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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Grécia - A Única Saída é Uma Moratória

O Primeiro Ministro Grego Alexis Tsipras, afirmou que o BCE - Banco Central Europeu, e o FMI - Fundo Monetário Internacional, querem humilhar a Grécia, tendo ambas as organizações responsabilidades criminosas, pela situação em que a Grécia está submergida hoje, e de facto o que está evidente é uma fratura quanto ao que pretendia ser o projeto europeu, visto que nem a  Troika, nem a Grécia querem dar o braço a torcer.

De acordo com uma notícia veiculada no site do semanário português "Expresso", em que afirma que o governantes portugueses, acusam o governo grego de estar a fazer uma chantagem inadmissível, no entanto no meu ponto de vista, inadmissível é a falta de solidariedade que os governantes portugueses estão a ter com a Grécia, pois há a possibilidade de Portugal poder vir a estar na mesma situação em que hoje se encontram os gregos.

Que esse discurso de bater no ceguinho seja tido pela Alemanha, entre outros países poderosos, é compreensível, embora seja de igual modo errado, mas que o mesmo comportamento de falta de solidariedade parta de Portugal, um dos três países que pediu resgate, e que ainda náo sabe o dia de amanhá, ai é totalmente incompreensível, é uma verdadeira diplomacia de subserviência.

Penso ser necessário que a Europa adote de facto uma Realpolitik, e seja realista tanto quanto pragmática, no entanto não estamos a ver isso, não estão a ser realistas, como querer que a Grécia pague, se não permitem que a mesma se reerga, pelo facto de não ser à custa do desemprego, da fome, emigração em massa, cortes nas despesas entre outras fatalidades, que se erguerá a economia de um país.

Creio que caso a Europa, não chegue a um acordo que permita uma moratória para a Grécia poder pagar a divida, então todos sairão a perder, inclusive Portugal, porque se lutar por esta possibilidade, em caso de o país voltar a estrar em incumprimento, também poderá então beneficiar de uma moratória semelhante.

Neste sentido, acho que não devemos falar de modo fácil, da dificuldade vivida pelos gregos sem olhar para a realidade de Portugal, que recebeu biliões de euros nestes últimos 30 anos, desde que aderiu à CEE, e onde 
e que foi parar esse dinheiro todo, que era para o desenvolvimento da indústria, formação, etc? Porque é que com tanto dinheiro, Portugal continua de mão estendida, na UE? E a história não acaba aqui, pois Portugal poderá vir a pedir mais um resgate e ai já não pode falar dos gregos.

Mas no fundo, o que não bate certo, nesta história é a posição da Troika e da UE, que ao pressionar a Grécia, está a dizer algo, e a tomar uma política de desmembramento e de segregação usando o caso grego, como exemplo para os demais membros, mas será só isso? Presumo que sim, mas com algo mais, caso contrário a atitude de Tsipras não teria sido esta, a vida mais lógica nesta situação é a reestruturação da Grécia através de uma moratória, ou do perdão de parte da divida, o que acarreta que o mesmo se faca, em relação a Portugal, bem como à Irlanda, e é aqui que   está parte do Problema, enquanto os países não se vierem todos descapitalizados, tendo vendido todos o seu património estatal, e rendidos ao ultra-liberalismo a Grécia nem nenhum outro país terá hipóteses dentro deste clube.

Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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