quinta-feira, janeiro 08, 2015
Filipe de Freitas Leal
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Às vezes apetece-me estar só, como num
deserto e travessa-lo implacavelmente, não um deserto árido, quente e arenoso, mas
um deserto interior à minha medida, onde possa purificar o coração e a mente, e
assim tornar-me cada vez mais, um ser coerente.
Um deserto que pacifique o que há em mim e de
facto há algo que alguns gostam muito e há algo em mim que outros detestam, os
que gostam, gostam do que lhes dou, e os que me detestam, detestam o que não
lhes posso dar.
Essa é a escravatura moderna, o querer
agradar, quanto a mim, é o querer agradar a todos, quando na realidade só se
deve agradar HaShem.
Não se pode dar o que não se tem para dar, mas
posso dar a amizade mais verdadeira e forte que alguma vez alguém deu.
Posso dar os meus afetos, o apoio e a
valorização que merecem tal como fizeram comigo, ensinando-me a fazer o mesmo.
Mas não posso discutir, porque isso mata-me
por dentro pois discutir é uma mera barganha, do meu e do teu, do certo e do
errado, do bem e do mal e isso não gera compreensão nem entendimento.
E assim Nunca estou como estou e sou como
sou, são assim as coisas, aceito-vos, são assim as pessoas, respeito-vos, mas
nunca me verão pedir para serdes diferentes ou que me dêem o que não podeis dar-me
mais do que já tenham dado.
Autor Filipe de Freitas Leal
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.