sábado, 15 de agosto de 2020

Crise Demográfica - O Problema Europeu


A ascensão dos partidos de Extrema-direita na Europa e de sentimentos de xenofobia e racismo, têm vindo a recrudescer no seio da União Europeia, através de choque e confronto de culturas entre população autóctone e imigrante. Mas por outro lado, estão a ofuscar o verdadeiro problema que está por trás disso, a crise demográfica verificada com a queda de natalidade e as consequências que terá para o futuro da Europa.
Num estudo publicado pela Pordata, e realizado pela União Europeia, sobre o índice de fecundidade, efetuado entre os 27 Estados membros da UE, Portugal ficou em 20.ª posição com 1,4 filhos por mulher e a Alemanha em 13.ª com 1,6 filhos por mulher, esta queda de natalidade vem acentuando de forma acelerada o declínio da população, pela incapacidade de reposição da população autóctone. A Taxa de reposição populacional teria que ser no mínimo de 2,2 filhos por mulher, todavia, nenhum país da Europa tem este índice.
Os países que se encontram nos últimos lugares são Chipre, Itália, Espanha e Malta com 1,3 filhos por mulher. Ou seja, a incapacidade de a Europa repor a sua população autóctone é negativa, pelo que os Estados membros recorrem à Imigração de mão-de-obra estrangeira para poder repor o índice populacional e manter a dimensão da economia e a capacidade de consumo no mercado interno.
Os estudos Demográficos juntamente com estudos sociológicos, ajudam-nos a obter respostas para podermos compreender aspetos importantes na alteração da cultura e dos valores, bem como das relações sociais que surgem entre a população autóctone e a população imigrante, fazendo surgir mais questões, como:
1 - "Será que haverá uma simbiose de culturas, ou manter-se-ão separadas num "Melting Pot" típico de uma sociedade multicultural e multiétnica?
2 - "A cultura tradicional dos povos europeus conseguirá ceder lugar às tradições trazidas pelos imigrantes?
3 - "Visto que há uma séria crise demográfica denominada por "Envelhecimento Populacional", verificada no Topo da pirâmide pela longevidade da população adulta, e na  Base, pela redução da natalidade, resta saber quais as consequências para os Estados europeus devido ao declínio da sua população"?


Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Obrigado Vs. Gratidão - Qual o Termo Certo?

Está a verificar-se uma crescente moda de se dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado" ou "Agradecido"; mas afinal qual é a forma correcta?
É preciso conhecer antes de mais a origem etimológica das palavras e a sua semântica, ‘gratidão’ vem do Latim (gratitudo) e significa a virtude de ser grato, já a palavra ‘obrigado’ vem também do Latim (obligatius) e significa o sentimento de obrigação de reconhecimento e vínculo como agradecimento.
Assim, nota-se uma diferença enorme entre a palavra "Gratidão" e a palavra "Obrigado", ou "Agradecido", isto porque 'Gratidão' por si só, é um sentimento de satisfação perante um bem, um favor ou um serviço recebido de outrem, é também uma qualidade de carácter ou virtude; por outro lado, dizer "Obrigado(a)" ou "Agradecido(a)" é o gesto que reconhece e exterioriza esse sentimento de gratidão perante o outro.
Todavia, quando se diz apenas "Gratidão", não se está a especificar nada, nem o que agradecemos, nem a quem se destina esse sentimento, é algo vago, como uma comunicação Lacónica, ou seja incompleta.
Neste sentido, ao dizermos "Obrigado(a)" estamos a ter um gesto nobre e que implica um vinculo, não de divida como comummente se tem apregoado, mas sim um vínculo de amizade, de "reconhecimento" perante o gesto favorável que recebemos do outro.
Portanto, não devemos dizer "Gratidão", mas sim "Obrigado(a)" ou se preferir, basta dizer "Agradecido(a).
Podemos ilustrar em outros idiomas a diferença de dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado(a)" ou "Agradecido(a)", por exemplo no inglês seria Gratitude no lugar de 'Thank You', em espanhol será Gratitud em vez de 'Gracias', no italiano seria Gratitudine no lugar de 'Grazie', ou ainda, no francês usar o Reconnaissance substituindo 'Merci'. Ficou claro agora?
Não nos esqueçamos que o nosso idioma português tem 900 anos, é nosso direito conhece-lo, aprender o idioma e é a nossa obrigação fala-lo correctamente; por opção podemos estudar a origem etimológica das palavras e divulgar o uso correcto do idioma, e ainda, Conhecer o Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino, para não embarcarmos em modas linguísticas.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

 
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