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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Mário Soares - Morreu o Guerreiro da Democracia
segunda-feira, janeiro 09, 2017
Filipe de Freitas Leal
1 comentário
Mário Soares, cujo
nome completo é Mário Alberto Nobre Lopes Soares, faleceu no dia 7 de janeiro em Lisboa, era filho de um ministro da
I República, nasceu na cidade de Lisboa a 7 de dezembro de 1924 e morreu na tarde do
ultimo sábado, 7 de janeiro de 2017, tendo deixado um legado inegável na
história de Portugal, sendo considerado o Pai da Democracia portuguesa, foi aliás dos
lideres políticos da democracia após a Revolução dos Cravos o que mais se
destacou, sendo o guerreiro que lutara pela democracia e fê-lo tanto contra o
regime salazarista que lhe valeu o desterro, várias vezes a prisão (onde casou com Maria
Barroso) e por fim o Exílio em Paris, tendo sido na Alemanha em 1973 fundara a ASP Ação
Socialista Portuguesa e tornara-se a alternativa democrática ao regime
fascista, tanto quanto após o 25 de Abril, quando lutou para consolidar a
democracia e afastar definitivamente o fantasma de um regime comunista. António
José Saraiva afirmou num artigo de opinião no semanário Sol, que dos lideres
dos partidos saídos do 25 de Abril, Mário Soares foi impar, Alvaro Cunhal lutou contra a
ditadura, mas não era um democrata, Freitas do Amaral e Francisco Sá Carneiro
apenas encarnaram a ala moderada do partido único na Primavera Marcelista, não chegaram a
lutar contra o regime e não se bateram pela democracia como Soares o fez.
Soares foi como já
afirmaram várias vezes, tal como voltou a frisar José António Saraiva, diretor do
semanário Sol,
"era mais um Tribuno do que de um homem do poder", foi
um homem de visão, a sua obra política que aliás é de extrema
importância para a história recente de Portugal, resume-se a três grandes
factos políticos:
1.°) A criação
em 1973 de uma oposição democrática que foi alternativa ao PCP, e que devido a
isso teve o apoio dos principais lideres políticos da Europa;
2.°) A luta pela
consolidação da democracia;
3.º) O projeto pelo desenvolvimento pela integração de Portugal na CEE e consequentemente do desenvolvimento
econômico e social que daí advém.
Foi tal como disse ao
assumir em 1986, o presidente de todos os portugueses, mas como é impossível
agradar-se a todos, pelo que apesar de alguns que podem gostar pouco ou não gostar em absoluto de Mário Soares,
sobretudo os que o acusam da culpa do modo como a descolonização em África foi
feita, todavia devem reconhecer o inegável contributo por ter transformado um
país atrasado numa democracia exemplar, democrática, livre, segura e tolerante.
Muitos jovens não sabem ao certo quem foi Mário Soares, no entanto
a História não deixará de reverenciar a sua importância nos momentos
históricos cruciais, tanto os vividos durante o regime fascista, como os da época complicada que foi o PREC - Processo Revolucionário em
Curso, e por fim o Portugal moderno que é fruto da contribuição de Soares pela consolidação do regime democrático.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Morreu a Eterna Primeira-dama - Maria Barroso
terça-feira, julho 07, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Morreu Maria de
Jesus Barroso (1925 – 2015) mulher do Ex-Presidente português Mário Soares,
após ter estado em coma profundo devido a uma queda no passado dia 26 de junho.
Conhecida como a Eterna Primeira-dama de Portugal, e também no meu ver a
eterna resistente anfi-fascista e Mãe da democracia portuguesa, tendo sido uma
das grande figuras públicas, uma grande mulher na luta democrática tanto em
Portugal como no exílio em França, sempre ao lado de Mário Soares e membro
ativo do PS Partido Socialista desde a primeira hora, foi uma mulher que sempre
manteve o seu nome de solteira, bem como a sua autonomia de pensamento,
ensinando-nos a frontalidade com a doçura, sempre num tom respeitoso a que nos
habituamos.
Tenho por esta ímpar senhora
uma grande admiração, que é para mim mais que a Eterna Primeira-dama, mas acima
de tudo um exemplo de um Ser Humano marcante e rico de qualidades e convicções
que soube enriquecer a nossa história com o seu ativismo e presenteou-nos com a
sua amabilidade, falando-nos sempre com franqueza e com doçura.
Autor Filipe de Freitas Leal
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Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
sábado, 13 de dezembro de 2014
Mário Soares - 90 Anos
sábado, dezembro 13, 2014
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
O Ex-presidente português Mário Soares completou no dia 7 de dezembro
deste ano de 2014, os seus 90 anos de idade, uma efeméride que é indubitavelmente
merecedora de todas as atenções, pela sua importância histórica. Soares é carinhosamente apelidado pelos portugueses de "O Bochechas" conhecido por ser além de um homem combativo, uma pessoa afável, com um ar bonacheirão e de um temperamento bastante determinado.
O facto de ter nascido numa família de tradição republicana, cujo pai João Lopes Soares havia chegado a ministro durante a I República, influenciou a que ainda muito jovem ingressasse na militância política, tendo entrado para o
PCP Partido Comunista Português onde conheceu Álvaro Cunhal, seu antigo amigo, de
quem viria a desligar-se alguns anos depois, Soares participara do apoio à candidatura de Norton de Matos à Presidência da República, na década
de 50, através do MUD Movimento de Unidade democrática, a partir daí Soares passa a defender uma linha esquerdista moderada, um socialismo ainda marxista sim, mas de corrente democrática, mais tarde já no exilio veio a contactar e até ser amigo de François Miterrand, Willi Bandt, Olof Palm, entre outros líderes Socialistas/Sociais-democratas europeus, devido às suas convicções e à luta pela democracia,
esteve preso 12 vezes, numa das quais chegou a casar na
prisão com a atriz portuguesa Maria Barroso, mais tarde é-lhe imposto em 1968 o degredado no arquipélago de São Tomé e Príncipe, e posteriormente exilado em França em 1970, de onde regressara a Portugal, vindo de comboio alguns dias após a queda do governo de Marcello Caetano.
Criticado à esquerda e à direita, pela sua política e acusado durante o período conturbado da revolução dos cravos de abril de 1974, sobretudo no que concerne à forma como foi feita a descolonização das antigas colónias portuguesas em África, como o caso de Angola, cujo poder caíra nas mãos do MPLA (então um partido comunista afeto ao Stalinismo soviético) muito ao contrario do que se tinha assinado no tratado de Alvor, entre esse partido a UNITA e a FNLA, pelo que fez com que essa ex-colónia mergulhasse numa guerra civil que mais não foi que um dos palcos da Guerra fria; Paralelamente a isso a situação dos antigos colonos (denominados em Portugal de retornados) era na verdade a da situação de refugiados tendo perdido tudo, e em alguns casos até familiares, regressarando em pontes aéreas criadas de emergência para evacuar os cidadãos portugueses em África, esta é uma das criticas que sofre da direita portuguesa, que é a sucessora ideológica da ANP Ação Nacional Popular o partido do poder do regime salazarista durante o governo de Marcello Caetano. No entanto creio sinceramente que esta critica pela descolonização é-lhe injustamente imputada, pois Soares não era o chefe de governo, e não estava sozinho nos governos provisórios, que eram compostos por vários partidos como o PS socialista liderado pelo próprio Mário Soares, PPD de Sá Carneiro e Magalhães Motta, PCP liderado por Avaro Cunhal, CDS de Freitas do Amaral e MDP/CDE de FranciscoPereira de Moura.
As criticas à esquerda, condenam-no de traidor da
causa socialista que era de certa forma o cunho da revolução dos cravos, tendo como
exemplo a célebre frase de Soares quando tomou posse no I Governo
constitucional em 1976 dizendo: "Guardemos o socialismo na gaveta."
Mas não esquecendo que também herdou muitos simpatizantes,
e uma das frases populares mais conhecidas dos anos 80 "Soares é fixe",
e isso ilustra que de facto é uma figura a quem os portugueses devem muito, pois
no meu entender, embora tenha-o criticado por algumas opções menos felizes que tomou,
não deixou de ter um papel importantíssimo na História do nosso país por três grande
obras suas
1.º - A coragem e a determinação
de ter criado um movimento de oposição que era a alternativa democrática face à
oposição dos comunistas, inicialmente pelo MUD, que se desfez, posteriormente pela
CEUD, Comissão Eleitoral de Unidade Democrática que era a sucessora do movimento
acima citado, e por último a ASP Ação Socialista Portuguesa, constituída no exilo, que vem a dar lugar por sua vez em 19 de abril de 1973 na então Alemanha Ocidental na cidade de Bad Musteinfel, ao PS Partido Socialista, denominando-se o herdeiro legitimo do antigo e histórico Partido Socialista Português, fundado em 1875, por Antero de Quental entre outros.
2.º - O facto de ser um dos
pais do regime democrático saído do período revolucionário, e o PS foi inegavelmente
o partido que consolidou a democracia em Portugal, tendo sido o voto útil dos portugueses
nas eleições constitucionais de 1975, e nas legislativas de 1976.
3.º - Uma vez, derrubado o regime
fascista, consolidada a democracia, foi o responsavel pelo primeiro verdadeiro plano
para um futuro para portugal, que era em primeiro lugar voltar-se para a Europa
da então CEE Comunidade Económica Europeia, tendo feito o pedido formal ainda durante
o seu primeiro governo em 1976.
Filipe de Freitas Leal
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Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa ONG, vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos e poesia.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa ONG, vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos e poesia.