Zigmund Bauman, é um dos maiores expoentes do
pensamento do fim do Século XX e inicio do Século XXI, com 90 anos de idade, e
já com alguma dificuldade, ainda assim continua a escrever livros, dá entrevistas e viaja de avião para outros países e continentes para participar de palestras e
conferências em universidades ou congressos.
Bauman, nasceu na Polónia em 1925, no seio de
uma família judaica; Durante a II Guerra Mundial, lutou no exercito soviético
contra as tropas da Alemanha nazista, após o fim do conflito da Grande Guerra, forma-se em sociologia na URSS, torna-se
professor universitário em Varsóvia até 1968, ano em que é afastado da
Universidade de Varsóvia, devido às suas ideias
consideradas subversivas para o então regime comunista polaco, nesse
ano foge da Polónia devido a perseguições antissemitas, e exila-se no
Reino Unido.
As ideias defendidas por Bauman, são
referentes à crise civilizacional que se vive hoje, nomeadamente da Sociedade
da Informação. Bauman vem aprofundar o que outros escritores, sociólogos ou
pensadores indagaram e aventaram em termos de previsões sócio-políticas ou
económicas, tais como Edgar Morin, Alvin Toffler com o seus livros "O Choque do Futuro" e a "Terceira
Vaga", John Nesbitt com "Megatrends" ou
ainda o economista estadunidense John Kenneth Galbraith com o
livro "A era da incerteza". Neste sentido, pode-se ver
que ao adentrar no fim de um século e a viver e estudar o inicio do século
seguinte, Bauman faz como que o epilogo das teorias que o antecederam. Ora, se
por um lado temos Morin que nos falava da inevitável evolução cultural e educacional quer nos seus estudos epistemológicos, quer sociológicos referentes à educação do futuro, Toffler varre por completo a história e toda a sociedade com a
terceira vaga e o fim da era industrial, é já a visão do começo de uma nova Era
a da revolução informacional e tecnológica que se faz sentir, o nascimento de uma nova sociedade que é
corroborada em paralelo pelas tendências previstas em Nesbitt. Contudo cabe a
Galbraith rever toda a história social e económica e impor o cunho
da incerteza como o que melhor definia o fim da era; Todavia é com Francis
Fukuiama que se reacende o tema, com o seu livro "O fim
da história e o último homem", crendo que o fim do comunismo
soviético e a queda do Muro de Berlim teriam iniciado as condições
irreversíveis para se atingir a conclusão da história.
Fim da história que já havia sido
visionado e defendido dois séculos antes por Hegel e a
sua dialética, também com Karl Marx no seu livro "O
Capital" preconizava pela sua análise sociológica o fim da luta
de classes, que ele considerava ser o verdadeiro motor da História.
Para todos esses pensadores o que
representava então o fim da História? Antes de mais, o importante é saber o que era para eles a História? Não era claramente, uma mera informação cronológica de
acontecimentos sucessivos, mas sim o de um processo de evolução social,
cultural, material e intelectual da humanidade, pela dialética
que mais não era do que a repetição sucessiva de tentativa e
erro, até chegar-se à conclusão, isto é, atingir um regime político, uma
evolução tecnológica, um modelo económico, uma evolução cultural e intelectual,
que nos possa permitir afirmar que se chegou enfim
à síntese perfeita, ou seja, o fim da história.
Bauman não se preocupou em saber se se chegou
ou não ao fim da história, mas antes, o de observar e denunciar
as consequências do caminho que a nossa civilização percorreu até
aqui, por outras palavras, qual é a realidade concreta, ou líquida no dizer de
Bauman, deste modelo saído do modelo neoliberal hegemónico,
globalizado e de uma civilização em que por mais desenvolvida que esteja, do
ponto de vista tecnológico, tornou as pessoas mais individualistas e isoladas,
onde as situações e relações no mundo do trabalho, vizinhança, sociedade enfim,
são efémeras, frágeis, imprevisíveis e na qual os cortes são bruscos,
geram no dizer de Bauman um vazio identitário.
E não poderia deixar de ser frágil a pessoa
humana numa civilização em que os cidadãos deixam de valorizar a democracia, e
até mesmo o Estado, no qual vivem ou ao qual pertencem, pois sentem que o Estado se fragilizou e instrumentalizou a favor dos interesses dos meta-estados
como a UE ou o NAFTA, também das mega corporações multinacionais, que
chegam a ter receitas superiores às do PIB de vários países.
Um dos livros mais influentes de Bauman é
precisamente "Modernidade Líquida" onde aborda as relações entre as
pessoas num mundo globalizado onde tudo é efémero e onde as ideologias morreram.
Downloads de E-books
A Cegueira MoralVida Líquida
Amor Líquido
Modernidade e Holocausto
Vida a Crédito
Vida em Fragmentos
Capitalismo Parasitário
Autor Filipe de Freitas Leal
Vida em Fragmentos
Capitalismo Parasitário
Autor Filipe de Freitas Leal
2 comentários:
Perfeita a leitura de nossa atual realidade por parte do autor! Obrigado por compartilhar!
De nada caro leitor, eu é que agradeço a sua mensagem, esteja sempre à vontade para as observações, comentários e sugestões que queira colocar.
Os meus cumprimentos.
Filipe Leal.
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