Portugal e Espanha,
principais parceiros europeus da Venezuela reconheceram Juan Guaidó como
legítimo Presidente Interino da República Bolivariana da Venezuela, ato
semelhante ao que foi tomado em bloco na mesma manhã do dia 4 de fevereiro por
vários países europeus, como a Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Suécia,
Holanda, Bélgica, Dinamarca, Finlândia Chéquia e Áustria entre outros. Este
reconhecimento dá-se depois do reconhecimento dado por Estados Unidos, Canadá,
Brasil, Colômbia, Paraguai e Israel.
Para os europeus, que
sempre ficam quietos em grandes conflitos, o reconhecimento de Guaidó, sem se aliarem
a Donald Trump, não é senão o tentar marcar terreno no xadrez político e
mostrar alguma coesão na diplomacia conjunta da UE, no entanto, tendo usado como argumento o objetivo da convocação de
eleições livres e a redemocratização da Venezuela; somente a Itália votou
contra e ficou isolada.
A Rússia e a China
chamam de intervenção estadunidense e europeia sobre os assuntos da Venezuela,
mas se virmos bem, é exatamente igual à intervenção russa e chinesa sobre os
destinos do povo venezuelano, ou seja, uns interferem dizendo que é para defender
os Direitos Humanos, outros interferem para manter no poder um regime
torcionário que nada tem a ver com Hugo Chavez, no entanto, é interessante para
a nova Guerra-Fria.
Por outras palavras,
joga-se no solo venezuelano a reorganização geoestratégica das novas potencias
emergentes, que todavia, são ditaduras, como a China de Xi Ji Ping e a Rússia
de Putin; logo entendo que, tanto Juan Guaidó como Maduro são manipulados por
esse jogo perigoso da disputa das potencias entre si. O que está verdadeiramente
em causa, para os EUA é o Petróleo, para a China e a Rússia o enfraquecimento
político do Ocidente em geral e o fim da hegemonia estadunidense em particular.
Seria importante que a
Rússia e a China explicassem qual a lógica de apoiar Nicolas Maduro e deixar o
povo venezuelano numa situação de emergência a passar fome, ou de ver os
cidadãos serem mortos durante as manifestações, por agentes encapuçados a
serviço do regime, que no fim de janeiro ceifou a vida a dois jovens indefesos,
um deles tinha apenas 17 anos; além disso muitos apoiantes da oposição e lideres políticos da oposição têm sido presos, outros tiveram que fugir do país ou foram mortos.
A maneira de vermos a
realidade da Venezuela é observar as centenas de milhares de venezuelanos que
atravessam a fronteira à procura de um trabalho qualquer para sobreviver,
vários milhares estão em Portugal, Espanha, outras centenas atravessam a fronteira
com o Brasil, chegam completamente destroçados e esgotados mas com esperança.
Autor Filipe de Freitas Leal
0 comentários:
Enviar um comentário