Sr. Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, é
com espanto e grande surpresa, senão mesmo aflição, que os portugueses, vêm ser
tomadas mais medidas de austeridade, que em muito afetam o nosso povo e penso
que em pouco ou nada resultam para a recuperação económica do país, como aliás
até aqui não resultaram.
Há muita coisa que é dita, mas há algo que tem sido esquecido nas críticas
que são dirigidas a si e a todo o governo em geral, é a de que se deve procurar
(no âmbito da justiça), apurar responsabilidades da atual situação, bem como
punir os responsáveis, no mínimo com a inibição dos seus direitos políticos,
impedidos assim do exercício do poder bem como da capacidade de serem eleitos,
e isto é algo de suma importância, para que se possa recuperar a credibilidade,
é deveras o que o povo exige, ainda que numa maioria silenciosa, pede que a
justiça seja feita em nome da democracia e do Estado de Direito.
Outrossim, é de que as medidas que têm vindo a ser tomadas não são
potencialmente promotoras do emprego, nem do desenvolvimento, e não nos deixam
vislumbrar qualquer hipótese de um futuro próspero para este país, até porque
se os portugueses são aconselhados a emigrar, é o mesmo que lhes dizer, não
tenham esperança!
O que verdadeiramente falta a todos os governos portugueses, ou melhor a
Portugal, é haver um projeto, não de governação para quatro anos, mas sim um
projeto das linhas de futuro e do rumo que o País quer tomar, mediante as suas
potencialidades e necessidades, e definir com clareza o que queremos para
Portugal, onde queremos chegar, qual o nível de desenvolvimento a que nos
propomos sacrificar, e isso tudo inclui politicas de formação e educação,
politicas habitacionais, politicas de transportes públicos, politicas de saúde
pública, a médio e longo prazo, num trabalho em conjunto de todo um povo, mas
não é isso que se está a fazer hoje, testemunhamos exatamente o oposto, os
portugueses sentem que Portugal neste momento é um comboio desgovernado pronto
para descarrilar a qualquer momento, ou seja a bancarrota e a desgraça de tanta
gente que lutou e acreditou nos seus políticos, no seu país, tanta gente que
ama Portugal e o defende, sente-se traída, porque ao que pagaram em impostos
para gerirem o país, receberam em troca a incerteza e a humilhação, e é por
isso que o povo indignado se manifestará na ruas, dia 15 de Setembro.
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E
quando se entra ou se sai pela porta das traseiras, sendo um governante e no
intuito de evitar o contacto com a população, isto é um sinal inequívoco para o
povo, de que está já instalado, um processo irreversível de uma política
económica e financeira de mais austeridade sem querer ouvir a opinião pública e
os cidadãos, mostrando claramente o resultado de subserviência aos interesses
do capitalismo financeiro, que vêm as populações como meros objetos e o país
como mero produto de mercado para compra e venda.
2 comentários:
Caros Leitores, fui à manifestação "Que se lixe a troika"
Vim de lá entusiasmado, pois vi uma manifestação como não se via há muito tempo, pessoas de todos os quadrantes políticos, era uma verdadeira onda pluralista, heterodoxa e heterogénea, que se uniu e mostrou a sua força, vi familias inteiras, pais e filhos, namorados, amigos, todos em coro a gritar por um país de justiça social para todos.
Quiçá seja o nascer de uma nova onda de consciencialização política do povo português desde o 25 de abril, bem como dos jovens eleitores que tomarão nas mãos a responsabilidade de escolher os seus governante doravante em eleições futuras.
Escrevi isto em Setembro de 2012, passados alguns meses apenas, esta carta aberta continua praticamente atual, não mudaria nada, e já nem tenho vontade de lhe acrescentar detalhes de uma governação catastrófica, é mera retórica toda a vã propaganda que o governo PS-PSD que fala maravilhas do seu trabalho, ou dos erros dos governantes anteriores do Socratismo.
Portugal continua sem um projeto, os portugueses continuam sem um futuro, fala-se apenas em vender isto, mais aquilo, e nomeia-se fulano para aqui, beltrano para acolá, é só mais do mesmo.
À esquerda a oposição de Seguro, é tudo menos segura, sobretudo dentro do seu próprio partido o PS, o Bloco de Esquerda ainda anda à procura de consolidar a sua liderança e o PCP está mais forte, embora o seu lider esteja mais desgastado.
O que pergunto é: e se fossem hoje as eleições, ainda que ganhasse o PS, o que seria Portugal?
Como Humanista defendo que é imperioso uma mudança de sistema eleitoral, mais amplo, mais pluralista e que permita a Democracia Participativa e com votos nominais, no lugar da moribunda Democracia Representativa de votos em meros Partidos Políticos.
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