Procuro-me
pensativo durante a noite,
Alumiada por velas,
e brilhos,
E o sopro da
madrugada como açoite,
Tira-me os
pensamentos dos trilhos.
Como se comboios
fossem,
Sem ter partida,
são de brincar.
Não têm sequer
paisagem
E nem onde chegar.
O silêncio ecoa, e
faz-me pensar,
Em tudo, e até um
pouco de nada.
Procuro, sempre e
sem cessar,
Pois nenhuma ideia
é acabada.
Nem sei o quê, ou
onde me encontrar
Nem em que posição
tentar dormir,
Ou se escolho um
sonho para sonhar,
Ao menos um que me
faça rir.
Sonhos qual
barquinhos de papelão
Deitados à fonte
como se fossem ao mar,
E se não lhes deito
a mão,
Nem sequer podem
navegar.
E sem dormir,
aporto nos livros acordado,
Procuro-te nas
páginas, com saudades
De ter certezas que
tive no passado.
E que hoje são só
meras vaidades.
Quem sabe talvez na
próxima página,
Ou porque não no
sonho que virá a seguir,
As respostas quem
as tem ou imagina?
A não ser o caminho
que se tem a seguir.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.