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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Passos Coelho: "O Syriza é um Conto de Crianças"


As declarações do PM, não promovem um diálogo de consenso
O Que o Primeiro Ministro português Passos Coelho finge não entender, nas declarações que fez ontem à imprensa, sobre a vitória do Syriza, é que não é à custa de uma grave crise social, com desemprego, miséria, e falências, que se paga a divida, é com crescimento económico, e é com gente de coragem no governo para exigir o melhor para o seu país e o seu povo, na construção de projetos de futuro.

Não é com "sangue, suor e lágrimas", como diria Churchil, que se constrói a Europa das nações, nem com salários em atraso, falências, destruição dos serviços de saúde e educação, emigração massiva de jovens universitários, suicídios entre outras misérias, que são a consequência das políticas da Troika, e que estão nas entrelinhas do programa de governo PSD-PP, para pagar uma divida externa, que visou fundamentalmente salvar a banca e as suas falências fraudulentas, até porque os desequilíbrios financeiros, dos países como Portugal, foram feitos pelos políticos não pelo povo.

Entramos na UE para quê? Portugal hoje é mais pobre, o Estado ficou descapitalizado, vendeu tudo, o povo está endividado no futuro até à terceira ou quarta geração. Para quê estes sacrifícios?

Não entenderam nada do que os gregos disseram nas Urnas, o que está errado não é ser de esquerda ou de direita, o que está errado, é a inversão de valores, de políticas económicas europeias cada vez menos solidárias.

Entrar para a CEE, e permanecer na Europa, tem que valer a pena para as suas gentes, caso contrário valerá apenas para uma minoria de gente rica e poderosa que escraviza mais de 507 milhões de europeus, acorrentados a dividas e orçamentos financeiros, para satisfazer a voracidade Neo-liberal à custa do empobrecimento dos países mais pobres do sul da Europa, com a conivência dos seus governos.

Custa a engolir aos neo-liberais, que a Grécia tenha agora um governo grego para os gregos, tal como afirmou o jornal Público.

Não é aos desempregados, nem aos reformados ou pensionistas com baixos rendimentos, ou aos trabalhadores com salários em atraso, aos trabalhadores que ganham um ordenado mínimo que mal dá para comer, nem aos licenciados cuja oportunidade é na maioria das vezes emigrar, não é a nós o Povo que a vitória do Syriza ou a crise grega mete medo.

O que nos mete medo, e o que nos envergonha é a cumplicidade de políticos que fazem do nosso país, uma nação Pária dentro da Europa

Por Filipe de Freitas Leal




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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Syriza: "A Grécia Virou Uma Página na Europa"


A União Europeia prepara-se para negociar com Alexis Tsipras e o Syriza
Após o resultado obtido, e o discurso de vitória, Tsipras afirma, que a Grécia virou uma página na Europa", será o primeiro ministro, com o qual a Europa terá de negociar, no entanto, sem a maioria absoluta, terá que negociar com os partidos da oposição, o que faz com que o programa de governo nasça mais dessas negociações, do que do programa eleitoral votado no pleito de hoje.

Não acho normal o Primeiro-Ministro português não comentar absolutamente nada sobre a vitória do Syriza nas eleições gregas, porque até pelo protocolo é presumível que Passos Coelho tenha que enviar um comunicado de congratulações a Alexis Tsipras que será o seu homologo grego.

Era espectável que todos os partidos à esquerda se identificassem com esta vitória, uns mais que outros, e que evidenciassem a consequência da austeridade sem crescimento que troika causou na vida económica e social grega, mas também portuguesa, bem como o fracasso do liberalismo, visível na crise social, que é um verdadeiro Iceberg.

A teoria de uma Europa a duas velocidades, faz cada vez mais sentido, e antes tarde que nunca é importante que se tenham em conta as assimetrias dos países do sul da Europa, com os países do Norte.

Por Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

O Impasse Grego, da Europa e do Euro


A UE fez um ultimado ao Syriza, "Não aceitamos alterações!"
Atenas, 25 de janeiro de 2015, dia de eleições legislativas, prevendo-se à boca das urnas, uma vitória do partido esquerdista Syriza - Coligação da Esquerda Radical, que inclui um total de 12 partidos e movimentos políticos de várias correntes da esquerda, uma espécie de BE Bloco de Esquerda português, ou do Podemos de Espanha, e que vem lançar novos dados no jogo político económico europeu, e um impasse sobre o que se irá passar caso o partido tenha maioria absoluta, tendo até às 20h00 de hoje, uma margem de 38% do total de votos.

A União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e a Chanceler Angela Merkel, fizeram à ultima hora, um ultimato a quem vencer as eleições, quer seja o Syriza, quer seja a Nova Democracia, não haverá mudanças aos acordos sobre a divida, Ângela Merkel chegou a afirmar que se a Grécia quiser deixar a zona euro, ou a UE poderá fazê-lo, o que não implica alterar contudo os acordos com a troika; pelo que o Syriza clarificou a posição de se manter tanto na UE, como no euro, ou ainda na OTAN.

O líder do Syriza, Alexis Tsipras, ao que tudo indica, será indigitado o novo primeiro ministro grego, terá um trabalho árduo, que lhe caberá doravante, e não lhe é nada fácil, primeiramente pela tarefa de reerguer a economia grega, sobretudo quando há a necessidade de corrigir e aperfeiçoar o sistema tributário para evitar a fuga aos impostos, que é uma tradição na Grécia, que foi uma forma de desobediência  civil dos gregos à dominação otomana, tudo isso junto, com a pressão de uma população empobrecida pela asfixia da economia grega, vendo no líder da esquerda, como um Messias Helénico, tudo isto leva-nos a crer que a Troika e as politicas da UE Falharam porque não tiveram em conta o interesse do bem comum e dos povos dos países membros, castigando-os com o desemprego, o desastre económico e uma grave crise social, que divide a Europa entre o Norte e o Sul.

O Parlamento grego, saído destas eleições será um parlamento alterado, não apenas na percentagem que cada partido tem, mas fundamentalmente na sua composição, os resultados das sondagens à boca das urnas são os seguintes:

Syriza - Coligação da Esquerda Radical, 36,86% (150 cadeiras)
Nova Democracia, 28,34% (76 cadeiras)
Aurora Dourada, 6.38% (17 cadeiras)
To Potami (O Rio), 5,83% (16 cadeiras)
KKE - Partido Comunista Grego, 5,41% (15 cadeiras)
Pasok - Partido Socialista Grego, 4,81% (13 cadeiras)
ANEL - Partido dos Gregos Independentes, 4,69% (13 cadeiras)
Kinima - Movimento dos Socialistas Democráticos, 2% (não elegeu deputados)





Por Filipe de Freitas Leal

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