quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Quando a Judeia passou a chamar-se Palestina?

Quando e Porquê é que a Judeia passou a chamar-se Palestina?

Fora no ano 135 por ordem do Imperador Adriano. Mas tudo começara no ano 66 quando deu-se inicio a Primeira Grande Revolta Judaica, à semelhança do que séculos mais recuados havia acontecido contra a dominação grega, a revolta culmina na vitória dos romanos no ano 70 EC (da Era Comum) e transformou-se numa catástrofe de proporções inimagináveis, para além do número elevado de mortos no confronto, fora também destruído o Segundo Templo de Jerusalém e os seus despojos foram saqueados e levados para parte incerta, além de que no ano 73 EC os romanos conquistam Massada, onde já só encontraram familias e soldados mortos.
Houve uma segunda e terceira grande revolta judaica, a ultima de Bar Kokba, no ano 132 a 135, culmina em várias mortes, e na crucificação de mais de 2500 judeus pregados em cruzes espalhadas pelas avenidas e estradas (Vias romanas), Jerusalém fora destruída, feita terraplanagem com os seus escombros e reconstruída como uma nova cidade com o nome de Élia Capitolina, toda a antiga Jerusalém, da Época de Herodes, Jesus ou Hillel, desaparecera para sempre.
Não satisfeitos com a vitória, os romanos impuseram uma severa humilhação aos judeus, mudaram o nome de Judeia (a terra dos judeus) para Palestina (em árabe Falastin), Palestina deriva de Filisteia, a terra dos filisteus, antigo povo já extinto, que teria vivido em Canaã há altura de Moisés, como os filisteus tinham sido os maiores inimigos de Israel, mudar o nome para Palestina era retirar o direito aos judeus de viverem na sua própria terra.
Além de anular o nome de Judeia, os romanos impuseram a Diáspora forçada, expulsando a esmagadora maioria dos judeus da sua própria terra, espalhando-os por todo o império romano, estando a maioria em Roma, diáspora essa que durou perto de 1900 anos. Até à Independência face ao Mandato Britânico em 1948.
Portanto, não foi a Palestina que passou a chamar-se Israel, mas sim, a Judeia, a terra dos judeus que passou a ser denominada de Palestina, terra de um povo que já nem existia.

Autor Filipe de Freitas Leal com a colaboração do Rabbi Shlomo Pereira

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 3 de setembro de 2023

O Beijo Que Se Tornou Uma Arma Política


Há dias, a Espanha sagrou-se campeã mundial de futebol feminino, toda a Espanha celebrou em êxtase a vitória, e um único gesto, um beijo, um único beijo, consentido ou não, roubou os holofotes da festa para se tornar num acontecimento mediático que percorreu o mundo inteiro, durante vários dias não se falava de outra coisa, o Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol Rubiales beijara na boca a capitã da equipa auri-rubra, a tal ponto que já não interessava a Guerra na Ucrânia, os golpes de Estado em África a cobro do grupo Wagner, a morte de Perigozhin ou o processo judicial contra Donald Trump, foi apenas um beijo, que se tornou a coisa mais importante do mundo, como se de repente já não existisse mais nada de importante, apenas um beijo era tudo o que movia paixões e ódios.

O que ajudou a isto, foi a crise política espanhola, a Espanha que é actual Presidente da Europa, está praticamente sem governo, o impasse criado nas eleições de Julho não trouxeram maioria a nenhuma das principais forças políticas, e o actual Primeiro Ministro Pedro Sanchez do PSOE, tenta evitar que Alberto Nuñes Feijó forme governo, assim, o beijo foi aproveitado para incendiar o ambiente politico em Espanha, geraram-se manifestações de protesto contra Rubiales, no qual estiveram vários ministros socialistas, por outro lado foram feitas manifestações de apoio a Rubiales, dizendo que não ocorrer um assédio sexual como alguns defendem.

Eu pessoalmente não defendo Rubiales, mas não se viu a jogadora Jenni Hermoso a repudiar o beijo, pelo que terá abraçado Rubiales levantando-o do chão, e o beijo ainda que inesperado não suscitou um gesto de recusa, o que me dá a entender que não terá sido a primeira vez e que havia algum consentimento implícito, de modo que, parece-me estranho e forçoso transformar em crime de "agressão sexual" um gesto de afecto espontâneo num momento de euforia, ainda que inesperado. Ou seja, um erro está a levar a outro erro.

Rubiales é claramente um narcisista, com um ar de machista, aparente ser um tanto quanto arrogante e mal educado, pois aquela forma de levar as mãos aos genitais durante o jogo, de pegar a rapariga e levá-la aos ombros, são deploráveis e claramente mais graves do que um beijo; não sei até que ponto o beijo dado no calor da euforia pela vitória poderá ser razão para que se levante uma apaixonada campanha de condenação extrema ou até de criminalização por parte dos Média.
É importante que saibamos ver os factos com moderação e isenção, mas o que vejo é o oposto, parece-me que há muita Hipocrisia e uma inequívoca manipulação nesta campanha.

há uma clara manipulação da opinião pública por parte da imprensa em relação a este caso, que pode estar a ser instrumentalizado por interesses políticos pré-eleitorais em Espanha. O beijo ou a prepotência de Luis Rubiales não são nada comparativamente aos casos incógnitos de violência doméstica, violência de gênero, de violência nas relações laborais ou de abuso de poder dentro das empresas, e que muitas vezes permanece impune e as vítimas em silêncio. Eu condeno sim os agressores e os prepotentes, mas não deixo de analisar os factos com liberdade e isenção e não me permito ser manipulado pelos Média. Este caso atinge a demência colectiva pela histeria em torno de um caso que não merece a atenção que se está a dar.
E digo mais, Rubiales beijou apenas aquela jogadora Jenni Hermoso daquele modo e não tentou beijar outra? Foi claramente um acto irreflectido, um erro porque não mediu as consequências do seu ato, fê-lo na euforia da comemoração. Mas parece-me estranho, forçoso e igualmente irreflectida, a ideia de transformar em crime de agressão sexual um gesto de afecto espontâneo num momento de euforia entre duas pessoas que se conhecem, ainda que tenha sido um gesto inesperado, ou seja, um erro, que está a levar a outro erro maior por razões políticas. se fossem duas jogadoras a beijarem-se na boca, não haveria condenação nenhuma por parte dos Média. O que não podemos é cair nas ciladas de uma falsa democracia, do politicamente correcto, que condiciona os governos e agora também visa condicionar os tribunais. Pensem nisto.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

 
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