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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Síria - A Queda de Bashar Al Assad


Na Síria, a população celebrou nas ruas de Damasco e de forma efusiva, o fim de uma ditadura de mais de cinco décadas. O regime sírio do Partido Socialista Baath e do Presidente Bashar Al Assad caiu, obrigando Assad a abandonar o Poder e fugir de avião no domingo dia 8 de dezembro, este facto é para os seus adversários e inimigos uma boa noticia, mas não para os seus aliados principais a Rússia de Putin que perde um aliado na região, e para o Irão dos Ayatollás, porque a queda de Assad estanca o fornecimento de armas para as organizações terroristas como o Hezbollah e o Hamas, e corta a ligação aos seus próxis, além de ter a imagem do regime afetada.

A incursão dos rebeldes que se uniram numa grande aliança militar para derrubar o Regime de Assad, teve de certeza intervenção externa, aviões estadunidenses foram visto a sobrevoar o Leste da Síria, e isso explica que só com apoio os rebeldes terão tido condições de em tempo recorde avançar sobre Damasco, fazendo rendições das tropas do Regime em todas as grandes cidades, alguns quarteis e postos da policia jã estavam totalmente desocupados quando os rebeldes chegaram. E após a queda de Damasco, os rebeldes anunciaram que "doravante há uma Síria Livre (de Assad) e que os exilados e refugiados podem regressar porque a Nova Síria os espera".

Israel e a Turquia são os principais beneficiários da derrocada da ditadura da despótica família Assad, que estava no poder desde 1970. O Enfraquecimento do Irão beneficia o combate de Israel contra o Hamas e o Hezbollah, a Turquia beneficia porque viu-se livre de um adversário de longa data, mas os Estados Unidos ganham em toda a linha na medida em que destronaram a Rússia das suas posições no Médio Oriente, surgem no entanto, novas dúvidas quanto ao futuro. Ou seja, até quando este cenário da saída de Bashar Al Assad será motivo para celebrar, ou antes, a entrada num novo capitulo de guerras infindáveis.

Quem são os vários grupos que se uniram para derrubar Assad, quem poderá garantir a paz e um governo de transição, e que garantias há para as minorias étnicas e sobretudo a minoria de cristãos assírios ou mesmo a população xiita da Síria face ao novo poder sunita?; Ou seja, a verdade sobre a resposta a estas perguntas é a incerteza, pois levanta-se um veu que nos esconde o futuro em relação à paz ou à guerra naquele país já de si muito castigado por uma guerra civil que se iniciou em 2011 e continuou até aos dias de hoje. É grande o receio de que haverá mais uma vez uma nova fase da guerra sangrenta para que se clarifique quem governará a Síria e em que moldes. 

Poe outras palavras, os benefícios da vitória dos rebeldes tendem a ser efêmeros, e uma guerra civil no vazio do poder pode ser o que faltava para acabar de incendiar o Médio Oriente e alastrar o conflito a outras zonas. Esperemos que não, mas os EUA e Israel poderão ter que fazer o serviço de limpeza envolvendo-se no conflito para apoiar o grupo que melhor satisfaça os seus interesses geoestratégicos contra a Rússia e o Irão, e até que ponto, estes não irão também eles apoiar um grupo e envolver-se no conflito?

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 18 de outubro de 2015

Aylan Kurdi Símboliza Uma Tragédia Humanitária

Ainda permanece o preconceito de certas pessoas contra os refugiados Sírios, algo que é contranatura e que ofende a sensibilidade de qualquer pessoa de boa vontade, os refugiados não estão a ir em direção à Europa porque querem, mas porque não têm outra alternativa, se no seu país encontram a fome a doença e a morte, na Europa dita cristã, encontram muitos preconceitos, não apenas de populares mal informados, ou (mal formados), mas também de Estados como a Hungria que permitiu que soldados disparem contra refugiados em caso destes provocarem desordem.

Resisti por muito tempo a colocar neste blog qualquer fotografia alusiva ao menino sírio, que veio a morrer no Mar Mediterrâneo, evitei por respeito mas também para não seguir o ruído informacional em volta do assunto, mas passado esse tempo, acho que é bom que a sua memória simbolize o sofrimento de todo um povo.

Na Europa tem se vindo a encontrar enormes resistências por parte de alguma população face aos refugiados, além disso muitas pessoas não compreendem porque é que os refugiados arriscam-se a morrer no mar, em vez de marchar para outros países do mundo árabe, opiniões muitas vezes alimentadas por uma péssima comunicação social, que pouco informam.

Para compreendermos o porquê de táo arriscada empresa, a de vir para a Europa, é preciso ter o conhecimento dos seguintes dados:
1 - Se os refugiados sírios, (alguns deles cristãos que fogem da perseguição religiosa) marchassem para sul em direção à Jordânia, já não encontraria o mesma capacidade de acolhimento do inicio do conflito armado, pois a Jordânia já acolhe mais de 1 milhão de refugiados.
2 - Se marchassem para Norte, Leste ou o sudoeste em direção às fronteiras da Turquia, e Iraque encontrariam precisamente as forças militares de que fogem.
3 - A única saída é por via marítima  e obviamente em direção aos países europeus mais perto, como o Chipre e a Grécia.

O conflito armado na Síria iniciou-se com a Primavera Árabe, mas escalonou pra o inferno sírio de uma tamanha violência sanguinária e uma destruição que já não se via desde o fim da II Guerra Mundial, envolve muitas forças militares e paramilitares, das quais se formam três alianças:
A) - Os Lealista ao regime de Bashar Al Assad, apoiados pelo Irão e a Russia, recebendo armas do Iraque, Bielorrussia e da Coreia do Norte.
B) - Os revoltosos da Coligação Nacional Síria (CNS), apoiados pelos EUA, França, Turquia, Líbia, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e a vizinha Jordânia.
C) O Estado Islâmico que por sua vez é consequência da mais desastrosa politica externa estadunidense e europeia no mundo árabe. O EI (ISIS ou ISIL) é motivado pelo ódio ocidental e anti-cristão e anti-judaico, que surge da humilhação sofrida pelos sunitas iraquianos após décadas de invasões e bloqueios económicos ao seu país.

Por isso para mim, Aylan Kurdi, o menino sírio de Etnia curda, que morreu afogado a caminho de um refugio para sobreviver, é o símbolo não apenas da Crise Humanitária que se vive, mas de uma civilização que estão a morrer os seus valores, de liberdade, igualdade e sobretudo de fraternidade dando lugar ao mais puro egoísmo

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 3 de outubro de 2015

Cartoon # 21 - O Urso Russo Intervém na Síria


Dia 30 de setembro iniciaram-se os ataques aéreos da Russia em solo sírio, para atacar os jihadistas do ISIS, contudo o objetivo de Putin e da Rússia é a manutenção do governo de Bashar El Assad, a intervenção Russa vem alterar o xadrez político militar na região e poderá ser decisiva para o fim das hostilidades.

O autor do Cartoon é Carlos Latuff  de Sousa, um cartonista e blogger brasileiro, que afirma no seu blog que "a função do cartoonista é violentar", querendo dizer com isso, que o objetivo é fazer pensar, inquietar e despertar a nossa consciência.  
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 30 de agosto de 2015

Fugir da Guerra Para Morrer no Coração da Europa.

Fugir à guerra da Síria e encontrar a morte na Europa, é de todo o que menos se espera quando se está cheio de esperança, quando se acredita que se seja acolhido dentro dos valores da Liberdade, Igualdade e da Fraternidade, valores esses que surgiram da Revolução Francesa, que é o maior legado deixado pela Europa ao mundo.

Algo vai mal, não é apenas a guerra, não são apenas as crises económicas, sociais, nem apenas a fome no mundo, mas sim já passou a ser uma questão moral e de valores, algo vai mal nos valores civilizacionais, ou seria melhor dizer, que o que se passa é que algo vai mal, porque faltam esses valores.

Acima de tudo, algo vai mal, quando refugiados da guerra e vitimas de uma crise humanitária, são denominados de imigrantes, pior, é que o acesso a um campo de refugiados, se faça a atravessar fronteiras como se estivessem a cometer um crime.

Soma-se a tudo isto, a descoordenação dos políticos europeus, a ganancia de criminosos que recebem dinheiro para fazer chegar à Europa pessoas que viajam sem as mínimas condições, de tal modo que na Áustria foi encontrado um camião abandonado, tendo sido encontrado no seu interior cinquenta pessoas mortas por asfixia, vitimas do tráfico humano, alguns poderão ter pago mais de 3.000 dólares para acabarem por morrer às portas da liberdade e da Paz.


Mas o erro não está no outro lado do mundo, onde há guerra e fome, o erro está no centro da Europa, num continente cada vez mais entrincheirado, o qual os refugiados pensam que mesmo não havendo fartura, haja ao menos solidariedade, solidariedade essa que subjaz no cristianismo e nos valores da democracia, e há de facto muita gente solidária, mas não há solidariedade suficiente do ponto de vista político, sobretudo que 70 anos após a II Guerra Mundial, os Direitos Humanos estejam a ser violados de forma brutal como os arames farpados na Hungria para impedir a entrada dos refugiados.

O que é preciso fazer quanto aos refugiados, é proporcionar-lhe a dignidade com o acolhimento, dando-lhes condições de ao menos chegarem vivos a um campo de refugiados onde haja, abrigo, agasalhos, alimentação e todo o tipo possível de apoio médico e psicológico.

Quanto aos imigrantes ilegais que vem para à Grécia ou a Itália, vindos de África e da Ásia, o importante é saber o que se pode fazer para que as pessoas possam ficar livres e felizes dentro dos seus países  trata-se de cooperação com vista ao Desenvolvimento Comunitário, a que os povos têm direito e a que os Estados devem tentar chegar a um consenso.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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