Caiu na
Assembleia da República, após 11 dias de existência, o governo PSD-CDS/PP de
Passos Coelho, foi o XX.º Governo Constitucional de Portugal, e a queda
inevitável e já anunciada, transformou este no mais curto da história da III
República Portuguesa.
A queda do governo de direita era já previsível, tendo sido anunciada logo no dia 4 de outubro, como consequência do resultado
inconclusivo nas eleições legislativas, nas quais quem tem a maioria
absoluta dos assentos parlamentares, não é um partido mas uma
corrente política, a esquerda; Quanto aos resultados partidários, curiosamente o PS foi o
mais votado a nível nacional, mas foi o PSD que obteve o maior numero de mandatos, devido ao
sistema de círculos nominais do sistema de hondt.
Primeiro foi a votação do Programa do governo que foi rejeitado, por fim foi
votada a moção de censura contra o governo, proposta pelo PS, que obteve 123
votos a favor, vindos das bancadas do PS, BE, PCP, PEV e PAN, e 107 votos
contra do PSD e CDS, automaticamente o governo cai, e agora está de novo nas
mãos de Cavaco Silva decidir se nomeará Costa para formar governo ou opta por
deixar este governo com funções limitadas.
Contudo, Cavado Silva, poderia ter evitado o atual cenário da morte anunciada de um governo que nem chegou a nascer, isto, caso tivesse nomeado António Costa logo de inicio, e assim o presidente evitaria a perda de tempo e o impasse que o país vive, além de ter contribuído para dividir os portugueses, apoiado por setores conservadores e de alguma imprensa, que tentam minar a opinião publica contra a alternativa de um governo de esquerda.
Cavaco deveria ter sido um presidente sensato e capaz de transformar esta crise política num normal acontecimento do sistema parlamentarista, e contribuido assim para que o cidadão comum encare com naturalidade ao invés de medo, o que se passa, fazendo-o encarar com normalidade do funcionamento exequível do sistema parlamentarista e que está expresso na constituição em vigor.