O Ódio é uma forma de loucura, tal como o Amor quando nos
apaixonamos, a diferença é que o primeiro é a escuridão e mata, o segundo é a
Luz e dá-nos vida. Não importa qual a razão que está patente no ódio, se é que poderá haver
alguma razão lógica, (creio sinceramente, que não).
Também para amar, não há razões, e quando se ama, não se olha
a quem, ama-se tão naturalmente como se respira. No entanto, ao contrário, o ódio não é algo natural na pessoa humana, não há
razões naturais para o ódio, visto que é um produto, algo que se aprende, é
ensinado e, em alguns casos, imposto. O ódio ofende, magoa, agride, fere e
mata. Não há rótulos nem categorias que o possam definir.
Se rotularmos o ódio-antissemita de Nazismo, então, qualquer
ataque contra um judeu por alguém que não se entenda como neo-nazista, não poderia
ser considerado um ato de antissemitismo; de igual modo, se rotularmos a
violência doméstica como sendo apenas uma agressão praticada por um homem sobre
uma mulher, então, não poderia ser considerada violência doméstica a agressão
de uma mulher sobre uma criança ou de um homem adulto sobre um parente idoso,
assim, toda a categorização leva-nos ao engano, seja por violência doméstica,
seja por bullying na escola, seja por assédio moral no trabalho ou por qualquer
outro tipo de violência de ódio. Somos educados a ver o próximo como o outro, como um adversário e não como um igual em direitos e dignidade.
Rotular a violência é um fenómeno moderno que está a
levar à fuga da realidade que está por trás da própria violência e que conduz
ao ódio, não se trata de cor, credo, etnia, género, idade, classe social ou orientação
sexual, trata-se de modelos sociais errados baseados na injustiça, na falta de
oportunidades e de uma sociedade cujo modus vivendi é
em si mesmo uma agressão, porque baseia-se na competitividade, no Mercado, no
lucro e não na solidariedade humana.
Martin Luther King, ensinou-nos muito com esta frase que
transcrevo aqui: "Eu decidi ficar com o amor, porque o ódio é um fardo
muito grande para suportar", para finalizar, deixo aqui uma frase do Papa João XXIII, proferida durante o Concilio Vaticano II em favor do Ecumenismo e reconciliação entre os cristãos: "Aquilo que nos une é muito maior do que tudo o que nos separa".
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.