quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

30% dos Portugueses têm Ascendência Sefardita

Um estudo científico sobre a origem genética da população portuguesa, veio a comprovar que em Portugal, um dos países mais católicos da Europa, a população tem uma grande percentagem de origens judaicas na linhagem masculina.
No entanto a maioria dos portugueses desconhece este facto, que por sinal foi revelado num estudo publicado pelo “The New York Times”, a University of Georgetown, EUA, e o Instituto Português de Saúde Ricardo Jorge, estudo este no qual o Prof. Jonathan Ray afirma serem cerca de 35% de população portuguesa a Sul do Tejo e cerca de 25% a Norte tem ascendência judaica, (de judeus sefarditas), estudo feito com base em investigações no ADN das populações de toda a Península Ibérica, ficou registado que 30 por cento dos portugueses e 20 por cento dos espanhóis são de origem judaica e 11 por cento de origem árabe e berbere em toda a Península Ibérica.
Essa disseminação da população judaica na Península deveu-se a três factores, 1º no Império Romano, onde a Diáspora força a fuga para terras distantes de Judeus expulsos de Israel após a destruição do Templo de Jerusalém. 2º Na conquista árabe no séc. XII os judeus mantiveram a sua liberdade e se desenvolveram e progrediram em igualdade aos muçulmanos numa primeira fase, depois foram perseguidos e se espalharam pela península, e arabizaram os seus nomes. 3º A conversão forçada de centenas de milhares de judeus nos séc. XIV e XV, adoptando nomes e sobrenomes portugueses, bem como impondo os costumes alimentares (daí vem a alheira e a farinheira – enchidos para fingir o consumo de carne suína), eram no entanto identificados e chamados de Cristãos Novos, termo com cariz pejorativo e claramente marginalizador, muitos foram destituídos dos seus bens, e famílias foram separadas, levadas para diversas possessões coloniais portuguesas.Contrariamente aos restantes países do mundo, Portugal, paradoxalmente com a sua cultura marcadamente católica, tem nas suas origens o sangue judeu. Já mesmo antes da conquista Romana, a península Ibérica era na Bíblia chamada de “Társis”, onde por sinal havia já uma colónia Judaica considerável.
Em Lisboa na Altura do Reino do Al-Andaluz, a população Judaica era superior em número à população muçulmana e Cristã (na altura denominada de moçárabe). Os judeus à altura adoptavam nomes hebraicos, mas com o aumento da pressão islâmica na península passaram a usar nomes árabes, e até grandes Rabis escreveram obras literárias em árabe, como por exemplo o Sepher HaZohar, foi inicialmente escrito em árabe por Maimonides.A tradição popular portuguesa indica que as famílias com apelidos associados a árvores, flores ou vegetais são, supostamente, de origem judaica, embora na realidade com a conversão forçada dos judeus (Bnei Anussim significa Filhos dos Forçados) passaram a adoptar sobrenomes tipicamente portugueses para não sofrerem preconceitos. Hoje não é frequente um português assumir as suas origens judaicas, como fez por exemplo o antigo presidente da Câmara de Lisboa, Cruz Abecassis, o Antigo Presidente da República Jorge Sampaio, ou mais anteriormente, o capitão Barros Basto e os escritores Fernando Pessoa e Camilo Castelo Branco, entre outros. No entanto a população desconhece as bases do judaísmo ou da história hebraica de Portugal.
Fonte: The New York Times - DNA study shows 20percent of Iberian population has Jewish ancestry




Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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4 comentários:

Maria Teresa Carvalho disse...

A minha mãe é de Argoselo ,filha de comerciantes que viviam no Bairro de Baixo ,local da aldeia onde moravam os que se dedicavam aos negócios .No Bairro de Cima ,moravam as famílias de agricultores .O meu pai era natural de uma aldeia de Miranda do Douro,por que os meu avõ paterno embora fosse de Argozelo ,tinha ido viver para Miranda do Douro .O apelido do meu pai e do meu avô é Carvalho (nome de árvore ).Daí que sempre achei que teria origem judaica e até com um certo orgulho .Como sempre me interessei por tudo que se relacione com os serfaditas ,embora sem o conhecimento exacto das percentagens apresentadas no neste estudo ,tinha já essa ideia .Peço desculpa ,mas como li o resultado do estudo ,apenas quis comentar . M.Teresa Afonso Carvalho.

Filipe de Freitas Leal disse...

Muito obrigado pelo se comentário e ao mesmo tempo um testemunho, sim, há muitas famílias com nomes de árvores que têm origem judaica.
A existência de uma tão grande percentagem de portugueses com origem judaica pode nos dar uma pequena imagem do que Portugal antes da expulsão e da conversão forçada dos judeus nos ano de 1497.

Maria Teresa Carvalho disse...

Obrigada pela sua resposta .Sou natural de Mirandela ,estudei em Bragança e depois na Faculdade de Letras de Lisboa ,onde fiz o curso de História .Também por esse motivo ,o meu interesse pela história dos Judeus em geral e pela dos serfadistas em Portugal .

Anónimo disse...

Sim, sobrenomes como: Pereira, Oliveira, Pinto, Pimentel, Rosa, Flores, Cordeiro, Pinheiro, Lima, Macieira, Moreira, Cardoso, Teixeira, Aguiar, Ribeiro, etc., etc. Esses sao sobrenomes tipicamente Sefarditas, Cristãos Novos (Judeus de Portugal).

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