Marcelo Rebelo de Sousa, é o que se pode chamar de um político polivalente, atualmente é professor catedrático de direito e
comentador político (e não só) na TVI,
sendo de há muito tempo o comentador mais popular e o mais mediático em
Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa, foi membro da Ala
Liberal durante o governo de Marcello Caetano no inicio dos anos 70, foi ainda
em 1973 co-fundador com Pinto Balsemão, do Semanário Expresso, do qual foi jornalista e veio a ser posteriormente diretor; Após a Revolução de 25 de Abril 1974, fundou juntamente com Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemáo, o Partido Popular Democrático (PPD/PSD) partido pelo qual foi eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975, tendo sido eleito Presidente do respectivo
partido, em 1996, cargo que exerceu até 1998.
Quando do seu afastamento da politica,
Marcelo Rebelo de Sousa, manteve-se como Professor catedrático e passou a ser
comentador politico, inicialmente na RTP1 (Estação de televisão pública de
Portugal), é sem dúvida um comunicador nato, e uma pessoa que fala com
eloquência, mas tem também algo em comum com Marcello Caetano, o antigo e
último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Marcello Caetano, fora aliás, um dos ministros do governo de Salazar, que se esforçou para instalar nos anos 50 a TV em Portugal, algo que
desagradava de todo a Salazar, Caetano no entanto conseguiu convencer Salazar e a RTP
fora fundada em 1955, tendo sido inauguradas as emissões regulares a 7 de março de 1957.
M. Caetano no Programa "Conversas em Família" |
Marcelo Rebelo de Sousa, assemelha-se a
Caetano nisto, o de saber aproveitar os meios de comunicação de massas para
chegar até ao cidadão comum, numa espécie de conversas em família, com
análise política à hora do jantar, onde no domingo todos os portugueses já
regressaram a casa, e onde sabe juntar temas mais populares para além da
política, mas Marcelo vai mais longe e utiliza também as novas redes sociais da
internet adequando-se ao estilo dos mais jovens, e de igual modo, contacta os
populares, indo até ao terreno dos adversários políticos, tal como que a romper os preconceitos e as barreiras ideológicas dos seus correlegionários, indo mesmo visitar a Festa do
Avante, que é organizada pelo Partido Comunista Português (PCP) e que tem o
nome do Órgão oficial daquele partido.
Contudo se Marcelo é igual a Marcello, no aproveitamento dos meios de
comunicação, os tempos são outros, pelo que a
suas possíveis pretensões de candidatar-se à Presidência da República
em 2016, não contam facilmente com o apoio da liderança tecnocrata do PSD, que
já afirmou dar apoio a Rui Rio. Neste cenário, e com todo o apoio que angariou,
Marcelo só precisa de coragem e apoios extra-partidários para
avançar sozinho para a corrida às presidenciais. contudo nisto espera
ele não ser igual a Marcello Caetano, que apesar de comunicativo e de ter
inicialmente o apoio popular, acabou só, tanto no fim do Regime que não soube mudar, como no exílio do Brasil após ser deposto e onde veio a falecer em 1980.
Autor Filipe de Freitas Leal
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