Há dias, a Espanha sagrou-se campeã mundial de futebol feminino, toda a Espanha celebrou em êxtase a vitória, e um único gesto, um beijo, um único beijo, consentido ou não, roubou os holofotes da festa para se tornar num acontecimento mediático que percorreu o mundo inteiro, durante vários dias não se falava de outra coisa, o Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol Rubiales beijara na boca a capitã da equipa auri-rubra, a tal ponto que já não interessava a Guerra na Ucrânia, os golpes de Estado em África a cobro do grupo Wagner, a morte de Perigozhin ou o processo judicial contra Donald Trump, foi apenas um beijo, que se tornou a coisa mais importante do mundo, como se de repente já não existisse mais nada de importante, apenas um beijo era tudo o que movia paixões e ódios.
O que ajudou a isto, foi a crise política espanhola, a Espanha que é actual Presidente da Europa, está praticamente sem governo, o impasse criado nas eleições de Julho não trouxeram maioria a nenhuma das principais forças políticas, e o actual Primeiro Ministro Pedro Sanchez do PSOE, tenta evitar que Alberto Nuñes Feijó forme governo, assim, o beijo foi aproveitado para incendiar o ambiente politico em Espanha, geraram-se manifestações de protesto contra Rubiales, no qual estiveram vários ministros socialistas, por outro lado foram feitas manifestações de apoio a Rubiales, dizendo que não ocorrer um assédio sexual como alguns defendem.
Eu pessoalmente não defendo Rubiales, mas não se viu a jogadora Jenni Hermoso a repudiar o beijo, pelo que terá abraçado Rubiales levantando-o do chão, e o beijo ainda que inesperado não suscitou um gesto de recusa, o que me dá a entender que não terá sido a primeira vez e que havia algum consentimento implícito, de modo que, parece-me estranho e forçoso transformar em crime de "agressão sexual" um gesto de afecto espontâneo num momento de euforia, ainda que inesperado. Ou seja, um erro está a levar a outro erro.