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sexta-feira, 14 de abril de 2023

Macron e a Retórica da Soberania Europeia


Emmanuel Macron foi aos Países Baixos em campanha, a fim de defender a sua insistente ideia de "Soberania europeia", sobretudo no que concerne à defesa comum,
 todavia, a soberania europeia é algo que não existe de facto, pelo menos ainda não, e não tem como existir enquanto não for implementada uma Federação que englobe os Estados Membros que aceitem ceder a sua soberania nacional, o que faz com que esses países passem a ser "Estados Vassalos", ou seja, com autonomia, mas sem soberania.

Macron afirmou nos Países Baixos, que defender a Soberania Europeia "significa que
devemos ser capazes de escolher os nossos parceiros e desenhar o nosso próprio destino, em vez de sermos meras testemunhas da evolução dramática do mundo", referia-se a uma política externa e de defesa comum, mas surge a questão: a que preço? Ou ainda; será viável uma politica externa comum que agrade a todos de Norte a Sul e de Leste a Oeste? É preciso lembrar que "Soberania Europeia" é um conceito novo, que surge das divergências com as políticas externa e comercial face aos EUA com a China, mas também com o escalar da guerra da Ucrânia, é um conceito mais avançado e totalmente diferente da ideia de "Cooperação entre Estados", precisamente porque requer uma sólida politica única e comum.

Defender uma cidadania europeia, uma soberania europeia ou mesmo a transformação da UE numa Federação, uma espécie de Estados Unidos da Europa, é eliminar a independência Nacional de cada um dos Estados Membros, e é precisamente este o perigo que leva ao crescimento dos partidos nacionalistas, tanto à Esquerda com os partidos radicais com a retórica "anti-UE", e "anti-Euro", e também com os partidos Nacionalistas de Direita, como a Frente Nacional em França, o Vox em Espanha, o Chega em Portugal, ou ainda os Irmãos de Itália, entre outros por toda a Europa comunitária, e que estão a defender a sua nação e a dizer com os seus manifestos políticos, "Europa Sim, federação Não".

Esquerda e Direita à parte, o certo é que o tema interessa a todos, e os europeus têm o direito de saber e o dever de se informar para o que poderá acontecer, este assunto está a ser estudado, debatido e divulgado por vários académicos, como Douglas Murray, cientista político, comentador e autor de vários livros de política, aponta no seu livro "A Estranha Morte da Europa", que uma a uma, as políticas europeias tem como objetivo, ou no mínimo como consequência, a extinção das nações europeias, só com o fim de cada uma das etnias e da sua identidade nacional é que será possível transformar a Europa numa federação, mas ainda que venha a ocorrer já não será a Europa.

Outros livros do mesmo autor com bastante pertinência para o tema, são "A Guerra ao Ocidente" e "A Insanidade das Massas", ambos editados em Portugal pela Editora Almedina, há também o livro "Ciência Política em 50 Lições" da autoria de Filipe de Freitas Leal, à venda pela Amazon.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.


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terça-feira, 20 de junho de 2017

Emmanuel Macron Inventou o 'Centro'

O projeto político de Emmanuel Macron o novo presidente francês, está a obter os resultados pretendidos, para que o mesmo possa iniciar as reformas políticas a que se propôs. O discurso político de Macron é de uma equidistância aos partidos políticos clássicos, de esquerda socialista e da direita republicana. Assim afirma-se de centro a si mesmo e ao partido que criou a partir de um movimento independente, o 'La France en Marche', que no domingo dia 18 de junho conquistou a maioria absoluta e esmagadora, relegando o PS para a terceira força política com apenas 46 deputados. A FN - Frente Nacional de extrema-direita de Marine Le Pen foi derrotada, face às previsões, contudo, elegeu oito deputados e aumentou muito o numero de apoiantes.
O FM - La France en Marche, aliou-se ao MoDem - Movimento Democrático, que juntos obtiveram 359 dos 577 deputados na AN Assembléia Nacional (Parlamento). Todavia, com uma abstenção eleitoral de 57%, o que revela que o grau de legitimidade é reduzido.

Além de tudo isto, o tempo irá mostrar que o centro político não passará de um discurso de retórica, marketing político ou mesmo mera demagogia, a práxis política impõe decisões que ou serão de cariz social e logo de esquerda, ou estão a favor de melhorar a competitividade e favorecer os mercados e portanto são clara e inequivocamente de direita.

A Direita de cara nova, e de discurso renovado, inventou o Centro, de cariz neoliberal e europeísta, defendendo reformas para uma maior competitividade a favor dos mercados é o novo rosto dos políticos que recusam conotar-se com a direita, inventando o 'Centro', mera palavra de ordem no marketing político eleitoral, que nada tem a ver com os objetivos e interesses económicos dos apoiantes.  

Todavia é inegável que a hegemonia dos grandes partidos acabou aqui, o parlamento tem caras novas, número de mulheres eleitas para o parlamento aumentou, que o número de jovens e de rostos desconhecidos renova a cara do parlamento, muito embora, a total falta de experiência política pode ser a pedra no sapato que impedirá algumas das políticas pretendidas por Macron, e mais precisamente de quem o Apoia.

O Centro de que Macron fala, não poderá ser outro, que não a 'Coxia' do hemiciclo que separa os deputados que se sentam à esquerda ou à direita, ou por outras palavras é tudo o que está fora de cena nos bastidores do Teatro político.

Os deputados em Amarelo representam o FM - La France en Marche de Emmanuel Macron, os cor de laranja, representam o MoDem, e consegue-se observar uma maioria absoluta, quase sem oposição. 
  
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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