Se fossem tijolos
os meus sentimentos
Erguia as paredes
de uma mansão,
Alegre, ampla,
colorida, em flor.
E se fossem telhas
meus pensamentos
Abrigava ternamente
no coração,
Casas, jardins,
crianças e amor.
Mas sentimentos não são assim, não
Não são tijolos,
nem casas, nem flor
Não constroem
muros, talvez ilusões.
Pensamentos não são
como telhas, não
Não me dão abrigo,
nem fulgor,
São só um
suavíssimo sopro de sensações.
Sentimentos nascem sem ter motivo,
E crescem alimentados
de pensamentos,
Teimosamente
ternos, ilhados em dor.
Mas embriagados na
alegria do cativo,
Que preso ao
sentimento, diz lamentos,
Não querendo amar,
ama o seu amor.
Se sentimentos fossem certezas,
Não teria duvidas
algumas que viver
Seria insensivelmente
desprezível
Por saber que não
te poderia ter
Se pensamentos
fossem duvidas,
Não duvidava nunca,
que o amor
Seria
inevitavelmente impossível,
Por não saber que
te amava.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.