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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

As Causas do Conflito Israelo-árabe (4)


Um dos maiores antissemitas do Irão foi o ex-presidente Ahmadinejad, que certa vez afirmou: "Se o Holocausto existiu e se foram os alemães os responsáveis pelo Holocausto, então que tivessem criado Israel na Alemanha".

Ora, o que Ahmadinejad não sabe e nem entende, é que os Judeus não têm ligação à Alemanha e sofreriam ataques, como o do fatídico 7 de outubro de 2023.
Não esqueçamos que mesmo depois do Holocausto, ocorreu um enorme Pogrom na Polónia, onde foram reavivadas as acusações de libelo de sangue contra os judeus, na Alemanha não seria diferente, porque é a Pátria dos Povos Germânicos, sendo assim, se é para lutar por uma pátria judaica, então só a Palestina vale a luta, porque é a Terra ancestral dos judeus, e de onde sempre residiu um número remanescente.

Nem seria diferente se tal como sugerido no início do século XX, se se colocasse todos os judeus da Europa no Alentejo (sul de Portugal), ou outras propostas que iam no sentido de os "despejar" em Angola (na altura era uma Província ultramarina de Portugal, daí o facto de Salazar chamar à I República, de a Republica Judaica).

Ouve ideias de nos enviarem para o Quénia, Etiópia, mas em vão, porque todas essas terras tinham gente autóctone, gente que chama àquela terra de sua pátria; então a solução para o problema judaico ou Questão Judaica que continuava a ensombrar a Europa era, até que Balfour deu força ao movimento do Sionismo ao declarar: "Os judeus têm o direito de criar um estado judaico na sua pátria ancestral na Palestina". Há que lembrar, que naquela altura os judeus nascidos na Palestina eram igualmente palestinianos, tal como eram palestinianos os árabes e os cristãos lá nascidos, a Palestina nunca fora uma Nação no sentido étnico, tal como o Alentejo ou as Beiras não o são, são meramente partes territoriais da nação, etnia ou outro adjetivo para a nacionalidade portuguesa.

Nesse sentido e após a trágica experiência do Holocausto Nazi-fascista com a sua Solução Filal que levou à morte de 6 milhões de judeus nos campos de extermínio, por isso a a comunidade internacional viu a necessidade e a possibilidade de promover a Partilha da Palestina em 1947 entre palestinianos judeus e palestinianos árabes.

E não, Ahmadinejad não tinha, nem tem nenhuma razão, é apenas um Senhor da Guerra, um antissemita, um antissionista, um antijudaico, um antiocidental, presidiu o Irão, uma ditadura teocrática que persegue os curdos e minorias religiosas. O Irão que é hoje o Desestabilizador continental que ao promover a Guerra e não a paz, pode conduzir a região do Médio Oriente para uma grande guerra.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Bring Them Home Now - O Drama dos Reféns


Ha ainda nos túneis de Gaza, um numero estimado em 136 reféns israelitas e judeus sequestrados no fatídico dia dos massacres de 07/10/23 no sul de Israel, reféns que são usados como moeda de troca por parte do grupo terrorista Hamas. Dos reféns acima referidos, acredita-se que cerca de 30 já tenham falecido, restando pouco mais de 100.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.



sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Está tudo errado debaixo do Sol.

A maioria das pessoas toma partido de um dos lados do conflito israelo-árabe por puro sectarismo, quer seja ideológico, quer seja religioso, ou pura e simplesmente porque a posição de A ou de B agrada-lhes mais. Todavia as coisas não são assim tão fáceis de definir, nada é tão linear como o nascimento e a morte, a vida é feita de nuances, e por trás das aparências há a natureza dos factos, aquilo a que chamamos verdade ou mentira, honestidade ou engano, temos portanto, de estar bem informados e ser sobretudo desconfiados (perante os discursos odiosos de quem quer que seja), devemos também ser críticos connosco próprios, só assim podemos ter claramente uma posição, caso contrário, seremos mero gado, seremos manipulados e usados por interesses que nem conhecemos, e as nossas opiniões, serão fruto da manipulação dos média, e pior ainda das redes sociais, não serão nossas opiniões e nem livres, senão na aparência.

É por este motivo que considero perigosas as posições de uma parte da Esquerda perante o que se passa no conflito Israelo-árabe, porque são formadas por questões ideológicas, baseadas na aparência dos factos, e porque em verdade, este conflito ultrapassa a lógica ocidental, liberal e agnóstica. Porque a esquerda está muito aquém da verdade dos factos, tudo o que pensa, expressa e prega sobre os judeus e muçulmanos parte de uma premissa e uma atitude de menosprezo e presunção de superioridade moral e intelectual que de facto não têm.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Israel Vs Hamas - A Solução dos Dois Estados


Em verdade, a Solução dos 2 Estados, aprovada pela Resolução 181 da ONU em 1947, foi o que legitimou e permitiu o ressurgimento de Israel, como um Estado Refúgio para todos os judeus perseguidos, porque era uma necessidade imperiosa regressar a Eretz Yisrael após o Holocausto, resta lembrar que na altura a Palestina tinha apenas 1,6 milhões de habitantes, salvo erro, dos quais 600 mil eram judeus, havia espaço para ambos os povos e os dois países soberanos lado a lado, nem foram os árabes palestinianos que recusaram, foram os outros árabes.
Portanto, Israel historicamente nunca esteve contra a solução dos dois Estados, e sempre que esse acordo esteve muito próximo de se concretizar, os árabes recusaram-no pura e simplesmente, tal como o Hamas que pedia tréguas, recusou há dias a proposta de Israel de dois meses de cessar-fogo. Ao recusar a proposta mostram quem são de facto.
Mas hoje o Xadrez político mudou, as peças do jogo que está em cima da mesa é o interesse internacional para se evitar a escalada da guerra e um conflito Mundial, os sauditas, o Emirados Árabes, o Bahrein e outros países árabes querem a solução dos dois Estados porque Israel é já uma realidade inegável e não vai voltar atrás, os judeus não têm para onde ir, e além disso, a guerra que no fundo o Hamas impõe aos palestinianos com um sofrimento sem fim, é na verdade usada para que os mártires (escudos humanos) apareçam nos média internacionais para conquistar apoio para uma causa que não é de facto a libertação dos árabes da Palestina, mas sim a destruição do Estado Judaico de Israel, que os muçulmanos radicais e fanáticos consideram estar em solo sagrado do Islão.
Mas os árabes modernos não são os mesmos de há 80 anos, querem paz e progresso e para tal, há que isolar o Irão e silenciar os seus proxys, o Hamas, o Hezbollah e os Houthis.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Quando a Judeia passou a chamar-se Palestina?

Quando e Porquê é que a Judeia passou a chamar-se Palestina?

Fora no ano 135 por ordem do Imperador Adriano. Mas tudo começara no ano 66 quando deu-se inicio a Primeira Grande Revolta Judaica, à semelhança do que séculos mais recuados havia acontecido contra a dominação grega, a revolta culmina na vitória dos romanos no ano 70 EC (da Era Comum) e transformou-se numa catástrofe de proporções inimagináveis, para além do número elevado de mortos no confronto, fora também destruído o Segundo Templo de Jerusalém e os seus despojos foram saqueados e levados para parte incerta, além de que no ano 73 EC os romanos conquistam Massada, onde já só encontraram familias e soldados mortos.
Houve uma segunda e terceira grande revolta judaica, a ultima de Bar Kokba, no ano 132 a 135, culmina em várias mortes, e na crucificação de mais de 2500 judeus pregados em cruzes espalhadas pelas avenidas e estradas (Vias romanas), Jerusalém fora destruída, feita terraplanagem com os seus escombros e reconstruída como uma nova cidade com o nome de Élia Capitolina, toda a antiga Jerusalém, da Época de Herodes, Jesus ou Hillel, desaparecera para sempre.
Não satisfeitos com a vitória, os romanos impuseram uma severa humilhação aos judeus, mudaram o nome de Judeia (a terra dos judeus) para Palestina (em árabe Falastin), Palestina deriva de Filisteia, a terra dos filisteus, antigo povo já extinto, que teria vivido em Canaã há altura de Moisés, como os filisteus tinham sido os maiores inimigos de Israel, mudar o nome para Palestina era retirar o direito aos judeus de viverem na sua própria terra.
Além de anular o nome de Judeia, os romanos impuseram a Diáspora forçada, expulsando a esmagadora maioria dos judeus da sua própria terra, espalhando-os por todo o império romano, estando a maioria em Roma, diáspora essa que durou perto de 1900 anos. Até à Independência face ao Mandato Britânico em 1948.
Portanto, não foi a Palestina que passou a chamar-se Israel, mas sim, a Judeia, a terra dos judeus que passou a ser denominada de Palestina, terra de um povo que já nem existia.

Autor Filipe de Freitas Leal com a colaboração do Rabbi Shlomo Pereira

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

 
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