Janus, era uma divindade romana, que simbolizava a época que
vivemos nos dias hoje, ou seja, das calendas, do inicio de um novo ano, de uma nova fase, Janus
é representado com uma cabeça com dois rostos, sendo que um olha o passado, o
outro vislumbra o futuro, duas atitudes humanas e que são complementares,
porque necessitamos relembrar o passado para perspetivar o futuro, o que nos
espera e o que queremos ou poderemos construir.
O ano de 2015, foi marcado
pelo terrorismo, marcadamente pelos atentados em Paris logo no dia 7 de janeiro
contra o Charlie Hebdo, perpetrados pelo Estado Islâmico também denominado de
Daesh, mais tarde volta a acontecer outro atentado a 13 de novembro em vários
locais de Paris e com um saldo de 140 mortos e mais de 300 feridos. A Europa em
choque pelos atentados e pelas reações que fizeram da Frente Nacional (FN) o
maior partido de França nas eleições regionais.
Ainda em janeiro a Grécia
faz tremer a Europa e o Euro, o Syriza de Tsipras derruo com a opeus o mais hostil foi o português, acabando num referendo e em nova
negociação da divida. Tsipras caia mas era reeleito com maioria, pagar a divida
sim mas não às custas da dignidade dos cidadãos.
Na Arábia Saudita é
condenado a mil chicotadas o Blogger Raif Badawi, devido a posts que colocara no seu blog em prol de mais
democracia. Angola não fica atrás e prende 16 jovens que apenas se reuniam para
partilhar ideias, forma presos em prisão preventiva, um dos quais o musico
Luati Beirão faz greve de fome e põe a nú a falta de liberdades democráticas
que se vive naquele país lusófono.
No Brasil, Dilma reeleita
não tem descanso devido aos casos de corrupção em
que supostamente a Presidente Dilma, o vice-Presidente Temer, e o
ex-presidente Lula estão envolvidos, acusações que se somam
e seguem com intuito da oposição maioritária no parlamento é destitui-la
como foi feito com Collor de Mello em 1992, quem sofre é a economia e a
credibilidade externa do Brasil.
Na Venezuela Maduro
intensifica a sua autocracia, mas perde nas eleições legislativas para a
oposição que ocupa agora dois terços do Parlamento, e pretende retomar o poder
pela via democrática e devolver as liberdade políticas então perdidas nos excessos
do Bolivarianismo.
Das personalidades que nos
deixam, saliento a ex-primeira dama de Portugal Maria Barroso, mulher de Mário Soares, que foi uma grande humanista e
lutadora não só pela democracia como pela dignidade dos mais desfavorecidos.
Lamento ainda a perda do grande escritor e pensador uruguaio Eduardo Galeano.
No entanto não
é possível deixar de referenciar o drama dos refugiados sírios e do
menino Ayilan, que arriscam as vidas no
mar Mediterrâneo e às centenas de milhares transformaram-se no
maior drama que a Guerra da Síria gerou, a Europa desde este fenómeno
nunca mais voltará a ser a mesma, só havendo um caminho, o da integração, do
acolhimento e do respeito mútuo entre culturas. A Europa está a ser
transformada num Melting Pot multicultural, multiétnico e
multirreligioso, de povos europeus autóctones, teremos os novos europeus
mais morenos, com outra cultura, espera-se que os valores mais preciosos que a
Europa construiu sejam os mesmos que permitam trilhar o caminho para se chegar
a bom porto, que é longo, demorado, dificílimo, cheio de sacrifícios de parte a
parte, mas inevitável que se faça pela tolerância e pelo amor ao Ser Humano
acima de tudo.
Para 2016, aguarda-se um novo Presidente nos Estados
Unidos, e ver o que isso irá influenciar para a Paz no Médio Oriente, de
Washinton poderão vir bons ventos ou tempestades consoante a agenda política
definida a partir de novembro, até lá Obama regerá o ano 2016, num tabuleiro de
xadrez também há jogadores como a Rússia, a China, a Síria, a Turquia e o Irão
no que concerne à Guerra da Síria.
Autor Filipe de Freitas Leal
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