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domingo, 24 de novembro de 2024

Lista de Partidos Políticos dos EUA

Comummente, imagina-se que nos Estados Unidos há o bipartidarismo, ou seja, um sistema político onde só existem dois partidos políticos, os Democratas e os Republicanos, mas esta ideia é falsa, na medida em que na terra do Tio Sam, criar um partido é fácil e inclusive além de partidos nacionais, há os partidos Estaduais e os locais, tanto de um só Estado como de um só Condado (que é equivalente a um município), portanto, o que existe nos Estados Unidos não é o Bipartidarismo, mas sim, algo que em Ciência Política denomina-se por pluripartidarismo com 'Bipolarização', este termo significa que apenas dois partidos dominam a cena política a nível nacional.O Bipartidarismo é um sistema que foi usado no Brasil durante o Regime Militar de 1964 a1982, onde só podiam existir dois partidos políticos, um do governo ARENA e outro, o MDB que agregava toda a oposição. Na história da democracia dos EUA nunca existiu tal sistema.

Embora os dois principais partidos sejam o Partido Democrata e o Partido Republicano (respectivamente Democratic Party e Republican Party em inglês) há muitos outros partidos no universo do pluripartidarismo americanos, todavia devido à bipolarização, costumou-se dar uma conotação de Esquerda aos Democratas e de Direita aos Republicanos, todavia, apesar de uma maior conotação dos democratas com os direitos humanos e civis, a verdade é que ambos os partidos têm a mesma visão e doutrina política no campo da política internacional e do liberalismo económico. A diferença entre ambos é mais sentida na diferença do discurso. Para além dos dois principais partidos, vamos mostrar alguns dos mais notórios a nível nacional. 
Em 1792 fora fundado por Thomas Jefferson o Partido Democrata-Republicano (DRP), que se defenia como um partido progressista, defendia a República Federalista como sistema de governo, o liberalismo e os valores da Liberdade expressos Constituição Americana, o DRP era o partido que se opunha ao Partido Federalista (FP) fundado em 1777 por Alexander Hamilton. Mais tarde o DRP acaba e dá lugar ao actual Partido Democrata.
Posto isto, é difícil dizer ao certo quantos partidos políticos há nos Estados Unidos da América hoje, porque criam-se partidos e extinguem-se partidos constantemente, segundo a Ballotpedia, em junho de 2024, havia 53 partidos políticos qualificados para votação a nível nacional, além destes, há outros 235 partidos apenas a nível estadual.
RP - Republican Party (Partido Republicano
), é apelidado de Grand Old Party GOP,  partido conotado com a Direita, foi fundado em 1854 por abolicionistas, modernistas e na sequência do desaparecimento dos partidos Whig Party e Free Soil Party; defende o conservadorismo, o neoliberalismo. Nas últimas eleições o partido obteve uma grande vitória, com a maioria no colegio eleitoral e a reeleição de Trump, a maioria no Senado e no Congresso.
DP - Democratic Party (Partido Democrata) partido conotado com o Centro Esquerda, foi fundado em 1828, na sequencia do desaparecimento do DRP, o partido é portanto o mais antigo do mundo, como organização político-partidária, tendo sido fundado por Jaime Harrinson, e tem como bandeiras ideológicas o liberalismo americano, o ideal social-liberal. Actualmente tem sido acusado pela ala conservadora de promover a agenda Wokista.
LP - Libertarian Party (Partido Libertário)
, partido de Direita, fundado em 1971 e defende a não interferência do Estado nas questões económicas, defende um capitalismo laissez-faire, e o menorquismo, ou seja, a limitação do tamanho e das funções do aparelho do Estado. O Libertarianismo tem concorrido a todas as eleições nos últimos anos, e o seu crescimento influenciou uma parte do eleitorado republicano a defender esta corrente.
GPUS - Green Party of The United Sates (Partido Verde dos Estados Unidos)
, é um partido populista de Esquerda, fundado em 2001, actualmente o partido é liderado por Jill Stein, que foi candidata a Presidente e tem angariado a atenção dos média sobre as questões ambientais, o ecossocialismo, a não violência, a agenda LGBTQ e a igualdade de género. O partido tem sido uma dor de cabeça para os democratas, na medida em que lhes retiram votos que poderiam ter mudado o resulado das eleições.
CP - Constitution Party (Partido da Constituição)
, partido ultra-conservador de Direita Radical, fundado em 1990, como de U.S. Taxpayers Party (partido dos pagantes de impostos) e mudou para o nome actual em 1999, defende o isolacionismo dos EUA, cristianismo de direita, pretende introduzir na Leis dos Estados Unidos os valores bíblicos, defendem o ultra-conservadorismo, baseado nos princípios dos Pais fundadores da América.
FP - Forward Party (Partido Avante) 
define-se de Centro, fundado em 2020 por Andrew Yang, candidato democrata às primárias em 2020, juntamente com independentes; não tem acesso ao boletim de voto em todos os Estados, algo que só poderá ocorrer a partir de 2025. Defendem o reformismo politico partidário e o fim da Bipolarização e uma maior descentralização, em 2022 o Serve America Movement passou a integrar o novo partido.  
SPUSA - Socialist Party of USA (Partido Socialista dos EUA) Partido de Esquerda, fundado em 1973 pela saida de divergentes do antigo SPA que virou ao centro, o SPUSA defende o socialismo democrático, a democracia participativa, o anticapitalismo hegemónico, defende causas humanitárias, ecológicas, direitos humanos e a defesa dos interesses da classe trabalhadora contra o crescente libertarianismo nos EUA. Aparece nos boletins de voto de 11 Estados e os respectivos condados. 
PSL - Party for Socialism and Liberation (Partido para o Socialismo e a Liberdade) foi fundado em 2004 a partir de uma cisão do antigo WWP World Workers Party, apesar do nome, o PSL tem uma visão Marxista-Leinista e Comunista, é um partido conservador de
 Extrema-esquerda é um partido que defende o fim do liberalismo económico, e a construção de uma sociedade igualitária. Aparece no boletim de voto de apenas dois Estados.

CPUSA - Comunist Party of USA (Partido Comunista dos EUA) partido fundado
 em 1919 C. E. Ruthenberg e Alfred Wagenknecht devido a uma cisão no SPA, os fundadores do CPUSA foram os que optaram pela via revolucionária para chegar ao socialismo, são hoje um partido conservador de Extrema-Esquerda, além do ideal esquerdista, o CPUSA defende Bill of Rights Socialism.
DSA - Democratic Socialists of America (Socialistas Democratas da América) É um partido de Esquerda de corrente ambientalista ou ecossocialista, foi fundado em 1982, pelo social-democrata Michael Harrington, que não aceitou a viragem à direita do PSA, o DSA é hoje a maior organização socialista dos Estados Unidos, o partido tem correntes neomarxistas, sociais democratas, trabalhistas anti-neoliberal e defende a agenda identitária e woke. É membro da IS Internacional Socialista, todavia, não aparece no boletim de voto em todos os Estados Americanos.
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

sábado, 20 de outubro de 2018

Brasil - Da Crise à Decadência da Democracia

As eleições no Brasil, foram uma surpresa não tanto pelos resultados do escrutínio (pois já eram esperados), mas sim, pelo modo como a campanha foi realizada. Obviamente não se trata de algo que passe despercebido à comunidade Internacional e à imprensa mundial, mas ao analisarmos o resultado deixando de lado as paixões ideológicas e as simpatias políticas, torna-se possível entender que deve-se calmamente fazer um rescaldo deste Primeiro Turno da Eleição Presidencial no Brasil.

Antes de mais, a ascensão de um candidato declaradamente conservador e de extrema-direita no seio de um partido minúsculo, o qual foi guindado a ser agora a segunda força política no Parlamento ou seja o novo segundo maior partido do pais com 1 deputado em 2014, passa a ter 52 deputados eleitos em 2018; algo que dá o que pensar, pois é preciso saber se se trata de um bom marketing político, ou pelo contrário não será o sinal de desgaste da classe política assolada primeiro por escândalos de corrupção e em segundo pela crise que gerou falências e um saldo de 13 milhões de desempregados, mas também poderá ser o resultado do esvaziamento ideológico que a erosão do tempo deixou na mente das pessoas, à exceção claro, do Partido dos Trabalhadores.

Em grande medida, o que se passou foi a conjugação de diversos fatores e situações que, entre elas levaram ao desgaste da imagem dos candidatos tradicionais, mas sobretudo porque houve dois tipos de candidatos e dois modos de fazer campanha, assim, à direita está Bolsonaro um político populista com um discurso radical e incómodo, que nos seus discursos coloca-se ao lado dos populares prometendo armas para toda a população. Do outro temos o candidato do PT o Partidos dos Trabalhadores, que na verdade agiu sempre como um anticandidato, servindo como um candidato que foi a mera sombra de Lula da Silva, que o nomeou como seu Delfim  a partir do cárcere na prisão em Curitiba.

O PT teve uma campanha focada na vitimização de um Impeachement que foi golpe ou da prisão de Lula da Silva, que serviu de mote de campanha, voltando-se para dentro, para o seu eleitorado, não dialogou à esquerda e ao centro achando-se o único partido capaz e merecedor de ser o salvador do Brasil, dando espaço a que o Salvador da Pátria estivesse no lado oposto.

Houve outros fatores interessantes que levaram Bolsonaro a ser o favorito, em primeiro lugar, porque todas as forças políticas focaram nele a sua campanha, mas também pela marketing negativo que foi o #ELENÃO, que serviu para dar força aos descontentes, que são a massa de eleitores de baixa escolaridade e pouco esclarecidos em política, mas que sentem-se traídos pelo regime político que saiu da Constituição de 1988, os "deserdados" ou simplesmente a horda de descontentes, decide votar precisamente nos candidatos que os outros partidos combatem, ou seja quanto maior é o ataque a Bolsonaro mais intenção de votos tem e mais forte fica sua campanha, este fator é fundamentalmente provocado pela campanha do PT, que tem sido das mais fracas até hoje, no sentido da estratégia e táticas, nem os milhares de dólares que recebeu do governo do Irão, chegaram para evitar o descalabro do PT e a decadência da democracia.

Por tudo isto, podemos aferir que quem ajudou a eleger Bolsonaro foi o PT, por falta de visão, por falta de estratégia e por um marketing político ultrapassado, quando a campanha do candidato do PSL, foi praticamente feita como a do Presidente Trump, ou seja, nas redes sociais como o Twitter. Mas o tiro no pé, foi quando Fernando Haddad do PT subiu no mesmo palanque com o Presidente Temer que foi dar-lhe oficialmente o seu apoio pessoal e institucional do MDB.

Resta saber o que será a governança de Bolsonaro, que políticos escolherá para formar a sua equipa e que políticas irão ser tomadas, é cedo para dizer que a democracia acabou ou que uma ditadura vem a caminho tal como ocorreu na Turquia, é preciso ter primeiramente em conta que sem um Golpe de Estado isso não será possível no Brasil, em segundo que no Parlamento não terá apoio suficiente para fazer mudanças nesse sentido e por último, lembremo-nos que o Brasil não é a Turquia nem a Venezuela.

Autor: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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