Está a verificar-se uma crescente
moda de se dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado" ou
"Agradecido"; mas afinal qual é a forma correcta?
É
preciso conhecer antes de mais a origem etimológica das palavras e a sua
semântica, ‘gratidão’ vem do Latim (gratitudo) e significa a virtude de
ser grato, já a palavra ‘obrigado’ vem também do Latim (obligatius) e
significa o sentimento de obrigação de reconhecimento e vínculo como
agradecimento.
Assim,
nota-se uma diferença enorme entre a palavra "Gratidão" e a
palavra "Obrigado",
ou "Agradecido", isto
porque 'Gratidão' por si só, é um
sentimento de satisfação perante um bem, um favor ou um serviço recebido de
outrem, é também uma qualidade de carácter ou virtude; por outro lado,
dizer "Obrigado(a)" ou "Agradecido(a)" é o gesto
que reconhece e exterioriza esse sentimento de gratidão perante o outro.
Todavia,
quando se diz apenas "Gratidão", não se está a especificar nada, nem
o que agradecemos, nem a quem se destina esse sentimento, é algo vago, como uma
comunicação Lacónica, ou seja incompleta.
Neste sentido, ao dizermos "Obrigado(a)"
estamos a ter um gesto nobre e que implica um vinculo, não de divida como
comummente se tem apregoado, mas sim um vínculo de amizade, de
"reconhecimento" perante o gesto favorável que recebemos do outro.
Portanto, não devemos dizer "Gratidão", mas
sim "Obrigado(a)" ou se preferir, basta dizer "Agradecido(a).
Podemos ilustrar em outros idiomas a
diferença de dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado(a)" ou
"Agradecido(a)", por exemplo no inglês seria Gratitude no
lugar de 'Thank You', em espanhol será Gratitud em vez de 'Gracias', no italiano seria Gratitudine no lugar de 'Grazie', ou ainda, no francês usar o Reconnaissance substituindo 'Merci'. Ficou claro agora?
Não nos esqueçamos que o nosso idioma português tem
900 anos, é nosso direito conhece-lo, aprender o idioma e é a nossa obrigação
fala-lo correctamente; por opção podemos estudar a origem etimológica das
palavras e divulgar o uso correcto do idioma, e ainda, Conhecer o Tratado
da Gratidão de São Tomás de Aquino, para não embarcarmos em modas
linguísticas.
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