Portugal. Nessa época, os partidos de direita foram conotados com o fascismo salazarista e as sedes, tanto do CDS como do PDC, foram vandalizadas em várias localidades do país. Noutros países da Europa, a Internacional Democracia-Cristã, também adotou nova designação: Internacional Democracia Centrista (IDC).
Como já referimos antes, o Centro é mais um mero discurso do que propriamente dito uma posição política, visto que os partidos ou tendem para a esquerda ou para a direita, no momento de tomar decisões políticas. Aqui o termo centrista é uma alusão à equidistância ideológica inicial da DC italiana face aos partidos marxistas como o PCI e ao nazi-fascismo.
Normalmente as posições da DC são de centro-direita no que concerne às políticas económicas, e podem ser de centro-esquerda no que concerne às políticas sociais, devido a defenderem o cunho ideológico do humanismo-cristão; hoje em dia os democratas cristãos ou populares estão cada vez mais vinculados com a direita ou centro-direita de cariz neoliberal, de modo que há no fundo uma simbiose entre estas duas correntes, sendo que o que sobressai é o conservadorismo.
O Conservadorismo é portanto, uma corrente política que está a reerguer-se, sobretudo depois da queda do comunismo soviético e da transformação da economia chinesa numa economia de mercado, fazendo com que a direita seja vista com outros olhos, os olhos em volta do aparente pragmatismo, que é o que os conservadores preconizam, conservando o status quo, de forma a manter o fundamental e inovar nos aspectos que se prendem com o funcionamento dos mercados.
Nacionalismo – Esta corrente é a que defende ainda com unhas e dentes, o imperativo do Estado Nação com uma forte autoridade política, tendo ressurgido após a dissolução da antiga URSS e da Jugoslávia em 1991. Muitos movimentos separatistas têm-se fortalecido neste ideal, não se tratando meramente de direita visto que há nacionalismos de esquerda como é o caso do Nacionalismo catalão, basco, galego, corso, entre outros.
O sentimento de pertencer a uma nação é tão ou mais forte do que o sentimento religioso. O exemplo vivo disso é o resultado do ódio entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte ou Ulster, não pela religião em si, mas antes pela origem étnica, os protestantes representam os ocupantes ingleses e os católicos o povo autóctone que quer a independência dentro da República da Irlanda.  Ou seja, à primeira vista parece ser uma causa religiosa, no entanto aqui a religião recebe a influência do fenómeno político, uma vez que ser católico é uma forma de posicionamento político perante a ocupação britânica.
Ao contrário temos os indianos e os paquistaneses, que têm a mesma origem étnica e nacional do Indostão, no entanto a divisão religiosa entre hindus e muçulmanos, fez com que se dividissem em dois países, tendo sido criado o Paquistão, e assim surgindo o conflito que dura até aos dias de hoje e faz-se sentir na disputa de um território, a Província da Caxemira.
Portanto o que pesa aqui é o conceito de Nação que abordaremos na parte III no capítulo 30, e veremos que há diferentes conceitos de Nação, até porque há nações sem Estado ou nações divididas em vários Estados como o Curdistão, ou ainda Estados com mais de uma nação como a Espanha e o Reino Unido.
Neonazismo e Neofascismo – Têm tido cada vez mais visibilidade mediática, nomeadamente pelo crescimento das suas fileiras, como consequência do sentimento de insegurança pela perda da identidade cultural e unidade nacional com o aumento de imigrantes e refugiados de povos africanos e asiáticos de religião muçulmana em vários países da Europa como a Bélgica, Holanda, Reino Unido e Alemanha. Paralelamente ao ressurgimento de movimentos neonazistas de cariz racista e xenófobo, tem-se sentido o aumento de ataques antissemitas em toda a Europa.
Fundamentalismo islâmico – Corrente político-religiosa que se sobrepôs ao Pan-arabismo e ao Nacionalismo árabe, visto que estes movimentos não preconizavam uma sociedade religiosa, mas sim laica, tal como Ataturk na Turquia, ou ainda o egípcio Gamal Abdel Nasser. O fundamentalismo islâmico tem estado em voga, desde a invasão do Afeganistão pela URSS em 1979 e da guerra que se desencadeou para libertar o país, com a ajuda dos Estados Unidos da América aos guerrilheiros de diferentes forças paramilitares, denominados de os “Senhores da Guerra”, o que acabou por ajudar a instalar no poder os talibans, grupo ultrarradical do islão, de cariz antiocidental; O Regime Taliban tornou o Afeganistão no país mais atrasado do mundo, onde os meios de comunicação social foram praticamente extintos, só funcionando a radiodifusão como forma a divulgar músicas religiosas e a chamada para a oração; além disso, as mulheres tornaram-se nas maiores vitimas do regime, sendo tratadas como mero objeto, e uma vez viúvas, encontravam-se na mais avassaladora situação de vulnerabilidade social, sem qualquer tipo de apoio.
No meio deste caos, surge o líder Osama Bin Laden, da corrente religiosa dos Wahabitas, a ala mais radical do islamismo sunita da Arábia Saudita. Seu objetivo era atacar a cultura ocidental em todos os países de maioria muçulmana como foram os atentados na Etiópia, Somália, Arábia Saudita, entre outros.
As Guerras do Iraque, como consequência, despoletaram o aumento crescente do sentimento antiocidental no mundo árabe, sobretudo pela falta de habilidade política do governo de George W. Bush ao classificar os países islâmicos mais radicais como o “Eixo do Mal”, criando uma dicotomia perigosa e aumentando o sentimento antimuçulmano na Europa e nos Estados Unidos da América. O resultado foi uma onda de atentados nunca antes vista, sobretudo na Europa Ocidental, atingindo a França com pesados atentados que praticamente destruíram a imagem política do Presidente François Hollande e acabaram por dar grande popularidade a Marine Le Pen, da Frente Nacional de Extrema-direita que disputou o segundo-turno nas eleições presidenciais francesas.
 As eleições Presidenciais de 2017 em França foram Sui generis, pois pela primeira vez, os Catch All Parties, não disputaram o poder, tendo saído vitorioso o candidato independente Emmanuel Macron do movimento France En Marche, que se intitula de centro, contudo, o tempo irá provar que o centro não existe, mas esse golpe de marketing venceu o fundamentalismo nacionalista de Le Pen e da Extrema-direita.
O fundamentalismo visa, portanto, a radicalização da política, de cariz antidemocrático e teocrático, pretende impor a lei da Shária em detrimento da lei civil, tal como fez no Afeganistão. O expoente máximo do radicalismo islâmico ocorreu precisamente entre o norte do Iraque e da Síria, onde foi criado o Estado Islâmico, de forma cruel sem precedentes contra as comunidades cristãs, como as igrejas siríaca, melquita, maronita e até contra outros muçulmanos da corrente xiita ou de etnia curda.
Curiosamente a Comunidade Internacional demorou para intervir, gerando como consequência o maior surto de refugiados jamais visto, só na Jordânia, há um campo com mais de um milhão de refugiados sírios, sem falar dos que morreram nos naufrágios ocorridos no Mar Mediterrâneo.
A Guerra Civil da Síria é aliás o caso mais paradigmático da variedade política entre o passado e o presente do mundo árabe, o Partido Socialista Baath de Bashar Al-Assad, que está no poder na Síria que é o espelho do que foi a grande corrente do nacionalismo árabe, aparenta ideologicamente, que tenha sido inspirado no nacional-socialismo e do pangermanismo, a ideia do pan-arabismo e a criação do partido nos mesmos moldes do nacional-socialismo alemão, pelo que foram a base de sustentação do poderio ditatorial na Síria, Iraque e Líbia. As outras correntes são os diversos movimentos guerrilheiros fundamentalistas, como o Estado Islâmico, ou ainda a Jihad Islâmica e a Irmandade Muçulmana que pretendem impedir a democratização dos países árabes, bem como destruir a democracia ocidental.
Novas Tendências Políticas – As gerações mais novas, tanto nos EUA e na Europa, que lutaram contra o Nazismo, ou ainda no Brasil do pós-Abertura, como em Portugal no pós-25 de abril, ou ainda as novas gerações espanhola e latino americana, não chegaram a viver o tempo dos caudilhos e nem o esforço da luta pela liberdade e a democratização, épocas em que se formavam líderes carismáticos, tempos em que muitos dos que lutavam por liberdade eram presos, torturados, exilados e em muitos casos também mortos.
Essa falta de contacto das novas gerações, no que toca ao custo-benefício da liberdade, somando-se ao desgaste da democracia causado por uma dicotomia gémea entre centro-esquerda e centro-direita, cujas diferenças centram-se mais no discurso do que na prática das políticas adotadas, sendo mais liberais de uns e menos de outros, ou ainda pelo desgaste da corrupção em detrimento do bem-estar social e o acúmulo da interdependência dos países aos Blocos Económicos e às regras uniformistas da OMC, levam a que surjam como seria de prever, novas tendências políticas, que não se prendem a ideais ambíguos, pelo contrário, lutam por novos paradigmas sob a luz do pragmatismo, nomeadamente numa época marcada pela globalização da cultura e a internacionalização da economia e da informação.
Dessas novas tendências, que extrapolam o campo da política, surgem das lutas pela liberdade e os direitos fundamentais das minorias, tais como as minorias étnicas, a luta contra o racismo, ou ainda os movimentos como LGBT, movimentos cívicos em defesa dos animais, associações em defesa da liberdade religiosa, entre outros.
Recentemente surgiu na Europa uma nova geração de partidos políticos, nomeadamente em Espanha, como o Podemosdefensor de uma “Nova Esquerda” e também o Ciudadanos, de centro direita, defensor de uma corrente que se confunde com o Pragmatismo e o Pós-Modernismo político, ambos são claramente uma nova geração de partidos e movimentos alternativos e contestatários das políticas adotadas pelos partidos tradicionais da alternância do poder.
Principais tipos de ideologias
Ø  Ideologias Conservadoras
o   Visam manter o Status Quo
Ø  Ideologias Reformistas ou Progressistas
o   Promovem mudanças que visam a evolução.
Ø  Ideologias Reacionárias
o   Ultraconservadores reagem às mudanças
Ø  Ideologias Progressistas ou Alternativas
o   Visam intervir no processo decisório, podendo manter-se na oposição.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Identidade de Género


A diferença de género
A visão, a cultura e a prática em diferentes sociedades, sobre a identidade de género, a maneira como a Mulher foi tratada de forma diferenciada e que tem vindo a mudar de
época para época, de país para país e de cultura para cultura, e que em tempos idos até a ciência esteve ao serviço da cultura tentando provar que a Mulher é inferior ao Homem.
O Autor colocou-se de forma isenta, mas conseguiu ver com clareza a realidade histórica em que a Mulher foi subjugada e vista como inferior ao homem. Mas identifica também que com a evolução tecnológica, social e económica ao longo do tempo tem vindo a contribuir para a emancipação da Mulher e do seu lugar pleno na sociedade.
Ideias principais do Artigo
A visão da sociedade burguesa, encarava o trabalho feminino com um extremo preconceito, onde era visto que a mulher trabalhava por causa da incapacidade de o homem conseguir sustentar a família, e era tido como sinal de pobreza.
Algo totalmente diferente dos dias de hoje, em que a grande maioria das mulheres trabalha, não apenas porque precise, mas porque acida de tudo quer conquistar o seu lugar na sociedade, associado à sociedade moderna e consumista (Lipovtsky, 2000).
Pode-se dizer por outras palavras que a ascensão do capitalismo veio beneficiar a mulher na sua conquista do espaço de trabalho em sociedade, novas leis tiveram que ser feitas, sobretudo às trabalhadoras gestantes, licença de maternidade, licença especial de período de aleitamento, subsídios, etc. direitos conquistados no Pós Guerra e com a ascensão do capitalismo na Europa Ocidental e em particular nos EUA, ávidos por vingar o seu modelo político e económico contra a URSS, que no entanto também liberou o mundo do trabalho às mulheres, mas onde a liberdade obviamente não era o objectivo do sistema comunista, tanto homens como mulheres foram vistos de igual forma para a exploração pelo Regime soviético, regime esse que era exercido esmagadoramente por homens. Provando que a visão sociológica Marxista da família e do género feminino não havia sido tida em conta pelo socialismo totalitário estalinista. maoista ou trotskista, mas diga-se de passagem na China foi muito pior.
Mas as mudanças sociais e económicas que permitem a evolução e conquista da Mulher no espaço social não foi sem uma mudança estrutural da família, que antes era alargada e agora passa a ser do tipo nuclear, muitos casais optaram por ter um ou dois filhos, no máximo, e mesmo assim casa-se e tem-se filhos cada vez mais tarde. Porque? Justamente é a consequência de todas essas mudanças. (Silva, Amazonas, Vieira 2010.
Conceitos abordados
Opressão do género feminino ao longo da história, por questões culturais, religiosas, económicas políticas e sociais que têm vindo gradativamente a mudar até aos nossos dias; Génese do movimento feminista
A emancipação feminina começaria gradualmente a partir da Revolução francesa; e tem vindo a conquistar a igualdade de género com a ascensão do capitalismo e da sociedade de consumo; (Silva, Amazonas, Vieira 2010) 
Comentário Critico ao artigo
O tema abordado neste texto, também é relevante por tratar de algo que para o Serviço Social é bastante pertinente, a "Exclusão Social", e de facto é disto que se trata, não apenas de uma diferenciação pura e simples do género feminino, mas por ser feminino ser relegado para a margem da sociedade em especial no que se refere à actividade económica e produtiva na sociedade. E porque é que falo de económica e produtividade? Porque há a produção em sociedade para além do económico, temos o caso da cultura, das ideias, da religiosidade que funciona como um todo.
Aliás aqui gostaria de salientar algo visível, na religião a Mulher é muito mais religiosa que o Homem, no entanto a sua atividade dentro das instituições religiosas, só agora começou a mudar, na ICAR – Igreja Católica Apostólica Romana não podem aceder ao sacerdócio, nem ao diaconato, lembremo-nos que se trata de uma instituição de 2000 anos, que quem no fundo a fundou foram em grande parte as mulheres, mas que quem dirigia eram homens. (Talvez aqui tenhamos a resposta da religião ter sido tão mal usada para fins políticos e militares). (FL)
Ana Esgaio indica no livro "Política Social e Sociologia" no capítulo de "Trabalho Novas competências e Integração Social / Desigualdades do Acesso ao Mercado de Trabalho" página 430 que a principal causa de exclusão social no mercado de trabalho é
a diferença de género, é a principal razão, ultrapassa o segundo factor de exclusão que é a idade, logo a identidade de género está relacionada à exclusão social.
Uma das razões terá a ver com a possibilidade de as mulheres virem a ser mães ou até de terem mais de um filho, visto como factor contraproducente para o empregador.
Outro factor será a monoparentalidade feminina, algo que é derivado da diversidade de situações culturais, sociais e económicas, tem vindo a ser visto como um factor de risco especialmente para as mulheres nesta situação, que é vista por sociólogos como uma potencial causadora da pobreza, visto a situação de um único progenitor (Mãe) sustentar sozinha a família tendo sempre em risco o seu trabalho (muitas vezes precário) pelo simples facto de ser mulher e ter filhos a cargo, sem falar no preconceito daí advindo (Maria J. Núncio 2010).
Concluindo a critica, diria que foram as mudanças tecnológica e económica que geraram por sua vez a evolução e cultural e social e a globalização, que concederam gradativamente à Mulher o seu espaço na sociedade, no trabalho e também na política a partir claro da sua luta e resistência contra o “Status Quo”.
Ao estudarmos os indígenas do Brasil, comos os Carajá, temos a ideia das mulheres que juntas cuidam da mesma maloca comunitária e das crianças todas ao mesmo tempo, onde a palavra menino e filho é uma e a mesma palavra, temos do outro lado o homem caçador e guerreiro defensor da aldeia, numa sociedade primitiva, mas que tinha nessa divisão não a opressão nem a inferioridade de género, mas da simples distribuição de tarefas dentro da comunidade. Nas comunidades indígenas o homem não se sentia dono da sua mulher, o adultério não era considerado um crime, a mulher tinha liberdade sobre o seu corpo, não há nos índios o sentimento de posse, as crianças eram filhos de todos e até a habitação era partilhada, bem como a alimentação vinda da caça. Posso aferir aqui que a sociedade indígena tinha uma visão sã da identidade de género, que foi adulterada na sociedade ocidental onde a mulher foi colocada num lugar secundário, tornada propriedade do seu marido. (Manuel L. Filho 1999)
Não pode-se esquecer a influencia que a luta das mulheres teve nos movimentos de resistência democrática contra os regimes fascistas em Portugal, Espanha e América latina, como as “Madres de La Plaza de Mayo” que não se vergaram ao Regime Militar de Videla na Argentina, por cá foi a literatura com “Novas Cartas Portuguesas” das chamadas três Marias, ultrapassou fronteiras e chegou a ser censurada pelo regime de Marcello Caetano, mas com os cravos vermelhos em Portugal foi feita a seguir ao 25 de Abril, a Comissão para a Condição de Igualdade Feminina, fundado o MDM Movimento Democrático das Mulheres, o UMAR ligado à UDP e o Partido Socialista teve um núcleo importante e autónomo denominado MS Mulheres Socialistas, o movimento feminista cresceu e se fortaleceu entre avanços e recuos ao longo destes anos. (Infopédia 2010)
Tem-se vindo a observar uma grande melhoria na maneira como o poder político vê a importância da participação das mulheres hoje, em Espanha o governo está dividido em 50% de homens e mulheres, é a Lei da Paridade, não se pode conceber um regime dito democrático que não pratique a igualdade de género. Mulheres em todo o mundo tem vindo a ocupar altos cargos empresariais e políticos nunca antes se vira igual.
Mas há muito ainda para se conquistar, pois não se pode falar de vitórias quando se fala do ocidente apenas, não temos o direito de esquecer as mulheres e crianças que em muitos lugares do mundo são privados da sua dignidade e direitos fundamentais, pois enquanto houver uma única mulher que seja condenada por lapidação no Irão, mostra-nos o quanto ainda falta.

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Referências Bibliograficas: 

1º) Silva, T. C. M. da; Amazonas, M. C. Lopes; Vieira, Luciana L. F. (2010) Família, Trabalho e Identidades de Género; Psicologia em Estudo, Maringá, V. 15 n.º 1 P 151-159, Janeiro -Março.
2º) Esgaio, Ana (2010) "Política Social e Sociologia" - Trabalho: Novas Competências e Integração Social / Desigualdades do Acesso ao Mercado de Trabalho" pág.430.
           3º) Filho, Manuel Ferreira Lima (1999) Os Carajás – Universidade Católica de Goiás. 
MDM Movimento Democrático de Mulheres: http://www.mdm.org.pt


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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