Por ser precisamente o Dia Internacional da População, abordamos aqui o envelhecimento na atualidade do ponto de vista demográfico.
Envelhecer hoje em dia é muito diferente do que há duas ou três décadas atrás,
não apenas por uma nova visão sobre de idosos pelas novas gerações, mas por
exemplo o é pelos fenómenos demográficos atuais.
Há um lado positivo nisto, que é sobre as condições de vida, que tem vindo a melhorar desde o final da II Guerra Mundial, e também devido ao desenvolvimento da medicina num permanente combate contra as doenças, e isto equacionado, gerou um envelhecimento populacional, passando a haver cada vez mais pessoas acima dos 65 anos, observando-se um crescimento exponencial das faixas etárias mais elevadas.
Então temo hoje um novo mundo, com uma nova economia, de olhos postos nos idosos que passaram a ser um nicho de mercado, para o qual se desenvolveram produtos específicos, serviços e um novo modo de vida, o envelhecimento ativo, com uma terceira idade mais culta, mais confiante, e mais atuante que os antigos idosos.
Outro
ponto é que este fenómeno aconteceu pela primeira vez na Europa, o dito "elho continente" ou velho mundo, ou por outras palavras, foi um fenómeno localizado, tendo havido o envelhecimento populacional no topo e na base, ou seja, isso acontequa quando se dá simultaneamente o aumento da longevidade, a queda do índice de mortalidade nos idosos, conjugado com o decréscimo da taxa de natalidade, visto que a tendencia é que cada casal tenha menos filhos que as gerações anteriores, modificando a estrutura da pirâmide demográfica de uma dada população, inicialmente na Europa, hoje trata-se de um fenómeno global, que consigo trás também desvantagens ou mais precisamente problemas relacionados aos fatores demográficos.
Países pouco desenvolvidos tem uma população muito jovem, mas há medida que vão se desenvolvendo e no qual as condições de vida melhoram, tende a haver uma alteração similar à que houve na Europa, e isso está a acontecer em países como o Brasil, entre outros países em desenvolvimento, passando a ser hoje um problema global.
Uma das consequencias deste fenómeno é precisamente a sustentabiidade dos serviços de Proteção Social por parte do Estado, no que toca ao apoio na doença, na velhice, no desemprego e no pagamento das pensões dos aposentados / reformados, porque há cada vez menos trabalhadores para contribuir com os seus impostos, e há cada vez mais idosos a aposentarem-se e a necessitar receber as pensões pelas quais esperaram uma vida tendo contribuindo para os aposentados / reformados do seu tempo.
Na
minha opinião, esta é no entanto uma nova tarefa para os políticos, os economistas e os sociólogos para
encontrar uma nova solução sustentável através de políticas económicas e
sociais viáveis de acordo com este novo mundo, e de uma nova forma de conviver e participar ativamente numa sociedade intergeracional.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.