O medo ameaça:
Se amas, terás SIDA,
Se fumas, terás cancro,
Se respiras, terás contaminações,
Se bebes, terás acidentes,
Se comes, terás colesterol,
Se falas, terás o desemprego,
Se caminhas, terás a violência,
Se pensas, terás a angustia,
Se duvidas, terás a loucura,
Se sentes, terás solidão.
Para ter fôlego, é preciso ter
desalento,
Para levantar-se, há que saber cair,
Para ganhar, há que saber perder,
E temos que saber que é assim a
vida,
E que cairás e te levantarás muitas
vezes,
E alguns caem e não se levantam
nunca mais.
Geralmente esses são os mais
sensíveis,
Os mais fáceis de se magoar,
vilipendiar,
São as pessoas, a quem a vida é mais
sofrida,
São as gentes mais sensíveis, mais
vulneráveis,
Em contra-partida, há os
"filhos da mãe"
Que se dedicam a atormentar a
humanidade,
Vivem à grande, e parece que não
morrem nunca,
Porque na verdade, não têm uma
glândula
Que aliás é rara, e chama-se
consciência,
É essa glândula que nos atormenta à
noite.
Creio que o exercício da
solidariedade,
quando se pratica de verdade no
dia-a-dia
é também um exercício de humildade,
que nos ensina a reconhecermo-nos
nos demais,
E a descobrir a grandeza por detrás
das coisas pequenas,
O que implica também denunciar
A falsa grandeza das coisas
grandinhas.
Num mundo que confunde a grandeza
com o grandinho.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.