segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Trabalhador sim, Colaborador Não?


Meus caros, tenho vindo a reparar que de há algum tempo a esta parte, os liberais inventaram a moda de chamar de 'COLABORADORES', aos que na verdade são os 'TRABALHADORES', é que
Colaborar é ajudar, é o que faz por exemplo um voluntário, mas Trabalhar é produzir riqueza, é o que faz um empregado em troca de um salário, portanto a resposta é inequívoca, 'Trabalhador' sim, 'Colaborador' não! Ora vejamos a explicação:

1 - Que denominar de "Colaboradores" aos que efetivamente são os "Trabalhadores" é em primeira análise um erro, a começar pela semântica, trabalho e colaboração não são nem nunca foram sinónimos.
2 - Em termos legais, o que temos é um "Código do Trabalho", que rege as relações contratuais entre os trabalhadores e o patronato, e tanto quanto sei, não há nenhum Código da Colaboração.
3 - Olhemos para a diferença de um voluntário que auxilia por vontade própria, é um colaborador, ao contrário, os operários da construção civil ou de uma fábrica, que trabalham com vínculo contratual para produzir riqueza, recebem em troca um salário, são trabalhadores.
4 - Outro aspecto é que trata-se de uma estratégia ideológica, mais especificamente dos Neoliberais, e visa destruir a consciência de classe e incutir em cada um uma mentalidade individualista e competitiva entre os seus pares, para que isolados, não possam ter conhecimento dos seus direitos legais, e por isso, não saibam defender os interesses da sua classe profissional.
5 - Posto isto, podemos assim entender melhor as reivindicações dos médicos, dos enfermeiros, dos comerciantes, dos professores, que não são colaboradores, são em cada profissão uma classe, tal como o são os operários, os taxistas, os artistas, etc. Ter presente que não defendem os seus interesses pessoais, mas os interesses da sua classe profissional.
6 - Até mesmo o Patronato tem consciência da sua classe, e como tal, luta unida pelos seus interesses contra os interesses dos seus trabalhadores.
6 - Toda a gente sabe, que ser chamado de colaborador ou de burro pelo patronato seria na prática a mesma coisa.
* E sem medo de sermos rotulados do quer que seja, temos que pensar sim nestas questões, claro que não será necessário por-se a ler as cartilhas ideológicas marxistas ou liberais para atingir esta conclusão, a verdade é uma só e não tem donos, para a atingir basta interpretar a realidade que nos cerca, e entender em que degrau da estratificação social cada um está.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

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