quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

30% dos Portugueses têm Ascendência Sefardita

Um estudo científico sobre a origem genética da população portuguesa, veio a comprovar que em Portugal, um dos países mais católicos da Europa, a população tem uma grande percentagem de origens judaicas na linhagem masculina.
No entanto a maioria dos portugueses desconhece este facto, que por sinal foi revelado num estudo publicado pelo “The New York Times”, a University of Georgetown, EUA, e o Instituto Português de Saúde Ricardo Jorge, estudo este no qual o Prof. Jonathan Ray afirma serem cerca de 35% de população portuguesa a Sul do Tejo e cerca de 25% a Norte tem ascendência judaica, (de judeus sefarditas), estudo feito com base em investigações no ADN das populações de toda a Península Ibérica, ficou registado que 30 por cento dos portugueses e 20 por cento dos espanhóis são de origem judaica e 11 por cento de origem árabe e berbere em toda a Península Ibérica.
Essa disseminação da população judaica na Península deveu-se a três factores, 1º no Império Romano, onde a Diáspora força a fuga para terras distantes de Judeus expulsos de Israel após a destruição do Templo de Jerusalém. 2º Na conquista árabe no séc. XII os judeus mantiveram a sua liberdade e se desenvolveram e progrediram em igualdade aos muçulmanos numa primeira fase, depois foram perseguidos e se espalharam pela península, e arabizaram os seus nomes. 3º A conversão forçada de centenas de milhares de judeus nos séc. XIV e XV, adoptando nomes e sobrenomes portugueses, bem como impondo os costumes alimentares (daí vem a alheira e a farinheira – enchidos para fingir o consumo de carne suína), eram no entanto identificados e chamados de Cristãos Novos, termo com cariz pejorativo e claramente marginalizador, muitos foram destituídos dos seus bens, e famílias foram separadas, levadas para diversas possessões coloniais portuguesas.Contrariamente aos restantes países do mundo, Portugal, paradoxalmente com a sua cultura marcadamente católica, tem nas suas origens o sangue judeu. Já mesmo antes da conquista Romana, a península Ibérica era na Bíblia chamada de “Társis”, onde por sinal havia já uma colónia Judaica considerável.
Em Lisboa na Altura do Reino do Al-Andaluz, a população Judaica era superior em número à população muçulmana e Cristã (na altura denominada de moçárabe). Os judeus à altura adoptavam nomes hebraicos, mas com o aumento da pressão islâmica na península passaram a usar nomes árabes, e até grandes Rabis escreveram obras literárias em árabe, como por exemplo o Sepher HaZohar, foi inicialmente escrito em árabe por Maimonides.A tradição popular portuguesa indica que as famílias com apelidos associados a árvores, flores ou vegetais são, supostamente, de origem judaica, embora na realidade com a conversão forçada dos judeus (Bnei Anussim significa Filhos dos Forçados) passaram a adoptar sobrenomes tipicamente portugueses para não sofrerem preconceitos. Hoje não é frequente um português assumir as suas origens judaicas, como fez por exemplo o antigo presidente da Câmara de Lisboa, Cruz Abecassis, o Antigo Presidente da República Jorge Sampaio, ou mais anteriormente, o capitão Barros Basto e os escritores Fernando Pessoa e Camilo Castelo Branco, entre outros. No entanto a população desconhece as bases do judaísmo ou da história hebraica de Portugal.
Fonte: The New York Times - DNA study shows 20percent of Iberian population has Jewish ancestry




Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

As Origens e a História do Idioma Hebraico

O Hebraico é uma língua semítica, falada por aproximadamente dez milhões de pessoas em todo o mundo, é atualmente oficial em Israel, e é falada em comunidades judaicas espalhadas pelo mundo, é além disso utilizada como língua litúrgica da religião judaica.
Trata-se de uma língua do ramo afro-asiático, semítico e cananeu, que se desenvolveu no oriente-médio, mais precisamente na antiga Judeia, o termo hebraico, vem de hebreu, o povo que veio da Babilónia, atravessou o rio Jordão e se estabeleceu em Canaã, mais tarde, migra para o Egito e de lá sob a liderança de Moisés (Moshê) e Aarão (Aaron), sai à conquista da Terra Prometida já sob a liderança de Josué (Yeoshua), é nessa terra recém conquistada que se desenvolve o hebraico, ou seja aproximadamente há cerca de 3.500 anos.
O hebraico começou por ser um dialeto que surgiu de idiomas do Crescente Fértil da Mesopotâmia, e recebeu diretamente influencia do Fenício, mais tarde, outros dialetos que se desenvolveram de igual modo, assemelham-se muito ao hebraico, é o caso do aramaico, há também semelhanças com outras línguas semitas.
Para se estudar e compreender a história do idioma hebraico, divide-se a mesma em períodos ou fases,[1] atualmente as pessoas conhecem a divisão simples, por Hebraico Bíblico e por Hebraico Moderno, mas na realidade é mais complexo e profundo, pelo que temos os seguintes períodos, a saber:

  • Período Arcaico, no qual se escreveu a Torá ou partes da mesma, que vai do Século XIII ao Século X. AEC (Antes da Era Comum).
  • Período Clássico, que vai do Século X ao Século VI AEC, no qual foi escrito Josué, Juízes, I e II livros de Samuel, entre outros.
  • Hebraico Tardio, vai do Século VI ao II AEC, nos quais se escreveu, Rute, Esther, Crónicas, entre outros.
  • Período de Qumran, do Século II AEC ao Século II EC. Desenvolvimento da Tanack.
  • Período Talmúdico, do Século II ao X, EC, desenvolvimento do Talmud, tanto da Mishná (repetição) como da Guemará (complemento).
  • Período Medieval, Séculos X a XV, onde se desenvolveu a Cabala, livros como o Zohar, dos escritos e Maimonides, Rashi entre outros sábios, e é o período no qual  foram criados os sinais massoréticos, que preservam os sons vocálicos do hebraico.
  • Período Moderno, o hebraico tal como se fala hoje em Israel.
O hebraico como qualquer outro idioma, sofreu a influencia de outros idiomas, que se impuseram no território da Judeia, como o grego, e o latim, contudo após a Guerra Romano-Judaica, de Bar Kockba em 138 da EC, os judeus foram expulsos da sua terra, ficando apenas um remanescente, a diáspora deu-se por todas as províncias do Império Romano, da Anatólia a Sefarad (Hispânia, que hoje são a Espanha e Portugal) indo ao norte da Europa a Germânia e a Gália. A realidade da diáspora era a de um judaísmo sem o Templo que havia sido destruído, e portanto sem os sacerdotes e os serviços litúrgicos do II Templo, dito de Herodes, restaram apenas os rabis ou os cohanim (sacerdotes) que passaram a fazer o papel de rabbis na instrução das comunidades da diáspora.
No I Século da EC. Já a população da Judeia não falava hebraico, apenas os cohanim, os escribas e os rabbis é que o sabiam ler, escrever e falar, e foram eles que perpetuaram a língua sagrada da Tora até aos nossos dias, o hebraico foi-se perdendo pouco a pouco, até ser considerada uma língua morta.
No lugar do hebraico desaparecido, ou no que se tornou o hebraico, senão uma língua meramente litúrgica e com caracteres hieroglíficos, ou seja escrita sagrada, surgiram dois importantes idiomas, um é o ladino, uma língua românica cuja raiz gramatical é semelhante ao castellano, utilizava os caracteres hebraicos com fonética e palavras oriundas do castellano, tendo sido falada nas comunidades judaicas de Sefarad (Portugal e Espanha) precisamente pelos judeus sefarditas, que foram expulsos de Espanha em 1492 pelo decreto de Alhambra, tendo a maioria se refugiado em Portugal, mas o rei de Portugal D. Manuel I, vê-se obrigado a aceitar a imposição dos reis católicos de Espanha Isabel de Castela e Fernando de Aragão, que por um tratado de paz, e aliança por meio de um casamento, exigem do rei de Portugal a expulsão dos judeus, como forma de uma limpeza étnica, religiosa e cultural no seio da cristandade. Assim em 1497, os judeus são expulsos de Portugal, indo inicialmente para o Império Otomano, onde é hoje a Turquia, a Holanda, onde foram morar os pais do filósofo Espinosa, e outros foram para Inglaterra, da Holanda rumaram para o Novo Mundo, onde a Primeira Sinagoga em solo estadunidense foi feita por judeus portugueses, levando o idioma ladino, tanto na liturgia como na música.
No norte da Europa, mais precisamente onde é hoje a Alemanha, surgiu um idioma judaico, denominado de Ydish, falado pelos judeus askenazim, termo que deriva de Askenaz, que significa precisamente Alemanha, portanto o Ydish é um idioma judaico que utiliza os caracteres hebraicos, tendo a fonética germânica.
Devido ao desaparecimento do hebraico como lingua viva, ou seja falada e mantida ativa por uma população, e  sobretudo à ameça que pairava sobre a possível perda do conhecimento do idioma sagrado e do modo correto como se deveriam pronunciar as palavras do hebraico gravadas pelos escribas (sofers) na Tora, foram criados os sinais massoréticos, sinais gráficos colocados debaixo de cada caractére hebraico indicando a vogal e assim mantendo vivo a pronuncia correta das palavras da Tora, bem como das rezas das três principais orações diárias.
Os pogroms sofridos pelas comunidades judaicas em toda a Europa, fizeram reacender no fim do século XIX o desejo de uma Pátria judaica, que fora idealizada por Theodor Hertzl, e politicamente apoiada pela Declaração de Balfour, que reconhecia o direito de os judeus terem uma pátria livre, inclusive de regressarem à Palestina, a antiga Judeia, essa onda de renascimento nacionalista, denominada de Sionismo faz surtir a unidade dos judeus, pelo que por consequência acabou por apoiar o surgimento do idioma comum a todos os judeus.
Foram os esforços de um linguista e poliglota russo, nascido no seio de uma família judaica, cujo nome de registo era Yrzack Perlman, mas autodenominou-se de Eliezer Ben-Yehudá, que por ter sido aluno de uma Yeshiva, e ter estudado ao máximo o hebraico bíblico e litúrgico para vir a ser rabbi, pelo que sonhava em poder fazer renascer a língua hebraica e torna-la uma língua viva, essa passou a ser a sua obra, o seu ideal, pelo qual se bateria toda a vida.
Inicialmente Eliezer Bem-Yehudá, não fora levado a sério, pelo que consideravam os seus esforços sem valor, e infrutíferos, mas o movimento sionista deu fôlego aos sonhos de Eliezer, que vivendo na Palestina, promoveu pouco a pouco o hebraico entre os judeus, de tal modo que em 1948 quando Israel ressurgiu dois mil anos depois como um País independente e soberano, já os judeus da Palestina falavam hebraico, e muitos outros na diáspora desenvolviam esforços para seguir o mesmo caminho.
Hoje a maioria das comunidades na diáspora não fala fluentemente o hebraico, apenas uma minoria, mas o idioma tem vindo a ser estudado até mesmo por não judeus, sobretudo devido aos estudos bíblicos efetuados por cristãos de diferentes correntes.


[1] Francisco, Edson de Faria (2009) “Língua Hebraica, aspectos históricos e caraterísticas” São Bernardo do Campo. SP. Brasil.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Zika - A Epidemia que Assusta o Mundo

Dia 1 de fevereiro a OMS reuniu-se de emergência com vista a encontrar-se estratégias a nível mundial para conter o vírus Zika, que se supõe, poderá vir a contaminar mais e 4 milhões de pessoas em toda a América. A comunidade internacional está simultaneamente em estado de alerta máximo e perplexidade perante este surto.
Após um ano de combate ao vírus da Dengue e da Chicungunya o Brasil e o Mundo são alarmados, com o aparecimento do vírus Zika, cujos sintomas são inexistentes em cerca de 75% das pessoas contaminadas e na fase de encubação do vírus, sendo que o sintoma mais assustador é a microcefalia que surge nos recém-nascidos afetados pelo vírus durante a gestação.
No ano de 2015, mosquitos geneticamente modificados, cujo objetivo era não permitir a reprodução dos mosquitos, esses insetos modificados foram introduzidos na natureza e nas zonas mais afetadas pela Dengue, poderá haver uma ligação entre uma coisa e outra, há cientistas que afirmam que sim, outros são céticos.
O que nos assusta não é apenas a microcefalia, mas o facto de que o vírus é transmitido também de um humano contaminado para um inseto são, passando este inseto a ser um vetor da transmissão do vírus a outros humanos e a outros insetos, bem como a pessoa infetada é também ela portador e transmissor do vírus para outras pessoas por via de relações sexuais.




Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

10 Mil Crianças Sirias Desapareceram na Europa

Um numero bastante alarmante que foi revelado pela Europol – Polícia Europeia, é de que das vinte e seis mil crianças que viajaram sem a companhia dos seus pais e que desembarcaram na Europa em 2015, dez mil dessas criança sírias terão desaparecido após terem desembarcado já em solo europeu, isto vem a ser a amostra de uma realidade dura e crua para um continente que se vê perdido, tendo em mãos uma das maiores crises humanitárias desde o fim da II Guerra Mundial.
Resta-nos saber como isso teria sido possível, se todos os refugiados foram registados, estamos portanto a falar de uma das mais vulneráveis partes do conjunto de refugiados, crianças indefesas, que terão sido provavelmente sido raptadas para trabalho escravo ou pior que isso, a prostituição infantil ou venda de órgãos. Algo que revela uma dimensão terrivelmente assustadora de quão vulneráveis são as vitimas e quão ineficaz são os Estados que os receberam e acolheram.
Após sobreviver à guerra, à perda da família e sobreviver a riscos de afogamento no Mediterrâneo, essas crianças não escaparam à voracidade do crime organizado. Pelo que esta é mais uma das consequências das decisões ou indecisões política e geopolíticas que pesa como culpa à Europa e aos Estados Unidos da América, os principais responsáveis da Guerra na Síria.



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Marcelo Rebelo de Sousa o Presidente do Consenso

Marcelo Rebelo de Sousa, venceu as eleições presidenciais em Portugal, mas tal não se pode afirmar como sendo uma derrota da esquerda e uma vitória da direita, a ser vitória é única e exclusivamente do próprio Marcelo Rebelo de Sousa e do seu discurso de concórdia, e porque avançou contra tudo e contra todos, rumando sozinho à Presidência, e sozinho esteve no discurso da sua vitória, no qual foi dizendo claramente aos portugueses que vem desdramatizar a vida política portuguesa. Marcelo tinha apresentado a sua candidatura no dia 6 de outubro de 2015, um dia após as eleições legislativas, das quais surgiu uma maioria de esquerda no Parlamento, o PSD só o viria a apoiar mais tarde, devido às mudanças políticas, à desistência de Rui Rio, e porque as sondagens davam-no como um candidato independente eleito logo à primeira volta com mais de 50% das intenções de voto, a muito custo os sociais-democratas apoiaram Marcelo.
Por outro lado também não se pode atribuir uma derrota à esquerda, que ao Partido Socialista, que acabou por não ter candidato oficial, e das suas fileiras saíram 5 candidatos, considerados independentes ainda que socialistas, já o Bloco de Esquerda obteve uma votação que consolidou a sua ascensão política em detrimento da queda acentuada da ortodoxia comunista.
Marcelo, o candidato apoiado pelos partidos do centro-direita PSD Partido Social Democrata e o PP Partido Popular, obteve 52% dos votos, seguido de Sampaio da Nóvoa, que é independente mas apoiado por uma parte do PS Partido Socialista, que obteve 22,9% dos votos, seguindo-se Marisa Matias do Bloco de Esquerda com 11,10%, todos os restantes candidatos, ficaram abaixo dos 5%, como foi o caso de Maria de Belém Roseira, também independente e apoiada por uma reduzida ala socialista, e o mesmo a Henrique Neto.
Viramos uma página da nossa história, este é o Novo Presidente de todos os portugueses, mesmo dos que como eu não votaram nele. Os portugueses gostaram do modo conciliador com que se dirigiu ao povo no discurso de vitória, dando um sinal de esperança, resta-nos desejar felicidades e sucesso no desempenho das funções que lhe foram confiadas.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Os Refugiados Judeus do Navio Saint Louis

Foi no ano de 1939, antes do rebentamento da II Guerra Mundial, o Saint Louis, o nome do transatlântico que partira de Hamburgo na Alemanha, e que hasteava a bandeira germânica, mais precisamente a bandeira do III Reich, o navio alemão levava a bordo quase mil passageiros, o capitão Gustav Schoroder, desvia a sua rota, e procura um porto seguro para desembarcar os passageiros. Porquê, porque 937 dos passageiros eram judeus, dos quais 158 eram crianças, e cujas vidas estavam condenadas na Alemanha Nazista.
O Primeiro destino que o St. Louis teve foi Havana, capital de Cuba, e foi lá que o Capitão tentou encontrar refugio para os passageiros, no entanto o regime cubano de então rejeitou dar asilo aos refugiados judeus, por ter havido alterações legais no país que impediam o desembarque de pessoas que pretendiam salvar as suas vidas e as vidas de seus filhos, pois encontravam-se em perigo na Alemanha, muitos já tinham mesmo sido vitimas de ameaças e até mesmo de perseguições.
A recusa de cuba, leva o capitão a rumar para a Florida, onde esperava encontrar uma atitude mais compreensiva e até solidária do que em Havana, contudo testemunhos da época de alguns passageiros, relatam que não se chegou a tentar entrar nos Estados Unidos da América, porque o navio St. Louis, teria sido impedido pela marinha estadunidense de continuar a sua marcha, como foram disparados tiros de advertência para se afastarem das águas territoriais estadunidenses.
O desespero de homens, mulheres e criança é grande dentro do St. Louis, a agonizante situação de incerteza, pelo que após ter sido rejeitada a entrada em Cuba, Estados Unidos e até no Canadá, o navio volta à Europa, após negociações dos Estados Unidos com países europeus para que aceitassem receber os refugiados judeus, o Navio dirigiu-se assim para o porto de Antuérpia e onde foram acolhidos a muito custo, pelo governo britânico 288, os restantes 619 refugiados judeus, foram distribuídos por França, Bélgia e Holanda, assim os judeus sentiram-se a salvo do Regime Nazista.
Esse asilo dourado e saboroso da sobrevivência dos refugiados e exilados judeus alemães, foi uma solução que se revelou uma falácia. Em setembro daquele mesmo ano de 1939, rebenta a guerra, a Alemanha invade a Polónia, e despoleta-se assim o complexa rede de alianças politicas e militares, Hitler invade a Holanda a Bélgica e a França em 1940, dos refugiados do St. Louis, 254 morreram em campos de concentração, a maioria em Auschwitz.
Os refugiados não são uma novidade, mas a realidade do sofrimento dos refugiados é perene, persistente e cheia de injustiças, caso estes refugiados tivessem sido aceites, não se teria perdido nem uma vida, a recusa equivaleu a uma condenação à morte e assim continua nos dias de hoje, o preconceito e o ódio xenófobo, racista e antissemita são condenações à morte de todos os que uma dada sociedade não aceita.





Referências:
www.holocaustonline.org
www.cibercuba.com/cuba-lecturas


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Porque é que eu voto em Sampaio da Nóvoa

Eu pessoalmente voto em Sampaio da Nóvoa, por duas razões fundamentais, primeiro pela sua independência face ao poder político e partidário durante quase toda a sua vida, o que representa uma capacidade de isenção importante para o exercício pleno e qualificado da Presidência da República em nome de todos os cidadãos.
Segundo pela forma clara, lúcida e rica com que se dirige ao país, o seu discurso é um discurso Humanista e de diálogo, de abrangência, mas também de justiça social e de pontes para se construir um tempo novo.
Para além disso, apraz-me a maneira frontal e serena com que olha, a expressão facial, o tom de voz, o modo com discursa e como gesticula revelam a pessoa que está para além das aparências e das cores partidárias.
Penso que caso Sampaio da Nóvoa não venha a ser eleito, não deveria desistir de contribuir para a política de rosto humano, para uma política não do possível mas do necessário, não do óbvio mas do objetivo, não do rápido mas de uma politica como um projeto para as gerações futuras.



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Presidenciais em Portugal: Esquerda X Direita

Portugal vai a votos dia 22 de janeiro para escolher o novo Presidente da República, contudo, nunca uma campanha eleitoral fora tão diferente das anteriores como esta, primeiro porque foi extremamente morna e apagada, segundo porque para os portugueses tanto faz quem seja o próximo presidente, será obviamente muito melhor e mais competente do que Cavaco Silva, que sai com o mais baixo índice de popularidade que algum ex-presidente possa ter tido.
Ao que pretendiam ver nesta campanha uma eleição partidária enganaram-se, curiosamente a esmagadora maioria dos candidatos é independente, ou diz-se independente. O que no entanto não impede a dicotomia esquerda x direita que se traduz num duelo entre dois colegas (professores catedráticos da Universidade de Lisboa) Marcelo e Sampaio.
Marcelo Rebelo de Sousa, (67 anos) fundador do PSD e ex-diretor do semanário “Expresso”, candidatou-se como independente, mas acabou por receber o apoio oficial do seu partido e do Partido Popular. Contudo Marcelo não é afeto à área da atual direção do Partido, que aliás não queria a sua candidatura, tendo preferido apresentar Rui Rio que no entanto não quis avançar.
Marcelo conta com 51,8% de intenções de voto, em sondagens com uma margem de erro de 3%, o que poderá traduzir-se numa votação entre os 48 e os 54%, caso se concretize os 51 ou 54% Marcelo será o novo presidente eleito logo à primeira volta, caso seja os 48%, concorrerá numa segunda volta com o segundo colocado.
Sampaio da Nóvoa, (61 anos), foi professor catedrático e ex-reitor da Universidade de Lisboa, é candidato independente, mas militante do PS Partido Socialista, recebendo apoio de uma parte considerável do seu partido, incluindo do Primeiro Ministro António Costa, Mário Soares, Ramalho Eanes, Jorge Sampaio entre outros, recebe apoio dos partidos Livre/Tempo de Avançar, MRPP. Sampaio tem nas sondagens cerca de 22% das intenções de voto, tem no entanto a hipótese de ir disputar uma segunda volta com Marcelo. É aliás a quem darei o meu voto, depois explicarei porquê.
Outros candidatos, vindos do PS são: Maria de Belém Roseira, (66 anos) ex-ministra da Saúde de António Guterres, tem 8% das intenções de voto; Henrique Neto, (79 anos) é empresário de indústria de moldes, conta com o apoio de uma pequena parte do partido, tem 1% das intenções de voto; Vitorino Silva, (44 anos) conhecido como Tino de Rãs é calceteiro e conta apenas com apoios regionais, devido à sua experiencia autárquica, tem 2% das intenções de voto; Cândido Ferreira, (66 anos) é médico, obtém algum apoio dos organismos socialista do norte de Portugal, com 1% das intenções de voto.
Com tantos candidatos vindos do seio do Partido Socialista, e nenhum com apoio oficial do partido, o que faz dispersar votos, devido a uma continua teimosia em evitar o sistema de primárias como faz os Estados Unidos da América, o PS faz entender aos eleitores que não está na disputa para ganhar estas eleições acabando por entregar a vitória de mão beijada a Marcelo Rebelo de Sousa.
Os demais candidatos são maioritariamente de Esquerda: Marisa Matias, (39 anos) socióloga, eurodeputada pelo Bloco de Esquerda, conta com 8% das intenções de voto; Edgar Silva, (53 anos) ex-sacerdote católico, deputado regional na Madeira, apoiado pela CDU (PCP/PEV), tem 3% das intenções de voto; Paulo Morais, (52 anos) é formado em Matemática, Professor universitário e empresário, de tendência do centro-direita, foi militante do PSD, tendo trabalhado com Rui Rio, tem 3% das intenções de voto; Jorge Sequeira, (49 anos) é professor universitário e psicólogo, tem 1% nas intenções de voto.




Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A Realidade Liquida Segundo Zigmund Bauman

 Download do Livro - Modernidade Líquida
Zigmund Bauman, é um dos maiores expoentes do pensamento do fim do Século XX e inicio do Século XXI, com 90 anos de idade, e já com alguma dificuldade, ainda assim continua a escrever livros, dá entrevistas e viaja de avião para outros países e continentes para participar de palestras e conferências em universidades ou congressos.
Bauman, nasceu na Polónia em 1925, no seio de uma família judaica; Durante a II Guerra Mundial, lutou no exercito soviético contra as tropas da Alemanha nazista, após o fim do conflito da Grande Guerra, forma-se em sociologia na URSS, torna-se professor universitário em Varsóvia até 1968, ano em que é afastado da Universidade de Varsóvia, devido às suas ideias consideradas subversivas para o então regime comunista polaco, nesse ano foge da Polónia devido a perseguições antissemitas, e exila-se no Reino Unido.
As ideias defendidas por Bauman, são referentes à crise civilizacional que se vive hoje, nomeadamente da Sociedade da Informação. Bauman vem aprofundar o que outros escritores, sociólogos ou pensadores indagaram e aventaram em termos de previsões sócio-políticas ou económicas, tais como Edgar MorinAlvin Toffler com o seus livros "O Choque do Futuro" e a "Terceira Vaga"John Nesbitt com "Megatrends" ou ainda o economista estadunidense John Kenneth Galbraith com o livro "A era da incerteza". Neste sentido, pode-se ver que ao adentrar no fim de um século e a viver e estudar o inicio do século seguinte, Bauman faz como que o epilogo das teorias que o antecederam. Ora, se por um lado temos Morin que nos falava da inevitável evolução cultural e educacional quer nos seus estudos epistemológicos, quer sociológicos referentes à educação do futuro, Toffler varre por completo a história e toda a sociedade com a terceira vaga e o fim da era industrial, é já a visão do começo de uma nova Era a da revolução informacional e tecnológica que se faz sentir, o nascimento de uma nova sociedade que é corroborada em paralelo pelas tendências previstas em Nesbitt. Contudo cabe a Galbraith rever toda a história social e económica e impor o cunho da incerteza como o que melhor definia o fim da era; Todavia é com Francis Fukuiama que se reacende o tema, com o seu livro "O fim da história e o último homem", crendo que o fim do comunismo soviético e a queda do Muro de Berlim teriam iniciado as condições irreversíveis para se atingir a conclusão da história.
Fim da história que já havia sido visionado e defendido dois séculos antes por Hegel e a sua dialética, também com Karl Marx no seu livro "O Capital" preconizava pela sua análise sociológica o fim da luta de classes, que ele considerava ser o verdadeiro motor da História.
Para todos esses pensadores o que representava então o fim da História? Antes de mais, o importante é saber o que era para eles a História? Não era claramente, uma mera informação cronológica de acontecimentos sucessivos, mas sim o de um processo de evolução social, cultural, material e intelectual da humanidade, pela dialética que mais não era do que a repetição sucessiva de tentativa e erro, até chegar-se à conclusão, isto é, atingir um regime político, uma evolução tecnológica, um modelo económico, uma evolução cultural e intelectual, que nos possa permitir afirmar que se chegou enfim à síntese perfeita, ou seja, o fim da história.
Bauman não se preocupou em saber se se chegou ou não ao fim da história, mas antes, o de observar e denunciar as consequências do caminho que a nossa civilização percorreu até aqui, por outras palavras, qual é a realidade concreta, ou líquida no dizer de Bauman, deste modelo saído do modelo neoliberal hegemónico, globalizado e de uma civilização em que por mais desenvolvida que esteja, do ponto de vista tecnológico, tornou as pessoas mais individualistas e isoladas, onde as situações e relações no mundo do trabalho, vizinhança, sociedade enfim, são efémeras, frágeis, imprevisíveis e na qual os cortes são bruscos, geram no dizer de Bauman um vazio identitário.
E não poderia deixar de ser frágil a pessoa humana numa civilização em que os cidadãos deixam de valorizar a democracia, e até mesmo o Estado, no qual vivem ou ao qual pertencem, pois sentem que o Estado se fragilizou e instrumentalizou a favor dos interesses dos meta-estados como a UE ou o NAFTA, também das mega corporações multinacionais, que chegam a ter receitas superiores às do PIB de vários países.  
Um dos livros mais influentes de Bauman é precisamente "Modernidade Líquida" onde aborda as relações entre as pessoas num mundo globalizado onde tudo é efémero e onde as ideologias morreram.

Downloads de E-books
 A Cegueira Moral
 Vida Líquida
 Amor Líquido
 Modernidade e Holocausto
 Vida a Crédito
 Vida em Fragmentos
 Capitalismo Parasitário



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.


David Bowie - Um Dia Depois de Partir

Pessoas que estão muito à frente do seu tempo, são as que se tornam a voz de muitos, são as que prevêem  os tempos, as que têm o conhecimento mais profundo da alma humana, são as que sabem como ninguém, resumir tudo isto em arte, em poesia, luz, cor e música.
De alguma forma essas pessoas nunca nos deixaram sós, e com elas nunca estivemos órfãos no nosso tempo. A vida até pode ser curta e para alguns, até sofrida e difícil, mas tem que ter um sentido para poder valer a pena. Nesse sentido que cada um percorra o seu caminho, cumpra a sua missão e não interessa tanto o resultado, o que interessa é sim a caminhada.
The Day after Die, o dia depois da sua morte, é o dia em que o mundo inteiro presta-lhe homenagem, o homem parte, a sua obra fica, mas de facto o a mensagem e o seu conteúdo, são mais importantes que o mensageiro, Bowie cumpriu seu destino, a mensagem fica. Bowie despediu-se com um video "Lazarus", que retratava exatamente o que aconteceu, a sua morte, é uma despedia impactante, que de facto não é para todos, pois só os grandes homens sabem despedir-se.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Oito Séculos de Língua Portuguesa

O idioma português é hoje falado por 245 milhões de pessoas em cinco continentes e oito países, uma língua que ultrapassou em número o francês, o alemão e o italiano, só perde nas línguas ocidentais para o inglês e o espanhol.
Oficialmente comemoraram-se a 26 de junho de 2014 os 800 anos do surgimento do idioma português, mais conhecido como sendo o idioma de Camões. Idioma este que vindo da evolução do Galego, gerou o galaico-portucalense, o português falado pelo povo já existia antes de 1215, mas é nesse ano que é oficialmente dado como prova do seu nascimento a feitura de um documento escrito no português arcaico do século XIII, trata-se do Testamento do rei D. Afonso II de Portugal.
O português é um idioma românico, ou seja é neo-latino, que deriva do latim falado pelos romanos, tal como o castelhano (vulgarmente chamado de espanhol), o galego, leonês, catalão, francês, italiano, o romeno e também o sardo falado na Sardenha e o romanche da Suíça, estas são as línguas latinas faladas na Europa.
Através dos descobrimentos portugueses e espanhóis as línguas latinas estenderam-se para outros continentes, os portugueses levaram assim além da sua religião, leis, tradições, usos e costumes,  também o idioma lusitano. que foi adquirindo novas variantes ao longo dos tempos nos países onde se fixou, na América o Brasil, em África é falado em paralelo com dialetos locais, em Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, na Oceânia é falado em Timor-Leste a par do dialeto tétum, na Ásia foi muito usado como língua franca e oficial nas possessões de Goa, Damão e Diu, bem como em Macau até à entrega do território à China em 1999, hoje só uma reduzida parte dessa população fala o idioma de Camões.
Além da gramática (que é o que dá estrutura a um idioma), a maioria das palavras da língua portuguesa deriva do latim, mas também do grego, do árabe e também residualmente do lusitano; há contudo a presença de algumas palavras hebraicas, muito se espantam as pessoas ao assinalarmos o hebraico, mas a comunidade judaica na antiga Lusitânia romana era grande, muito antes de existir o islão e de haver a ocupação moura no sul da Península Ibérica, já os mercadores fenícios vinham-se abastecer às povoações costeiras da Lusitânia, onde encontravam com comerciantes judeus. Uma das palavras do hebraico que ainda hoje permanece no português é o cominho que deriva da palavra hebraica Kamon.
Para além disso o hebraico contribuiu através da igreja cristã do ramo católico, para manter vivas na língua portuguesa palavras como Javé ou Jeová, Páscoa deriva de pessach, de shabbat derivou-se para sábado, outros exemplos são Jubileu que vem de iobel, Aleluia, Ámen, querubim, serafim, Satanás vem de Satan, há ainda a influência nos nomes de pessoas como Gabriel, Rafael, Miguel, Joaquim.

Contudo vamos nos deter sobre a raiz das palavras romanas e gregas que fazem parte hoje dos vocábulos do idioma português.
Exemplos de Vocábulos com raiz de origem latina.
Agri
Campo
Agricultura
Arbori
Árvore
Arborizar
Avi
Avi
Avicultura
Beli
Guerra
Bélico, belicista
Capiti
Cabeça
Per Capita,
Cida
Que mata
Regicida, homicida
Cola
Que cultiva
Agrícola
Fide
Fidedigno, fidelidade
Forme
Forma
Disforme, sem forma
Frater
Irmão
Fraternidade
Loco
Lugar
Locomover
Ludo
Jogo
Ludopédio (futebol)
Mater
Mãe
Maternidade
Multi
Muito
Multifacetado
Oni
Todo, total
Onipresente
Paro
Produzir
Reparo
Pater
Pai
Paternidade
Pede
Pedestre
Pisci
Peixe
Piscicultura
Pluri
Vários
Plurianual
Pueri
Criança
Puericultura
Quadri
Quatro
Quadrilatero
Silva
Floresta
Silvicultura
Umbra
Sombra
Umbral
Voro
Comer
Devorar, carnívoro

Exemplos de Vocábulos com raiz de origem grega.
Aero
Ar
Aeronáutica
Agogo
Conduzir
Pedagogo
Antropo
Pessoa
Antropologia
Arqueo
Antigo
Arqueologia
Auto
Próprio
Autógrafo
Biblio
Livro
Biblioteca
Bio
Vida
Biologia
Caco
Mau
Cacofonia
Cali
Belo, bonito
Caligrafia
Cardio
Coração
Cardiologia
Cefalo
Cabeça
Eletroencefalograma
Cosmo
Mundo
Cosmopolita
Cracia
Regime
Democracia
Crono
Tempo
Cronologia
Demo
Povo
Democracia
Eco
Habitat
Ecologia, Ecossistema
Étimo
Verdadeiro
Etimologia
Fobia
Medo
Claustrofobia
Fono
Som
Fonética
Gastro
Estômago
Gastronomia, gastrite
Geo
Terra
Geografia
Grafia
Escrita
Caligrafia
Hemo
Sangue
Hemodiálise
Hidro
Água
Hidráulica
Hipno
Sono
Hipnose
Hipo
Cavalo
Hipódromo
Homo
Igual
Homogéneo
Lito
Pedra
Litosfera
Mega
Grande
Megalopole
Metro
Medida
Cronometro
Micro
Pequeno
Micro-ondas
Morfo
Forma
Morfologia
Necro
Morto
Necrotério
Neo
Novo
Neologismo
Orto
Certo
Ortografia
Pato
Doença
Patologia
Poli
Muitos
Poliglota
Pseudo
Falso
Pseudónimo
Psico
Alma
Psicologia
Taqui
Acelerado
Taquicardia
Teca
Coligir
Biblioteca
Tele
Longe
Telefonia
Teo
Deus
Teologia
Termo
Calor
Termómetro
Trofia
Desenvolvimento
Atrofia
Xeno
Estrangeiro
Xenofobia

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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