No seu best-seller cientifico «Uma Breve História do Tempo» de
1988, o cientista britânico Stephen Hawking demonstrava aceitar a possibilidade de um
Criador do Universo, no entanto voltou a trás e nega o seu ponto de vista anterior.
Stephen Hawking escreveu "O Grande Desígnio", com a co-autoria de Leonard Mlodinow, livro editado em setembro de 2010, e vem através deste seu novo livro criar algum mal estar perante os
crentes, que com esta afirmação, sentiram-se de algum modo traídos ou insultados, como aconteceu em alguns círculos mais fundamentalistas como os creacionistas estadunidenses, sendo que este é um sentimento transversal aos crentes de todas as religiões,
embora, muito provavelmente creio deveras que não fosse essa a intenção, talvez não o tenhamos
entendido, no entanto negando que seja Divina a criação do Universo, derruba o
mito da criação, muito embora a ciência e a fé não se complementem e nem tenham
as mesmas funções, é no entanto certo que a teoria que nega a criação,
impõe-nos a teoria que é do acaso que nasce o Universo o mundo e todos os seres
vivos.
Ao afirmar que não há espaço para D-us na
ciência moderna, conclui o autor claramente que o Universo nasceu do nada e que nós
próprios somos fruto do acaso.
De acordo com a lógica sugerida por Hawking, sendo assim, também a ciência existe por mero acaso, o que não me parece que faça sentido pensar assim, visto que a ciência nasce da necessidade de obter respostas e compreender fenómenos naturais, sociais ou psíquicos; Embora eu respeite o direito da opinião do cientista, tenho também o direito de não crer que tudo o que me cerca seja fruto do acaso, posto isto, resta-me dizer, tendo em conta que quanto à Filosofia ou mesmo a ciência como a Física, Química por exemplo, afirmam que há a causa e o
efeito em todos os fenómenos que nos rodeiam, resta-me neste sentido crer que há uma razão de ser em tudo e mesmo uma causa primeira que terá gerado o Universo, que no entanto não conhecemos e à qual chamamos ou designamos por D-us.
Na realidade a Ciência não visa negar a fé,
pelo que esta apenas estuda o que pode ser mensurado e analisado, do mesmo modo a Teologia não visa
negar a ciência, pois pode e deve buscar na ciência as explicações capazes de
corroborar conceitos teológicos ou filosóficos, embora também não seja esse o objetivo da
ciência, mas sim o de encontrar respostas para compreender os problemas que se
colocam à humanidade e de encontrar soluções plausíveis para os mesmos.
Ser humanista acima de tudo é ser responsável
e preocuparmo-nos com um mundo melhor e mais justo. Se não houvesse a criação ou mesmo o Criador, que sentido teriam as nossas vidas? Pois se não podemos provar a existência de um Criador, também não pode-se provar a sua não existência, ateus e crentes estão assim em pé de igualdade.
Para além disso tudo é preciso ver que se
trata de uma contradição com ideias suas anteriormente escritas em livro, onde
afirmava não haver contradição entre a ciência e a crença de um D-us criador do
Universo, logo o Big Bang seria fruto da vontade Divina em criar
o Universo e todas as suas criaturas, claro que todos temos o direito de mudar
de opinião, isso é também parte do desenvolvimento pessoal de cada um,
resta-nos saber pensar por nós mesmos e encontrarmos o nosso próprio modo de
pensar sem sermos sujeitos passivos da ciência ou do fundamentalismo.
Temos o exemplo de Einstein, que foi um
cientista esclarecido e erudito e isso não o impediu de ser um judeu praticante
e um homem de fé em D-us.
Abaixo estão para o caro leitor, os links que
podem ajudar a aprofundar mais este assunto, com acesso gratuito para descarregar
de três livros de Stephen Hawking que valem a pena ler e ser refletidos.