domingo, 25 de junho de 2023

Intentona Militar Fez Tremer o Krémlin

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 O feitiço virou-se contra o feiticeiro, e Yevgueny Prigozhin, líder do grupo paramilitar de mercenários "Wagner" rebelou-se e levou avante um Golpe de Estado contra Vladimir Putin, indo em direção a Moscovo, no que chamou de "Marcha da Justiça" com cinco mil mercenários, tendo o Grupo Wagner chegado a ocupar a cidade de Rostov que é a capital de um Oblast (Província) do mesmo nome. Prigozhin alega a traição do Poder Central contra os combatentes e Putin diz que o golpe é uma "Facada nas Costas".

O mundo ficou perplexo e ao mesmo tempo preocupado, porque derrubar Putin, pode parecer ser bom, mas na verdade há sempre uma dúvida, se quem ocupar o lugar de Putin, ainda mais com um Golpe de Estado, será alguém que promova a democracia e a paz, ou pelo contrário será alguém pior ainda do que Putin? É esta a dúvida, primeiro porque não se sabe exatamente quem está por trás da organização deste Golpe de Estado, será apenas Prigozhin? Não parece que seja, não é um militar de carreira, embora ter criado o Grupo Wagner, e a participação na Guerra da Ucrânia tenha-lhe dado alguma experiência, que todavia não é suficiente para levar a cabo um Golpe de Estado.

O Golpe foi todavia abortado, tendo Putin negociado com Prigozhin as condições da rendição, pelo que as tropas revoltosas recuam, e o seu líder Prigozhin, fica em exílio na Bielorrússia de Lukashenko, que foi quem intermediou as negociações. Todavia, as principais exigências (que poderão não ser totalmente conhecidas do ocidente) que era a substituição dos comandos militares e do Ministro da Defesa russo, que poderão ter sido acatadas, mas não se sabe se na totalidade ou apenas uma parte por Putin, resta saber se apesar do golpe aparente na imagem do Krémlin fica abalada ou se sai reforçado deste episódio.

O que poderá ser tido como certo, é que após esta intentona, o Regime de Putin, não será o mesmo, Putin irá fechar ainda mais o regime, e proteger-se ainda mais de outras possíveis intentonas. Todavia, Putin não é eterno, será substituído mais tarde ou mais cedo, resta saber por quem e o que pretendem os seus sucessores, tendo em conta que em toda a História a Rússia só viveu em democracia durante o governo de Bóris Yelsin de 1991 até 1999. Atualmente a Rússia claramente não é um fascismo, como muitos querem fazer crer, nem uma ditadura, mas sim um regime hibrido, ou seja, um regime que mistura a democracia com autoridade forte.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

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