Em verdade, a Solução dos 2 Estados, aprovada pela Resolução 181 da ONU em 1947, foi o que legitimou e permitiu o ressurgimento de Israel, como um Estado Refúgio para todos os judeus perseguidos, porque era uma necessidade imperiosa regressar a Eretz Yisrael após o Holocausto, resta lembrar que na altura a Palestina tinha apenas 1,6 milhões de habitantes, salvo erro, dos quais 600 mil eram judeus, havia espaço para ambos os povos e os dois países soberanos lado a lado, nem foram os árabes palestinianos que recusaram, foram os outros árabes.
Portanto, Israel historicamente nunca esteve contra a solução dos dois Estados, e sempre que esse acordo esteve muito próximo de se concretizar, os árabes recusaram-no pura e simplesmente, tal como o Hamas que pedia tréguas, recusou há dias a proposta de Israel de dois meses de cessar-fogo. Ao recusar a proposta mostram quem são de facto.
Mas hoje o Xadrez político mudou, as peças do jogo que está em cima da mesa é o interesse internacional para se evitar a escalada da guerra e um conflito Mundial, os sauditas, o Emirados Árabes, o Bahrein e outros países árabes querem a solução dos dois Estados porque Israel é já uma realidade inegável e não vai voltar atrás, os judeus não têm para onde ir, e além disso, a guerra que no fundo o Hamas impõe aos palestinianos com um sofrimento sem fim, é na verdade usada para que os mártires (escudos humanos) apareçam nos média internacionais para conquistar apoio para uma causa que não é de facto a libertação dos árabes da Palestina, mas sim a destruição do Estado Judaico de Israel, que os muçulmanos radicais e fanáticos consideram estar em solo sagrado do Islão.
Mas os árabes modernos não são os mesmos de há 80 anos, querem paz e progresso e para tal, há que isolar o Irão e silenciar os seus proxys, o Hamas, o Hezbollah e os Houthis.
Autor Filipe de Freitas Leal
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