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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Pedro Abrunhosa - Eu não sei quem te perdeu

Quando veio, Mostrou-me as mãos vazias, As mãos como os meus dias, Tão leves e banais. E pediu-me Que lhe levasse o medo, Eu disse-lhe um segredo: "Não partas nunca mais". E dançou, Rodou no chão molhado, Num beijo apertado De barco contra o cais. E uma asa voa A cada beijo teu, Esta noite Sou dono do céu, E eu não sei quem te perdeu. Abraçou-me Como se abraça o tempo, A vida num momento Em gestos nunca iguais. E parou, Cantou contra o meu peito, Num beijo imperfeito Roubado nos umbrais. E partiu, Sem me dizer o nome, Levando-me o perfume De tantas noites mais. E uma asa voa A cada beijo teu, Esta noite Sou dono do céu, E eu não sei quem te perdeu. Autor Filipe de Freitas Leal  Leituras visualizações Sobre...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Pedro Abrunhosa - Momento

Uma espécie de céu, um pedaço de mar Uma mão que doeu, um dia devagar Um Domingo perfeito, uma toalha no chão Um caminho cansado, um traço de avião Uma sombra sozinha, uma luz inquieta Um desvio na rua, uma voz de poeta Uma garrafa vazia, um cinzeiro apagado Um hotel numa esquina, um sono acordado Um secreto adeus, um café a fechar Um aviso na porta, um bilhete no ar Uma praça aberta, uma rua perdida Uma noite encantada, para o resto da vida Pedes-me um momento agarras as palavras, Escondes-te no tempo, porque o tempo tem asas Levas a cidade, solta me o cabelo Perdes-te comigo, porque o mundo é o momento Pedes-me um momento agarras as palavras, Escondes-te no tempo, porque o tempo tem asas Levas...

 
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