Não são só os animais e as plantas que se extinguem, povos e tribos também podem se extinguir, perdendo-se também a riqueza da diversidade das suas culturas, histórias, mitos e línguas.
É precisamente isso o que esta a acontecer com uma tribo de indigenas no Brasil encontrando-se neste momento em
perigo de extinção, trata-se dos guajá, que são uma tribo auto denomina por Awá, termo cujo
significado é pessoa, gente, ser humano. Os awá são em número reduzido, supostamente não irá além dos 350 habitantes na sua totalidade, falam o dialeto indígena
da família dos guajá e geograficamente
situam-se no norte do Brasil, entre os Estados do Maranhão e do Pará. Este grupo ameríndio tem mantido inalteráveis as suas tradições, usos e
costumes ao longo do tempo, são nómadas e praticam a recolecção de frutos além como a caça usando arcos e setas, não praticam nem a pastorícia nem a
agricultura.
Tem surgido afirmações de que as awá
usam armas de fogo para a caça, mas na realidade essa afirmação é falsa, pois trata-se de outras tribos, próximos da região que no entanto mantêm contacto com a civilização, tribos essas que aliás, têm vindo a aumentar a sua
população e consequentemente, através da casa pelo uso de armas de fogo, têm colocado em perigo de extinção as espécies raras de macacos, no entanto não se trata dos awá
que ao contrário têm vindo a diminuir a sua população, muito provavelmente pelas dificuldades de
sobrevivência e das doenças que os afetam.
Segundo informações dadas
pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) os awá, só foram contactados pela
primeira vez em 1973, nesse sentido, por serem nómadas e viverem na floresta densa, evitam a
civilização e o contato com o homem branco, que aliás temem. A mesma fonte
afirmou em março de 2015 em entrevista à Rede Globo, que há tribos awá ainda
sem terem sido contactadas ou avistadas, ou seja são grupos indígenas que nunca tiveram contacto
ou até mesmo o conhecimento da existência da civilização moderna.
À primeira vista parece que
se trata mais de um modo de eles sobreviverem e se manterem, mas na realidade
com o desmatamento da Amazónia e a grave alteração climática, que por sua vez afeta o equilíbrio da fauna
e da flora por via de extinção ou deslocação, faz com que os awá se encontrem numa
situação de grande vulnerabilidade.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.