Portugal
vai a votos dia 22 de janeiro para escolher o novo Presidente da República,
contudo, nunca uma campanha eleitoral fora tão diferente das anteriores como
esta, primeiro porque foi extremamente morna e apagada, segundo porque para os
portugueses tanto faz quem seja o próximo presidente, será obviamente muito
melhor e mais competente do que Cavaco Silva, que sai com o mais baixo índice de
popularidade que algum ex-presidente possa ter tido.
Ao que
pretendiam ver nesta campanha uma eleição partidária enganaram-se, curiosamente
a esmagadora maioria dos candidatos é independente, ou diz-se independente. O
que no entanto não impede a dicotomia esquerda x direita que se traduz num
duelo entre dois colegas (professores catedráticos da Universidade de Lisboa) Marcelo
e Sampaio.
Marcelo Rebelo de Sousa, (67
anos) fundador do PSD e ex-diretor do semanário “Expresso”, candidatou-se como
independente, mas acabou por receber o apoio oficial do seu partido e do
Partido Popular. Contudo Marcelo não é afeto à área da atual direção do
Partido, que aliás não queria a sua candidatura, tendo preferido apresentar Rui
Rio que no entanto não quis avançar.
Marcelo
conta com 51,8% de intenções
de voto, em sondagens com uma margem de erro de 3%, o que poderá traduzir-se
numa votação entre os 48 e os 54%, caso se concretize os 51 ou 54% Marcelo será
o novo presidente eleito logo à primeira volta, caso seja os 48%, concorrerá
numa segunda volta com o segundo colocado.
Sampaio da Nóvoa, (61
anos), foi professor catedrático e ex-reitor da Universidade de Lisboa, é
candidato independente, mas militante do PS Partido Socialista, recebendo apoio
de uma parte considerável do seu partido, incluindo do Primeiro Ministro António
Costa, Mário Soares, Ramalho Eanes, Jorge Sampaio entre outros, recebe apoio
dos partidos Livre/Tempo de Avançar, MRPP. Sampaio tem nas sondagens cerca de 22% das intenções de voto, tem no entanto a hipótese de ir disputar uma segunda volta com Marcelo. É aliás a quem darei o meu voto, depois explicarei porquê.
Outros
candidatos, vindos do PS são: Maria de
Belém Roseira, (66 anos) ex-ministra da Saúde de António Guterres, tem 8% das intenções de voto; Henrique Neto, (79 anos) é empresário
de indústria de moldes, conta com o apoio de uma pequena parte do partido, tem 1% das intenções de voto; Vitorino Silva, (44 anos) conhecido
como Tino de Rãs é calceteiro e conta apenas com apoios regionais, devido à sua
experiencia autárquica, tem 2% das intenções de voto; Cândido Ferreira, (66 anos) é médico, obtém algum apoio dos
organismos socialista do norte de Portugal, com 1% das intenções de voto.
Com
tantos candidatos vindos do seio do Partido Socialista, e nenhum com apoio
oficial do partido, o que faz dispersar votos, devido a uma continua teimosia
em evitar o sistema de primárias como faz os Estados Unidos da América, o PS
faz entender aos eleitores que não está na disputa para ganhar estas eleições
acabando por entregar a vitória de mão beijada a Marcelo Rebelo de Sousa.
Os
demais candidatos são maioritariamente de Esquerda: Marisa Matias, (39 anos) socióloga, eurodeputada pelo Bloco de
Esquerda, conta com 8% das intenções de voto; Edgar Silva, (53 anos) ex-sacerdote católico, deputado regional na
Madeira, apoiado pela CDU (PCP/PEV), tem 3% das intenções de voto; Paulo Morais, (52 anos) é formado em
Matemática, Professor universitário e empresário, de tendência do
centro-direita, foi militante do PSD, tendo trabalhado com Rui Rio, tem 3% das
intenções de voto; Jorge Sequeira, (49 anos) é professor universitário e psicólogo,
tem 1% nas intenções de voto.
Autor Filipe de Freitas Leal
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