quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Reino Unido - Uma Potência com ou sem Brexit

Sinceramente confesso que não entendia de todo Theresa May, nem compreendia as brigas internas dos Tories ou as contradições do líder dos trabalhistas britânicos, mas com tanta incapacidade de decisão, o que está a ficar claro é que os políticos britânicos estão a empurrar o Brexit para uma situação de adiamento por mais dois anos.
E faz-se claro isto devido à emergência da situação, algo que não é típico dos britânicos, deixar tudo para a última hora, no entanto, não são só os tecnocratas ou os ultra-liberais que se assustam com a saída do Reino Unido da União Europeia, também a Europa sabe que perde um membro com uma grande importância política e económica.
O Reino Unido não pode nem deve ser menosprezado pelos restantes 27 países europeus da UE, deve ser respeitada a sua dimensão histórica, e devemos estar conscientes que, após sair da União Europeia, no prazo de uma década (no máximo) o Reino Unido terá conseguido recuperar-se totalmente, tanto economicamente como politicamente, dos efeitos iniciais advindos Brexit, além disso, ainda que se ainda que se adie o prazo por mais um ou dois anos, raramente os ingleses desrespeitariam a vontade popular expressa nas urnas, a menos que se faça um novo referendo, que é o que agora os trabalhistas defendem.
Caso não se faça um novo referendo, tal como acima foi dito, creio que o Brexit revelar-se-á benéfico para o Reino Unido dentro de uma década, ao contrário da Europa, se esta mantiver as politicas ultra-liberais do Eurogrupo.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Europa - Direitos vs Ideologia de Género

A Europa está a implementar o Cartão Único do Cidadão Europeu, e pretende eliminar a identificação do género nesses documentos, trata-se de algo que está a deixar muita gente perplexa e até mesmo revoltada com tal decisão, como se o género (sexo) deixasse de existir, além do mais, se somos verdadeiramente uma democracia, deve-se dar a cada cidadão o direito a ter a ultima palavra, podendo assim escolher ter ou não ter a indicação do género no seu documento. Porque, essas pequenas mudanças são mera maquilhagem política, não é um 'Cartão de identidade' que tornará os homens e as mulheres iguais em direitos, mas sim o respeito, sendo que o respeito não se ensina com documentos, mas com exemplos.
A ideologia de género é uma ideologia falsa e culturalmente nociva, porque o sexo é algo identitário de uma pessoa logo à nascença, não faz sentido então, retirar essa identificação do 'Documento de Identidade'. Portanto, não somos do SEXO masculino ou feminino porque queremos, somos porque somos, independentemente das escolhas e das preferências sexuais que cada um faça.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Dois Presidentes ou a Falha da Democracia


O que se passa hoje na Venezuela, com o facto de existirem dois presidentes ao mesmo tempo num país latino-americano não é novidade, tal já ocorreu em 1979 na Bolívia, devido a erros constitucionais que levaram a um impasse após a eleição presidencial, na qual a Esquerda Marxista da Unidade Democrática e Popular (UDP) uma Frente de vários partidos de esquerda e centro esquerda, de Hernan Siles Suazo que teve um empate técnico com o candidato do Movimento Nacional Revolucionário (MNR) de Victor Paz Estensoro, que sem conseguir darem posse a nenhum dos candidatos, optou-se por nomear um Presidente Interino, gerando então, o enfraquecimento desse governo provisório por falta de apoio parlamentar, facto que impulsionou o Golpe de Estado do Coronel Natusch Busch para derrubar o governo de Walter Guevara, golpe que teve o nome de "La Noche de todos los muertos" ou "El golpe de todos los santos" porque deu-se no dia de Todos os Santos, 1 de novembro.
Assim, a Bolívia teve um golpe sangrento e dois presidentes durante 16 dias, foi todavia, a posse de uma mulher na Presidência do país, a Presidente do Congresso dos Deputados Lídia Gueiler que apaziguou os ânimos por um ano, até ser deposta pelo seu primo o General Garcia Meza em 1980.
Nunca os EUA, se preocuparam tanto com a democracia onde quer que fosse, como agora, para os estrategas de Washington o que importa são os interesses económicos e estratégicos, ou seja o Petróleo e a conquista de posições chave no xadrez da política internacional ou da Nova Guerra Fria.
A Venezuela é um exemplo claro disso, durante anos, foi governada por dois partidos que se alternaram no poder, com o beneplácito dos EUA, vendiam o petróleo, lucravam, mas não houve a redistribuição da riqueza, nem ao menos reduziram a pobreza e o analfabetismo.
Só hoje é que os EUA se preocupam oficialmente com a democracia, todavia, a maioria das pessoas esquecem-se que o país que mais fomentou ditaduras foi precisamente os EUA, tal como ocorreu com Jorge Videla na Argentina, Augusto Pinochet no Chile, Anastasio Somoza na Nicarágua, Alfredo Stroessner no Paraguai, Fulgêncio Batista em Cuba, Efraim Rios Mont na Guatemala, Hugo Banzer e Garcia Mesa na Bolívia e até o Regime Militar brasileiro, cujo golpe de Estado para derrubar João Goulart foi feito com o consentimento dos Estados Unidos.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Venezuela - Um País, Dois Presidentes


Portugal e Espanha, principais parceiros europeus da Venezuela reconheceram Juan Guaidó como legítimo Presidente Interino da República Bolivariana da Venezuela, ato semelhante ao que foi tomado em bloco na mesma manhã do dia 4 de fevereiro por vários países europeus, como a Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Suécia, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Finlândia Chéquia e Áustria entre outros. Este reconhecimento dá-se depois do reconhecimento dado por Estados Unidos, Canadá, Brasil, Colômbia, Paraguai e Israel.
Para os europeus, que sempre ficam quietos em grandes conflitos, o reconhecimento de Guaidó, sem se aliarem a Donald Trump, não é senão o tentar marcar terreno no xadrez político e mostrar alguma coesão na diplomacia conjunta da UE, no entanto, tendo usado como argumento o objetivo da convocação de eleições livres e a redemocratização da Venezuela; somente a Itália votou contra e ficou isolada.
A Rússia e a China chamam de intervenção estadunidense e europeia sobre os assuntos da Venezuela, mas se virmos bem, é exatamente igual à intervenção russa e chinesa sobre os destinos do povo venezuelano, ou seja, uns interferem dizendo que é para defender os Direitos Humanos, outros interferem para manter no poder um regime torcionário que nada tem a ver com Hugo Chavez, no entanto, é interessante para a nova Guerra-Fria.
Por outras palavras, joga-se no solo venezuelano a reorganização geoestratégica das novas potencias emergentes, que todavia, são ditaduras, como a China de Xi Ji Ping e a Rússia de Putin; logo entendo que, tanto Juan Guaidó como Maduro são manipulados por esse jogo perigoso da disputa das potencias entre si. O que está verdadeiramente em causa, para os EUA é o Petróleo, para a China e a Rússia o enfraquecimento político do Ocidente em geral e o fim da hegemonia estadunidense em particular.
Seria importante que a Rússia e a China explicassem qual a lógica de apoiar Nicolas Maduro e deixar o povo venezuelano numa situação de emergência a passar fome, ou de ver os cidadãos serem mortos durante as manifestações, por agentes encapuçados a serviço do regime, que no fim de janeiro ceifou a vida a dois jovens indefesos, um deles tinha apenas 17 anos; além disso muitos apoiantes da oposição e lideres políticos da oposição têm sido presos, outros tiveram que fugir do país ou foram mortos.
A maneira de vermos a realidade da Venezuela é observar as centenas de milhares de venezuelanos que atravessam a fronteira à procura de um trabalho qualquer para sobreviver, vários milhares estão em Portugal, Espanha, outras centenas atravessam a fronteira com o Brasil, chegam completamente destroçados e esgotados mas com esperança.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Poesia Viva

Quando costumava fazer, as minhas caminhadas matinais sintrenses aos fins de semana, local que amo de paixão, reparei num caminho que se tornou obrigatório para mim na Portela de Sintra, mais precisamente junto ao Estádio do Sintrense, devido à beleza e lirismo que está perpetuado nesta belíssima imagem, que por si só já é poética, tendo em conta a junção da imagem com o sentido da frase escrita no muro, revelam-nos que há os amores, os que vêm e vão, mas também há, os que ficam e os que se perpetuam nos muros de uma Cidade ou Vila, até que um dia, deixe de existir a palavra "amanhã".

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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