terça-feira, 29 de setembro de 2015

A Catalunha Empurra a Espanha para o Federalismo

Após os resultados eleitorais que deram a maioria à coligação Junts Pel Sí, liderada por Artur Mas,sendo uma aliança política formada pela CDC Convergência Democrática de Catalunha, ERC Esquerda Republicana Catalã, DC Democratas da Catalunha e pelo MES Movimento das Esquerdas, coligação esta que obteve 62 dos 138 lugares do Parlamento Catalão, contudo não obtiveram a maioria absoluta, que só é possível com o apoio do CUP Candidatura de Unidade Popular, que obteve 10 lugares no parlamento catalão, com este cenário, obtem-se assim os 72 lugares favoráveis ao Separatismo catalão, que somados à derrota eleitoral do PP, dão um sinal claro para a política espanhola de que o problema da Cesseção é real e que os cidadãos quer catalães, bascos e galegos sonham com uma pátria livre, ou pelo menos com uma nova organização politica que respeite a voz dos povos que formam a Espanha, ou por outras palavras, estão lançados os dados para um federalismo na Península Ibérica.

O Ex-Primeiro Ministro Aznar, já veio a público criticar duramente as politicas do atual governo de Mariano Rajoy afirmando no seu discurso que foram os independentistas que ganharam estas eleições.

Contudo, para além da tendência separatista, há um forte crescimento de partidos que pugnam por uma nova ordem e novos valores como o Podemos e o Ciudadanos, que têm vindo a crescer face aos partidos tradicionais, o que significa que doravante a política em Espanha não será mais como antes.

Assim deixamos abaixo a composição do Novo Parlamento Catalão, saído das eleições de 27 de setembro.
JxSÍ - Junts Pel Sí, 39,54 % (62 cadeiras)
C's - Ciudadanos, 17,93 % (25 cadeiras)
PSC - Partido dos Socialistas da Catalunha, 12,74 % (16 cadeiras)
CatSQP - Catalunha Sí Que és Pot, 8,94 % (11 cadeiras)
PP - Partido Popular, 8,50 % (11 cadeiras)
CUP - Candidatura de Unidade Popular, 8,20 % (10 cadeiras)







Abaixo, temos os logótipos dos partidos que compõe a coligação Juntos Pelo Sim, de Artur Mas, Oriol Junqueras, Joan Rigol entre outros.





Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 27 de setembro de 2015

O Sonho de Uma Catalunha Livre - II

Após três anos, a Catalunha volta a votos, com a promessa de Independência, em Novembro de 2012 tinha como pano de fundo uma profunda crise financeira e económica na Europa, que com o efeito dominó, veio a fazer cair país após país, fez também cair a Espanha numa situação de crise económica e financeira, que agora se encontra estabilizada, tendo essa crise sido posterior à de Portugal, Grécia e Irlanda, outros balançaram sem na altura se saber se caiam ou não, com foi o caso de França e da Itália, e até falou-se que a poderosa Alemanha estaria em recessão, hoje esse cenário está afastado. Mas a vontade de Independência da Catalunha não.

O que chama atenção da opinião pública internacional, é o acirrar de velhos sonhos de separatismo, que poderão criar uma secessão, iniciada no reino de Juan Carlos I, e que se estende agora ao de Filipe VI, é isso que está em causa e é para a Catalunha que o Mundo se volta no dia 27 de setembro, dia de eleições parlamentares da Catalunha e da reeleição do Presidente catalão Artur Mas, tendo como programa eleitoral, mais uma vez a Independência da Catalunha e a criação de um novo Estado Soberano na Europa, deve-se ter em conta que a maioria dos Catalães não se sente espanhola, tendo já sido um país independente e livre até 1714.

Esta é uma eleição de deputados ao Parlamento Regional, que divide os catalães em independentistas e federalistas, e une os espanhois do PP e do PSOE, sendo que com esta eleição Artur Mas pretende torna-la num plebiscito indireto, no qual se observe a percentagem de independentistas, quer pelo numero de votos quer pelo de assentos parlamentares de todas as forças independentistas desde CiU - Convergència i Unió, do Presidente Mas, até aos republicanos da ERC - Esquerra Republicana de Catalunya entre outros partidos independentistas.

Em 2014 houve de facto um referendo, mas era considerado ilegal de acordo com a constituição espanhola, e não seria reconhecido por nenhum estado europeu uma independência proclamada de forma unilateral, neste sentido, o que mais se prevê é que Mas, utilize este ato eleitoral para encetar negociações com o governo espanhol de Rajoy e num diálogo com Filipe VI, tendo em vista uma maior autonomia da Catalunha, ou tentar tornar possível  atingir um compromisso de forma gradativa para atingir o direito a um referendo tal como aconteceu na Escócia em setembro de 2014.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

No Parlamento Decide-se Quem Forma Governo

Ao contrário do que popularmente se julga, o cargo de Primeiro Ministro, não é elegível, havendo contudo e apenas uma mera tradição política na jovem democracia portuguesa, em que os Presidentes da República têm vindo a respeitar, ao nomear assim, o líder do partido ou da coligação mais votados, mesmo que com maioria simples.

Foi assim com Mário Soares em 1976 (PS) e com Cavaco Silva em 1985 (PSD) nomeados por Ramalho Eanes, voltando o mesmo a suceder-se com António Guterres em 1995 nomeado por Mário Soares e em 1999 por Jorge Sampaio, tendo ocorrido o mesmo com o segundo governo de José Sócrates (PS) em 1999 nomeado por Cavaco Silva.

No entanto no sistema parlamentarista ou mesmo semi-parlamentarista, o governo emana do Parlamento, quer isto dizer que o facto de haver um partido com maioria relativa, não obriga o Presidente da República a nomear e empossar um governo dessa força política, se tal não der indícios de ser estável ou de poder obter apoios parlamentares para que haja governabilidade no país. Assim, o PR pode nomear um governo que saia de um entendimento parlamentar pós-eleitoral, não sendo obrigado a nomear apenas o partido mais votado, o que tornaria o sistema parlamentarista nulo.

Posto isto, podemos observar, que uma dada corrente política (por exemplo de direita) vença as eleições com uma maioria relativa, se no entanto a maioria dos assentos parlamentares for de uma corrente oposta (esquerda por exemplo), o governo poderá ter grande dificuldade na aprovação do seu programa e projetos, logo o PR vê-se no dever de nomear um governo de coligação pós-eleitoral.

Pelo que o parlamentarismo mostra ser um sistema político mais flexível e até viável que o Presidencialismo em alguns países, todavia, a dicotomia entre esquerda e direita e a falsa mensagem da eleição do Primeiro Ministro, torna os eleitores portugueses reféns do voto útil.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

As Sondagens Como Campanha

Segundo a média das sondagens, feitas para conhecer a intenção de voto dos eleitores portugueses às eleições legislativas de 2015, realizadas pelas empresas de estudos de mercado e sondagens Aximage, Eurosondagem entre outras, revelam haver de facto um empate técnico entre as duas maiores forças políticas concorrentes a este pleito, o PS e o PàF - Portugal à Frente, coligação governativa, entre o PSD Partido Social Democrata e o CDS/PP Partido Popular.

Contudo, apesar do empate o PàF poderá mesmo vir a perder as eleições do dia 4 de outubro, por se encontrar atrás do PS nas intenções de voto, tal como revelam as sondagens acima referidas, tendo também sido o mesmo observado no centro de sondagens interno do PSD, realidade que contrasta com o que afirma a grande imprensa e as TV's, desde a Estatal RTP às privadas como a SIC e a TVI, ao que nos faz pensar, que além da disputa entre empresas de Estudos de Mercado, há uma verdadeira campanha para influenciar os eleitores.

No que concerne à definição dos resultados, em ser a Norte ou a Sul do país, como afirmam alguns analistas políticos, parece não se aplicar nestas eleições, visto que serão os indecisos a definir o voto à ultima hora, pode-se esperar também uma grande abstenção  superior face às eleições legislativas anteriores.

Os indecisos são talvez a maior força política do país hoje, devido à grave crise que atravessa, embora o governo goste de maquilhar os resultados, há um grande fosso social inegável, uma taxa de desemprego nunca antes vista, voltou-se a viver o tempo da emigração, tendo uma das maiores taxas de população emigrada de toda a Europa comunitária, uma das maiores taxas de licenciados que abandona o país e nada disto está a ser debatido.

A 4 de outubro, veremos de facto quem tinha razão, as Sondagens feitas pela imprensa ou a vontade livre dos eleitores de fazer ouvir a sua voz.
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 13 de setembro de 2015

Marcelo Igual a Marcello

Marcelo Rebelo de Sousa, é o que se pode chamar de um político polivalente, atualmente é professor catedrático de direito e comentador político (e não só) na TVI, sendo de há muito tempo o comentador mais popular e o mais mediático em Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa, foi membro da Ala Liberal durante o governo de Marcello Caetano no inicio dos anos 70, foi ainda em 1973 co-fundador com Pinto Balsemão, do Semanário Expresso, do qual foi jornalista e veio a ser posteriormente diretor; Após a Revolução de 25 de Abril 1974, fundou juntamente com Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemáo, o Partido Popular Democrático (PPD/PSD) partido pelo qual foi eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975, tendo sido eleito Presidente do respectivo partido, em 1996, cargo que exerceu até 1998.
Quando do seu afastamento da politica, Marcelo Rebelo de Sousa, manteve-se como Professor catedrático e passou a ser comentador politico, inicialmente na RTP1 (Estação de televisão pública de Portugal), é sem dúvida um comunicador nato, e uma pessoa que fala com eloquência, mas tem também algo em comum com Marcello Caetano, o antigo e último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Marcello Caetano, fora aliás, um dos ministros do governo de Salazar, que se esforçou para instalar nos anos 50 a TV em Portugal, algo que desagradava de todo a Salazar, Caetano no entanto conseguiu convencer Salazar e a RTP fora fundada em 1955, tendo sido inauguradas as emissões regulares a 7 de março de 1957.
M. Caetano no Programa "Conversas em Família"
Foi inclusive o próprio Marcello Caetano, a tirar proveito disso quando Presidente do Conselho, utilizou a televisão para comunicar ao país num programa que se intitulava de "Conversas em Família" e que ia ao ar todas as semanas, onde Caetano explicava aos portugueses as suas ideias para Portugal e o Mundo; além disso, Caetano ao contrário de Salazar visitava o interior e contactava com os populares, chegou a fazer visitas oficiais às colónias portuguesas em Africa, entre elas a Província Ultramarina de Moçambique da qual era governador, Baltasar Rebelo de Sousa pai de Marcelo Rebelo de Sousa. 
Marcelo Rebelo de Sousa, assemelha-se a Caetano nisto, o de saber aproveitar os meios de comunicação de massas para chegar até ao cidadão comum, numa espécie de conversas em família, com análise política à hora do jantar, onde no domingo todos os portugueses já regressaram a casa, e onde sabe juntar temas mais populares para além da política, mas Marcelo vai mais longe e utiliza também as novas redes sociais da internet adequando-se ao estilo dos mais jovens, e de igual modo, contacta os populares, indo até ao terreno dos adversários políticos, tal como que a romper os preconceitos e as barreiras ideológicas dos seus correlegionários, indo mesmo visitar a Festa do Avante, que é organizada pelo Partido Comunista Português (PCP) e que tem o nome do Órgão oficial daquele partido.

Contudo se Marcelo é igual a Marcello, no aproveitamento dos meios de comunicação, os tempos são outros, pelo que a suas possíveis pretensões de candidatar-se à Presidência da República em 2016, não contam facilmente com o apoio da liderança tecnocrata do PSD, que já afirmou dar apoio a Rui Rio. Neste cenário, e com todo o apoio que angariou, Marcelo só precisa de coragem e apoios extra-partidários para avançar sozinho para a corrida às presidenciais. contudo nisto espera ele não ser igual a Marcello Caetano, que apesar de comunicativo e de ter inicialmente o apoio popular, acabou só, tanto no fim do Regime que não soube mudar, como no exílio do Brasil após ser deposto e onde veio a falecer em 1980.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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