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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

As Causas do Conflito Israelo-árabe (4)


Um dos maiores antissemitas do Irão foi o ex-presidente Ahmadinejad, que certa vez afirmou: "Se o Holocausto existiu e se foram os alemães os responsáveis pelo Holocausto, então que tivessem criado Israel na Alemanha".

Ora, o que Ahmadinejad não sabe e nem entende, é que os Judeus não têm ligação à Alemanha e sofreriam ataques, como o do fatídico 7 de outubro de 2023.
Não esqueçamos que mesmo depois do Holocausto, ocorreu um enorme Pogrom na Polónia, onde foram reavivadas as acusações de libelo de sangue contra os judeus, na Alemanha não seria diferente, porque é a Pátria dos Povos Germânicos, sendo assim, se é para lutar por uma pátria judaica, então só a Palestina vale a luta, porque é a Terra ancestral dos judeus, e de onde sempre residiu um número remanescente.

Nem seria diferente se tal como sugerido no início do século XX, se se colocasse todos os judeus da Europa no Alentejo (sul de Portugal), ou outras propostas que iam no sentido de os "despejar" em Angola (na altura era uma Província ultramarina de Portugal, daí o facto de Salazar chamar à I República, de a Republica Judaica).

Ouve ideias de nos enviarem para o Quénia, Etiópia, mas em vão, porque todas essas terras tinham gente autóctone, gente que chama àquela terra de sua pátria; então a solução para o problema judaico ou Questão Judaica que continuava a ensombrar a Europa era, até que Balfour deu força ao movimento do Sionismo ao declarar: "Os judeus têm o direito de criar um estado judaico na sua pátria ancestral na Palestina". Há que lembrar, que naquela altura os judeus nascidos na Palestina eram igualmente palestinianos, tal como eram palestinianos os árabes e os cristãos lá nascidos, a Palestina nunca fora uma Nação no sentido étnico, tal como o Alentejo ou as Beiras não o são, são meramente partes territoriais da nação, etnia ou outro adjetivo para a nacionalidade portuguesa.

Nesse sentido e após a trágica experiência do Holocausto Nazi-fascista com a sua Solução Filal que levou à morte de 6 milhões de judeus nos campos de extermínio, por isso a a comunidade internacional viu a necessidade e a possibilidade de promover a Partilha da Palestina em 1947 entre palestinianos judeus e palestinianos árabes.

E não, Ahmadinejad não tinha, nem tem nenhuma razão, é apenas um Senhor da Guerra, um antissemita, um antissionista, um antijudaico, um antiocidental, presidiu o Irão, uma ditadura teocrática que persegue os curdos e minorias religiosas. O Irão que é hoje o Desestabilizador continental que ao promover a Guerra e não a paz, pode conduzir a região do Médio Oriente para uma grande guerra.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

As Causas do Conflito Israelo-árabe (3)


Se me perguntarem se concordo com a continuação dos ataques com bombardeamentos em Gaza, afirmo que não concordo, tal como muita gente em Israel também não concorda, como os familiares dos reféns, os partidos da oposição e até a imprensa, porque acham contraproducente, ou até mesmo perigoso para Israel, na medida em que a paciência dos Sunitas tem limites e podem virar o tabuleiro de xadrez ao contrário. E é isso que o Irão e o Hamas querem, quantos mais mártires melhor para os terroristas, porque colocam os europeus contra Israel, contra o Sionismo e por extensão, contra todos os judeus.

Mas há muitos Palestinianos revoltados com o Hamas, dizem os civis que são usados como carne para canhão, enquanto os terroristas estão escondidos e a sobreviver. Muito embora, segundo a BBC tenham morrido perto de 8 mil terroristas do Hamas segundo cálculos divulgados por ONG's a partir de especialistas em contabilizar baixas em conflitos de guerra.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

As Causas do Conflito Israelo-árabe (2)


O Antissemitismo que se vive na Europa desde o Primeiro Século. Começou no Egipto em Alexandria no Ano 38 EC (Era Comum) onde ocorreu o primeiro grande massacre contra o povo judeu. Posteriormente após o fim do Império Romano, os judeus que foram expulsos da sua terra que passava a chamar-se Palestina (romanização de Filisteia) estavam já espalhados por toda a Europa. todavia, não tinham o reconhecimento da cidadania, os judeus eram como párias nas sociedades nas quais viviam, e por não aceitarem o cristianismo na Europa, e mais tarde o Islamismo no Médio Oriente, começaram a agravar-se as questões de ódio religioso, é então que surge a "Questão Judaica" dado que se agravara o sentimento de ódio religioso. A questão judaica é isso mesmo, uma questão "o que fazer com os judeus"? Como resolver este problema? A Resposta da Revolução À questão judaica, por parte da França durante a Revolução Francesa foi a emancipação dos judeus, mas 143 anos depois, a resposta à mesma questão foi a "Solução Final", parte do programa do Partido Nazi da Alemanha de Hitler, que levou a cabo um dos maiores Pogroms de toda a história, denominado de "A noite de cristal" ou "Kristallnacht", que ocorreu na noite de 9 para 10 de novembro de 1938.

É simples, somos odiados porque somos fiéis e Leais à Torá e a HaShem. Isso de ser diferente já há dois mil anos era motivo de segregação, persecução e morte e continua a ser até aos dias de hoje.
Mas sem o Antissemitismo, os judeus não quereriam voltar à Palestina, tão verdade como não quiseram os Sefarditas e os judeus progressistas americanos, para eles a Terra prometida era onde havia prosperidade. Mas para os judeus europeus, não havia outra saída, depois de expulsões , inquisição, perseguição e pogroms; a saída senão o Sionismo, e assim, encarar a Palestina como a terra prometida tal como está na Torá, mais não seja para serem judeus livres e sem perseguição.
A razão mais dramática que fortaleceu o movimento sionista foi a Shoá, o seja, o Holocausto.
O verdadeiro significado de Sionismo é apenas e somente o Regresso a Tzyion (Sião em português) nada mais do que isto, não significa fascismo, nem apartheid, nem nenhuma outra alcunha ou rótulo imposto pela esquerda (quase toda ela foco de Antissemitismo).Sim porque ser contra Israel é uma forma de Antissemitismo, dar novo rótulo ao Sionismo é Antissemitismo, e pior de tudo, os antissemitas de esquerda defendem a Palestina Livre,.mas não se esforçam em conduzir o mundo árabe a reconhecer o Estado de Israel. Portanto, contribuem para apoiar o Terrorismo e não para promover a solução dos dois Estados e muito menos a paz.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

As Causas do Conflito Israelo-árabe (1)


A origem e a causa do conflito Israelo-árabe é antiga, é o Antissemitismo que se vive na Europa desde o Primeiro Século. Começou no Egipto em Alexandria no Ano 38 EC (Era Comum).

Foi o Anrissemitismo que tornou imperioso o retorno dos judeus à Palestina.
Claro que já lá estavam os árabes, mas em qualquer lugar para onde fossem já lá estaria gente, e avaria problemas na certa, a diferença é que se era para ter problemas, então que fosse na Palestina porque os judeus têm ligação religiosa e histórica aquela terra. É o único argumento que nos vale, não fomos aceites na Europa, como cidadãos só a partir da Revolução Francesa os judeus foram emancipados, em Portugal só no terceiro quartel do século XIX, mas na Rússia só com a Revolução Bolchevique.
Quando a ONU decidiu pela Resolução 181, pela partilha da Palestina, os árabes palestinianos estavam dispostos a aceitar a divisão, mas os outros árabes, os egípcios, os sauditas, os jordanianos, os sítios, etc, não aceitaram a partilha, e a questão é meramente por motivos religiosos, a Palestina que nunca foi uma nação mas sim uma Província, todavia é solo sagrado do Islão e não pode ser governado por infiéis, sejam cristãos como no Líbano, quer sejam judeus como em Israel.
A esmagadora maioria dos Palestinianos estão fartos do Hamas, e do que este lhes faz, querem viver, e é o Hamas que é a principal razão de não haver um Estado Palestiniano livre. Claro que Netanyahu também não é a favor dos dois Estados, mas sem esta solução o que ele irá fazer? Anexar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e se o fizer terá que dar a cidadania aos árabes palestinianos, e isso seria o princípio do fim de Israel.
A Separação em dois estados é a única solução, nem que seja de costas voltadas um para o outro, devido ao ódio que se gerou nestes últimos 75 anos, mas que seja permitido criar o Estado Livre e soberano da Palestina e permitir a Paz tão almejada.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ataques Terroristas Contra Israel

Desde 2014 que os ataques a Israel não se intensificavam como neste ano, desde o fim de maio, e por consequência do reconhecimento de Jerusalém como legítima Capital de Israel, a revolta palestiniana para reverter o irreversível, foi ter procedido, desde novembro de 2017, a uma nova onda de violência junto à fronteira com Israel atacando as autoridades israelitas, não tendo sido suficiente, surgiu na mesma altura a onda dos cometas incendiários (papagaios e balões) que causaram uma enorme devastação com incêndios em reservas florestais, áreas agrícolas e mesmo em meio urbano, incêndios em prédios dentro das cidades israelitas.

O reconhecimento de Jerusalém por parte dos EUA no governo de Donald Trump, colocou em prática o que há há muito estava previsto, a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Tel-Aviv para Jerusalém, ato que foi seguido por outros países, como a Chéquia, Guatemala, Filipinas, Roménia, Honduras, Togo, entre outros; 

Os Governos ocidentais condenaram os ataques terroristas

Embora costumem demorar muito para reconhecer os ataques, a maioria dos países ocidentais condenou oficialmente os ataques terroristas, devido aos danos ambientais e às vitimas inocentes, como foi o caso da declaração oficial do Parlamento português e do Primeiro Ministro António Costa, sensibilizados pela amplitude dos incêndios causados pelos cometas lançados pelo Hamas. O governo brasileiro também a par de outros países ocidentais colocou-se veementemente contra a ofensiva terrorista,  inclusive porque o reconhecimento de Jerusalém como Capital de Israel não justifica tal agressão, pois na verdade, trata-se do reconhecimento de um facto irreversível, visto que em nada coloca em causa a Independência de um futuro Estado muçulmano na Palestina, A capital é onde se encontra a sede do Poder político, que é por sinal onde estão sediados os três poderes em  Israel, o Presidente, o Governo, o Parlamento e o Supremo Tribunal, logo é efetivamente a capital do Estado de Israel.

A questão agora é saber, se a ofensiva terrorista para por aqui, ou se se irá intensificar uma escalada de violência ainda maior, o conflito já dura há 70 anos, mas o teor ideológico não ajuda nas negociações para um entendimento, nomeadamente dos lideres palestinianos mais radicais, como os do Hamas, cujo programa político não é o entendimento ou a paz, mas antes a extinção do Estado judaico, e cuja ideologia em muito se assemelha ao nazi-fascismo, símbolos que foram usados nos balões e papagaios incendiários lançados pelos terroristas. 

quinta-feira, 21 de junho de 2018

O Conflito Israelo-árabe no solo otomano

Recentemente voltou-se a falar do conflito israelo-árabe, sobretudo depois da inauguração da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, a Capital de Israel, todavia, apesar da informação veiculada nos media, a esmagadora maioria da população mundial, ou desconhece o assunto, ou tem uma ideia enviesada do mesmo. De forma a podermos ter uma visão mais precisa sobre o problema, é necessário recuar no tempo e voltarmos ao Império Otomano, ou talvez ainda devemos recuar um pouco mais no tempo.

O Conflito Israelo-árabe no solo otomano
Quanto ao conflito israelo-árabe, ao qual vários líderes políticos de ambas as partes sentaram-se à mesa para negociar um acordo de paz, podemos dizer que é um conflito de difícil definição, à partida é de Guerra de Guerrilha Urbana, obviamente não é mais uma guerra convencional, como fora em 1948 e em 1967, respetivamente a Guerra da Independência de Israel e a Guerra do Yom Kippur.
As origens deste conflito são anteriores à criação do Estado de Israel, e até mesmo surgiram antes do fim do Império Otomano, quando a Palestina era uma mera província deste, no qual viviam em aparente paz, tanto judeus como árabes, ambos eram palestinianos, na medida que nasceram na província otomana da Palestina, não se tratou nunca de uma etnia ou sequer de uma nação, no entanto os judeus por não serem muçulmanos eram preteridos não ocupando cargos públicos e não podendo ter as melhores terras ou propriedades. Para ilustrarmos, observamos que no final do séc. XIX um grupo de judeus quis comprar vários hectares para poder construir uma cidade sua, o Império Otomano, vendeu-lhes um pântano perto da antiga cidade de Jafa, onde em 1909 tinha sido erigida Tel-Aviv como subúrbio dessa cidade velha, após muito esforço e a morte de mais de um milhar de operários judeus causados pela malária e febre-amarela contraída nos pântanos, entretanto drenados. Hoje Tel-Aviv é a cidade mais moderna, mais desenvolvida e a mais rica de todo o Oriente Médio.
Após o fim da I Guerra Mundial e da consequente desintegração do Império Otomano, as potências europeias dividiram entre si, os despojos deste invejado império, o Líbano e a Síria ficam a ser um protetorado francês, a Palestina, que incluía o que é hoje a Jordânia, juntamente com o Iraque passaram a ser protetorados do Reino Unido. Nessa altura o então Primeiro-ministro britânico Balfour, em consequência do que durante seculos fora o problema da questão judaica, redige uma declaração na qual afirma o direito do povo judeu à autodeterminação, ou seja, o direito a ter a sua própria terra, dando um novo folego ao movimento sionista e à emigração judaica da Europa para a Palestina.
A emigração judaica acentuou-se após a II Guerra Mundial pela migração massiva dos sobreviventes do Holocausto, tendo sido, no entanto, proibida por algum tempo pelas autoridades britânicas na Palestina, devido a isso, alguns barcos ficaram sem poder desembarcar os passageiros, o navio Êxodos, foi um deles, memorizado nas telas do cinema.
Acentuam-se assim, a guerra de guerrilha na Palestina, de um lado os muçulmanos com as forças militares árabes, sendo lideradas por Amin al-Husayni o Mufti de Jerusalém, o mesmo que se havia encontrado com Hitler, a quem lhe pedira a garantia de que os judeus não migrassem para a Palestina, além de defender a ‘Solução Final’ face ao problema judaico, ou seja, o extermínio nos campos de Auschwitz ou Bergen-Belsen entre tantos outros. Por outro lado, os movimentos guerrilheiros israelitas como a Haganáh, o Etzel, o Lechi e o Irgun, tinham atividades paramilitares contra o domínio britânico e as forças militares árabes.
Dos movimentos acima citados, os três primeiros vieram a juntar-se quando foram criadas as IDF forças de defesa de Israel em 1948, o Irgun foi o mais encarniçado movimento terrorista, tendo atacado alvos tanto árabes como britânicos.
Após o Reino Unido abandonar o território, com o fim do Mandato Britânico, sem que tenha dado posse a autoridades israelitas e árabes, de acordo com o estipulado na Partilha da Palestina, tal como previsto na Resolução 181 da ONU, os israelitas proclamam pela voz de David Bem-Gurion a independência de Israel, acenando para o reconhecimento de um Estado Árabe na Palestina, oferecendo a cooperação e a amizade, entretanto, os palestinianos árabes aconselhados por lideres dos países árabes, não aceitaram criar o seu próprio Estado na região, e muito menos, reconhecer o Estado Judaico; A 14 de maio Israel proclamara a independência, no dia 15 era invadido por cinco exércitos árabes, Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque, os mesmos países que aconselharam os palestinianos a não criar um Estado e a abandonar as suas casas, queimando-as bem como aos campos que deixaram para trás, seguindo o conselho dos países que fizeram outrora parte do Império Otomano.
Aqui está a chave da compreensão do problema da Palestina ou do conflito israelo-árabe, cada estado depois de desmembrado o Império Otomano pode existir normal e livremente, desde que governado por fiéis, ou seja, por muçulmanos, o que claramente não é o caso de Israel, que é considerado uma parte do antigo território otomano que passava a ser governado por judeus, ou seja por “infiéis”, esta teoria é corroborada pela Guerra civil do Líbano, tendo rebentado em 1975, quando os muçulmanos rebelaram-se contra os cristãos maronitas que estavam no governo, ora os cristãos ainda que menos odiados que os judeus, não deixam de ser considerados “infiéis” ou “impios” na cultura mais radical da religião islâmica, ou melhor dizendo, o solo do que fora o Império Otomano é sagrado e consagrado apenas aos muçulmanos, nesta perspetiva, qualquer negociação de paz do conflito israelo-árabe torna-se inviável.
No entanto e mesmo tendo conhecimento que a política esbarra incapaz no campo da crença, os esforços para a paz nunca foram abandonados por ambas as partes, sendo que desses acordos destacamos o de Oslo, que envolveu em 1993 o então Presidente estadunidense Bill Clinton, o então Primeiro-ministro israelita Itzaac Rabin e o Presidente da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat, este último dera um precioso contributo para a paz, ao renunciar à luta armada em 1988, reconhecendo o direito da existência do Estado de Israel, o que levou ao afastamento do Partido Hammas em seu apoio político, pois trata-se de uma facção da OLP que mantém no seu conteúdo programático o não reconhecimento de Israel como Estado, bem como o objetivo da destruição total de Israel.
Negociações de Paz Israelo-árabe - Acordos de Oslo
·       Fim das hostilidades
·       Retirada das IDF da Faixa de Gaza
·       Criação da Autoridade Palestiniana
·       Retirada de Israel do Sul do Líbano
·       Estatuto de Jerusalém
·       Fim dos Colonatos judaicos na Cisjordânia
Os acordos tinham pontos chaves que eram melindrosos, de tal forma, que apesar de ser possível a retirada de Israel do Sul do Líbano e das IDF da Faixa de Gaza, além de ser criada a Autoridade Palestiniana, não se cumpriu, todavia, o fim das hostilidades pelos movimentos radicais islâmicos; Israel não renuncia a ter Jerusalém como sua capital, tal como Berlim, que fora a Capital da Alemanha Oriental, ainda que dividida; para além de tudo, soma-se à retirada dos colonatos na Cisjordânia, o assassinato de Itzaac Rabin em 1995.
As negociações deste conflito têm tido fases de avanços e recuos, muitos outros acordos têm sido preparados, mas não avançam nos aspectos políticos, devido ao fundamentalismo islâmico do Hammas ou aos colonatos judaicos na Cisjordânia.
Atualmente muito ainda há para se negociar, as principais questões para um acordo, são as seguintes:
·     Estatuto de Jerusalém como capital de Israel;
·     Segurança de Israel e combate ao Terrorismo;
·     Reconhecimento do direito a Israel existir como Estado independente, por parte dos palestinianos e em particular do Hammas.
·     Retirada dos colonatos israelitas na Cisjordânia;
·     Redefinição das Fronteiras para os limites anteriores a 1967 (exigência palestiniana).
Destas questões, muitas delas são de difícil negociação, nomeadamente as questões fronteiriças que Israel não pretende rever, outro é o estatuto de Jerusalém, a cidade santa, que os palestinianos e nem os demais países árabes aceitam, devido a motivações de cariz exclusivamente religioso.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Portugal Reconhece a Palestina sem Contrapartidas

Após a Suécia, o Reino Unido, e a Espanha, foi a vez de o Parlamento português aprovar nesta sexta-feira, uma resolução de recomendação para que o governo reconheça a Palestina como Estado independente; a autoria do projeto tripartido, é feito a três mãos, pelos socialistas do PS, os liberais do PSD e  os democratas cristãos do CDS, mas não tendo havido consenso dentro destes três partidos.

O que é espantoso, nesta  onda de um reconhecimento pela independência da Palestina é o facto de não terem em conta contrapartidas que possam garantir a paz.

Digo isto porque em primeiro lugar sou defensor da paz no Médio Oriente, e a visão europeia e estadunidense deste conflito é equivocada, na medida em que o conflito por si só, não parte de Israel, parte do não reconhecimento pelos países árabes da Existência de Israel como país soberano em 1948, tendo recusado a resolução da ONU, e é equivocada ainda porque esquecem ou finge ignorar que o Hamas, que é um dos principais partidos políticos palestinianos, tem como objetivo programático principal a destruição de Israel além de promover o antissemitismo, portanto quais as garantias que foram pedidas para a paz de facto seja uma realidade perene ou mesmo perpétua? O modelo encontrado agora pela Europa é tão ou mais falacioso que os acordos de paz de Camp David.

Posto isto, resta-nos perguntar, o que é que está por trás desta onda de reconhecimento da causa palestiniana? se for o desejo profundo de paz porque é que se esperou 66 anos para se só agora querer a paz? E se de facto os políticos europeus querem a paz porque não pediram garantias ao Hamas?

As garantias devem ser exigidas através de um acordo celebrado na ONU entre a comunidade internacional e a Palestina, onde esta assine a aceitação e reconhecimento irrevogável da partilha da Terra Santa, tal como previsto pela resolução 181 das Nações Unidas em 1947. Sem esta condição a politica externa de um reconhecimento sem contrapartidas é irresponsável e hipócrita, porque poderá estar baseado em interesses ou receios desconhecidos.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O Reconhecimento da Palestina Trará a Paz?

O Reconhecimento da Palestina[1] como um Estado independente, feita primeiramente pela "Câmara do Comuns" no Reino Unido e agora aprovado pelo "Congresso dos Deputados" em Espanha, seguir-se-á ainda a França nos próximos dias, em si isto nada tem de mal, e é a visão europeia, baseada no pluralismo, democracia ocidental e dentro desta perspectiva os respectivos países visam contribuir para o fim das hostilidades de uma crise que tem mais de 70 anos de existência. Este reconhecimento por si só, trará a paz tão desejada?

O problema está nas contrapartidas, quais são? Quais as condições impostas para que se possa garantir a paz? E o Hamas[2] continua com a sua política? Se não houver o inequívoco reconhecimento do direito de Israel a existir como Estado independente, penso que se está a dar uma carta em branco que a curto ou a médio prazo tornará a situação ainda pior.

Nós europeus infelizmente vimos hoje em dia as coisas de outros povos como se fossem iguais a nós, e somos deveras os culpados de o Médio Oriente ser um Barril de pólvora devido à nossa ignorância (e também dos estadunidenses)[3] e à nossa presunção de superioridade latentes no etnocentrismo[4] e no eurocentrismo[5] que sempre foram desastrosos na política internacional.

Porquê só agora a Europa se preocupa em reconhecer a Palestina, sobretudo ao mesmo tempo que o "Estado Islâmico do Iraque e do Levante" torna-se uma ameaça real à paz? É para acalmar os ânimos travar a continua perda da vida de milhares de cristãos? O que está por trás deste ato que parece mera diplomacia?
Podemos classificá-lo como um ato de coragem ou de covardia? A história mostrará no futuro a resposta.

É preciso entrar na mente do outro, calçar as suas sandálias, e ver com os seus óculos para os compreendermos.

Curioso no meio disto tudo são as contradições, pois o Reino Unido, também não quer libertar a Irlanda do Norte e nem devolver Gibraltar a Espanha, esta por sua vez, não aceita quaisquer possibilidades de separatismo quer dos terroristas como a ETA no País Basco, quer por iniciativas políticas como o referendo que acabou por ter sido proibido de se realizar na Catalunha, além de continuar a ter Ceuta e Melila como enclaves coloniais no norte de África, A mesma Espanha que hoje reconhece a Palestina, é um dos países que se recusa a reconhecer a independência do Kosovo; Por sua vez a França que ainda detém uma grande colónia a Guiana Francesa na América do Sul e também não permite a independência quer do País Basco francês, quer da Córsega acabam por decidir o reconhecimento da Palestina após 70 anos, mesmo quando a Palestina se recusou a ser um país independente para minar à nascença o Estado de Israel.



[1] Palestina era o nome dado a Israel aquando da ocupação romana.
[2] Hamas é um partido e um grupo para-militar que não reconhece Israel como um Estado tal como fora definido na Resolução 181 da ONU em 1947.
[3] Estadunidense é o termo atual para se definir os cidadãos nascidos nos Estados Unidos da América, pois americano é todo aquele que nasce na América o continente vai do Canadá à Terra do Fogo.
[4] Etnocentrismo é o conceito ideológico em que uma determinada etnia se pressupõe superior a outra.
[5] Eurocentrismo é uma visão política e cultural europeia que pressupunha a Europa como o centro do mundo civilizado e a origem de uma grande civilização a nível mundial.


Por Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor                                                                           
Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa ONG, vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, É Blogger desde 2007, com o ideal de cariz Humanista, além disso dedica-se a outros blogs de cariz filosófico, teológico e poético.

domingo, 17 de agosto de 2014

Por Um Silêncio Ativo em Prol da Paz

Promova o Silêncio Ativo, como modo de NVA Não Violência Ativa, porque as palavras também matam; Face aos atuais conflitos no Médio Oriente, sugiro que pare, informe-se e pense. Mantendo o silêncio, contra o ruído informacional.

1º - Entenda que você não está por dentro dos dossiers, e dos bastidores do poder.

2º - Entenda que você não está no terreno, para compreender todo o contexto.

3º -Entenda que você não saberá tudo, a partir, de uma simples Mancha de Jornal, ou de 10 minutos de uma reportagem televisiva que o que mais mostra é sangue.

4º - Entenda que tudo isto leva ao ódio contra pessoas inocentes que nada tem a ver com a origem do conflito.

5º - Entenda que a Paz começa por nossas atitudes, de respeito pela vida humana e a integridade moral e física de pessoas inocentes de ambos os lados do conflito.

Não promova imagens violentas, nas redes sociais, que inclusive podem ser propaganda falsa para conquistar a opinião pública.

Não promova frases e slogans que possam incitar o ódio racial e religioso
Não divulgue noticias que podem não ser verídicas.

Mantenha-se atento, calmo e sobretudo em
SILÊNCIO ATIVO. uma forma de promover a NVA Não Violência Ativa em prol da Paz.



A Arma mais poderosa para se ganhar uma guerra de Informação é a sua
ignorância.


Este artigo respeita as normas do Novo Acordo Ortográfico

Sobre o Autor

 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estagiário em Serviço Social, numa ONG, tendo se licenciado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa - ISCSP/UL, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do ideal humanista, edita ainda outros blogs, desde filosofia à teologia e apoio autodidático. (ver o Perfil)

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Israel - Acordo de Cessar-fogo de 72 horas

Abriu-se uma hipótese para a paz, e para resgatar a imagem de Israel na política externa, sobretudo por razões que são também e acima de tudo de caráter mais humanitário que político.

Israel confirmou domingo à noite, o Acordo de cessar-fogo, de 72, acordado com o mediador do conflito, o Egito, e começa na terça feira pelas 5h00 (hora de Greenwitch), este cessar-fogo mais que uma oportunidade para ações humanitárias, é uma oportunidade de Israel por à prova o Hamas, face à reação que venha a tomar, e saber se será igual aos anteriores quatro cessar-fogo, visto ter o Hamas recusado os mesmos com o intuito de provocar a reação de Israel, e levar o conflito a um nível de irreversibilidade.

Esperemos e vejamos se a partir daqui, se poderá entrar em negociações com a Autoridade Palestiniana e o seu legitimo representante Mahmoud Abbas, para poder-se sentar à mesa das negociações, essa sim, será a batalha final que derrotará por completo o terrorismo extremista, e poderá permitir a Independência da Palestina bem como a Paz a Israel.

Por Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor



 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estagiário em Serviço Social, numa ONG, tendo se licenciado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa - ISCSP/UL, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do ideal humanista, edita ainda outros blogs, desde filosofia à teologia e apoio autodidático. (ver o Perfil)

Israel x Palestina - A Visão de Amos Óz

Acabo de ler um artigo de Amos Óz, com quem concordo plenamente, ele é o fundador do movimento Shalom Achshav (Paz Já) que defende claramente o direito à existência de dois estados Independentes (Israel e a Palestina) bem como defende o direito de Israel se proteger e responder aos atos terroristas, ataca inequivocamente o terrorismo covarde do Hamas, e considera no entanto ser exagerada esta ofensiva, pelo facto de ser o Hamas a tirar o proveito político, devido ao número de vitimas, mesmo que sejam escudos humanos, são esses os objetivos do Hamas, e Israel está a fazer precisamente o que o Hamas quer.

Eu penso que em política os atos ainda que de legitima defesa, devem ter sempre em conta, não apenas o momento presente, mas as necessidades futuras, e se em política isso não for bem avaliado, pode-se entrar numa situação a que eu chamo de "Ponto de Não-Retorno" ou a Irreversibilidade da situação. E eu falo precisamente, de um possível isolamento político e diplomático de Israel em grande escala, com a agravante do recrudescimento do sentimento antissemita que neste momento se soma à xenofobia e racismo, que estão em crescimento no coração da Europa.

O que se deve fazer é tudo menos dar razão e força política ao Hamas, por não ser o legitimo representante da Autoridade Palestiniana, legitimidade essa que pertence a Mahmoud Abbas, que está no entanto enfraquecido politicamente com esta situação.


Fonte 1: Deutsche Welle www.dw.de/notícias/
Fonte 2: Folha de S. Paulo www1.folha.uol.com.br/israel

Por Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor


 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estagiário em Serviço Social, numa ONG, tendo se licenciado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa - ISCSP/UL, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do ideal humanista, edita ainda outros blogs, desde filosofia à teologia e apoio autodidático. (ver o Perfil)

 
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