terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A Realidade Liquida Segundo Zigmund Bauman

 Download do Livro - Modernidade Líquida
Zigmund Bauman, é um dos maiores expoentes do pensamento do fim do Século XX e inicio do Século XXI, com 90 anos de idade, e já com alguma dificuldade, ainda assim continua a escrever livros, dá entrevistas e viaja de avião para outros países e continentes para participar de palestras e conferências em universidades ou congressos.
Bauman, nasceu na Polónia em 1925, no seio de uma família judaica; Durante a II Guerra Mundial, lutou no exercito soviético contra as tropas da Alemanha nazista, após o fim do conflito da Grande Guerra, forma-se em sociologia na URSS, torna-se professor universitário em Varsóvia até 1968, ano em que é afastado da Universidade de Varsóvia, devido às suas ideias consideradas subversivas para o então regime comunista polaco, nesse ano foge da Polónia devido a perseguições antissemitas, e exila-se no Reino Unido.
As ideias defendidas por Bauman, são referentes à crise civilizacional que se vive hoje, nomeadamente da Sociedade da Informação. Bauman vem aprofundar o que outros escritores, sociólogos ou pensadores indagaram e aventaram em termos de previsões sócio-políticas ou económicas, tais como Edgar MorinAlvin Toffler com o seus livros "O Choque do Futuro" e a "Terceira Vaga"John Nesbitt com "Megatrends" ou ainda o economista estadunidense John Kenneth Galbraith com o livro "A era da incerteza". Neste sentido, pode-se ver que ao adentrar no fim de um século e a viver e estudar o inicio do século seguinte, Bauman faz como que o epilogo das teorias que o antecederam. Ora, se por um lado temos Morin que nos falava da inevitável evolução cultural e educacional quer nos seus estudos epistemológicos, quer sociológicos referentes à educação do futuro, Toffler varre por completo a história e toda a sociedade com a terceira vaga e o fim da era industrial, é já a visão do começo de uma nova Era a da revolução informacional e tecnológica que se faz sentir, o nascimento de uma nova sociedade que é corroborada em paralelo pelas tendências previstas em Nesbitt. Contudo cabe a Galbraith rever toda a história social e económica e impor o cunho da incerteza como o que melhor definia o fim da era; Todavia é com Francis Fukuiama que se reacende o tema, com o seu livro "O fim da história e o último homem", crendo que o fim do comunismo soviético e a queda do Muro de Berlim teriam iniciado as condições irreversíveis para se atingir a conclusão da história.
Fim da história que já havia sido visionado e defendido dois séculos antes por Hegel e a sua dialética, também com Karl Marx no seu livro "O Capital" preconizava pela sua análise sociológica o fim da luta de classes, que ele considerava ser o verdadeiro motor da História.
Para todos esses pensadores o que representava então o fim da História? Antes de mais, o importante é saber o que era para eles a História? Não era claramente, uma mera informação cronológica de acontecimentos sucessivos, mas sim o de um processo de evolução social, cultural, material e intelectual da humanidade, pela dialética que mais não era do que a repetição sucessiva de tentativa e erro, até chegar-se à conclusão, isto é, atingir um regime político, uma evolução tecnológica, um modelo económico, uma evolução cultural e intelectual, que nos possa permitir afirmar que se chegou enfim à síntese perfeita, ou seja, o fim da história.
Bauman não se preocupou em saber se se chegou ou não ao fim da história, mas antes, o de observar e denunciar as consequências do caminho que a nossa civilização percorreu até aqui, por outras palavras, qual é a realidade concreta, ou líquida no dizer de Bauman, deste modelo saído do modelo neoliberal hegemónico, globalizado e de uma civilização em que por mais desenvolvida que esteja, do ponto de vista tecnológico, tornou as pessoas mais individualistas e isoladas, onde as situações e relações no mundo do trabalho, vizinhança, sociedade enfim, são efémeras, frágeis, imprevisíveis e na qual os cortes são bruscos, geram no dizer de Bauman um vazio identitário.
E não poderia deixar de ser frágil a pessoa humana numa civilização em que os cidadãos deixam de valorizar a democracia, e até mesmo o Estado, no qual vivem ou ao qual pertencem, pois sentem que o Estado se fragilizou e instrumentalizou a favor dos interesses dos meta-estados como a UE ou o NAFTA, também das mega corporações multinacionais, que chegam a ter receitas superiores às do PIB de vários países.  
Um dos livros mais influentes de Bauman é precisamente "Modernidade Líquida" onde aborda as relações entre as pessoas num mundo globalizado onde tudo é efémero e onde as ideologias morreram.

Downloads de E-books
 A Cegueira Moral
 Vida Líquida
 Amor Líquido
 Modernidade e Holocausto
 Vida a Crédito
 Vida em Fragmentos
 Capitalismo Parasitário



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.


2 comentários:

Gretzitz disse...

Perfeita a leitura de nossa atual realidade por parte do autor! Obrigado por compartilhar!

Filipe de Freitas Leal disse...

De nada caro leitor, eu é que agradeço a sua mensagem, esteja sempre à vontade para as observações, comentários e sugestões que queira colocar.
Os meus cumprimentos.
Filipe Leal.

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