O NÃO (OXI) Vence o referendo por 61,3% face aos
38,7% do Sim, é caso para se brincar com as palavras, Oxigénio para a Europa
dos povos, Oxi do referendo e o génio de Tsipras, que conseguiu angariar uma
grande vitória política tanto interna com externa, e que sai reforçado
pelo referendo, sem nos esquecermos que Yanis Veroufakis, demitiu-se do
Ministério das Finanças para dar espaço de manobra nas negociações que se
seguem, o que mostra de forma clara a liderança de Tsipras, um homem que não traiu
os seus ideais nem abandona o seu povo, face às chantagens do
Neo-liberalismo Eurocentrista, que não disfarça o défice democrático e
a arrogância dos poderosos do Eurogrupo.
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Yanis Varoufakis demitiu-se |
Após o redondo não dado
pelos gregos de todas as classes sociais os partidos da oposição apoiaram
formalmente a estratégia de Tsipras, a Nova Democracia, o Pasok e o To Potami
apoiaram no Parlamento as medidas a apresentar por Tsipras à Europa, Europa
essa que tremeu perante a incerteza, no entanto Merkel e
Hollande reuniram se no dia a seguir em Paris, Hollande aliás está a
ser o mediador para manter-se a Grécia na Zona Euro, e também para impedir uma
radicalização da direita europeia do PPE, ou o mero desprezo incompreensível vindo
de setores do PSE.
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Merkel e Hollande reunidos em Paris |
Esta é a verdadeira face da União Europeia, a "desunião europeia"
nasce de uma agenda político-ideológica claramente vinculada ao neo-liberalismo
e desvinculada da justiça social e da solidariedade entre os povos algo algo que marcou o principio fundador da CEE.
No dia anterior ao
referendo, postei no facebook uma homenagem à Grécia, com um maestro holandês
de Maastricht, André Rieu e uma famosa música grega do filme Zorba o grego, foi
o suficiente para encherem o post de criticas infundadas aos gregos, algo que é
na realidade a alma dos xenófobos e de um novorriquismo pedante.
Não devemos misturar
as coisas, não confundindo o povo com os políticos, sobretudo porque os
políticos que governaram a Grécia de forma leviana deveriam estar presos.
Quanto aos cidadãos, estão a suportar com desemprego, reformas baixas, pobreza
e impostos altos e fome, o que a cúpula da Europa lhes impõe, para serem sempre
os pobres a salvar os bancos.
Mas há mais, eu acho que quem deve tem que pagar, mas como pagar se a economia
está a ser destruída?
Por fim peço, que ao comentarem os meus posts tenham compreensão e
solidariedade para com os gregos, pois sofrem sem ter culpa, já basta as
palavras arrogantes dos governantes portugueses, não é preciso mais ecos
semelhantes.
Eu não sabia que era com dinheiro que se desenvolvia uma democracia, sempre
pensei que fosse através da cidadania ativa dos cidadãos e do respeito pelos
Direitos Humanos por parte das instituições políticas.
Autor Filipe de Freitas Leal
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Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.