quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Alemanha: Impasse para Suceder Merkel

No passado domingo dia  26 de setembro, realizaram-se na Alemanha as eleições legislativas, para as quais Angela Merkel já não concorreu como deputada, e está de saída do cargo de Chanceler da Alemanha, cargo que exerceu durante 16 anos consecutivos, os últimos dos quais em coligação com os sociais democratas do SPD.

A campanha foi renhida tal como foram os votos até ao ultimo momento da contagem, tendo saído como partido vencedor o SPD Partido Social-democrata da Alemanha liderado por Olaf Scholz (63 anos), obteve 25,7 % dos votos e 206 deputados, contra os 24,1 % de votos da UDC-CSU e com 196 assentos no Parlamento, ou seja, quase um empate técnico, mas deixa o líder do partido mais votado em condições de negociar a formação de um governo de coligação, e caso consiga, poderá ser nomeado para o cargo de Chanceler sucedendo a Angela Merkel da UDC, lembramos que o Chefe de Governo não é um cargo eleito, mesmo o partido mais votado pode não conseguir formar governo caso não obtenha uma maioria absoluta ou relativa (também chamada de confortável) para poder governar, situação muito comum no Parlamentarismo.

O líder democrata cristão Amim Laschet (60 anos), também tem esperança de conseguir formar governo e manter a UDC/CSU no poder, mas o resultado dos partidos mais à esquerda como os Verdes liderados por Annalena Baerbock (40 anos) obteve 14,8 % dos votos e 118 lugares no Bundestag, somando-se ainda com o partido Die Link (A Esquerda) que obteve 4,9 % do escrutínio e conquistou 39 assentos no hemiciclo, mesmo que não formem governo, a possibilidade de aprovar um governo social-democrata é grande.

Os Democratas Cristãos podem tentar um acordo com o FPD Partido Liberal Democrata que 11,5% e 92 cadeiras no Parlamento, e tentar também negociar com as Verdes tal como fez Merkel no passado, mas o mais certo, é que ao fim e ao cabo, tentem em primeira instância a negociação de um governo CDU/CSU - SPD, para depois ir então ao encontro de outras possibilidades incluindo a AfD da Direita mais conservadora.

A grande surpresa destas eleições foram, os votos dos mais jovens que não votaram na CDU, mas sim nos Verdes do Die Grüne e nos Liberais Democratas do  FDP.



O Sistema Eleitoral alemão

Na Alemanha, o voto é universal, direto e secreto, cada eleitor tem direito a dois votos, um voto numa lista à esquerda do boletim de voto, para eleger os deputados denominados por representantes constituintes, que em alemão diz-se de "wahlkreisabgeordneten"; podemos ver à direita a imagem de um boletim de voto alemão e vimos que está dividido em primeiro e segundo voto, sendo este último para eleger-se o partido. Cada um destes escrutínios conta como 50% cada para a formação do Bundestag, o Parlamento, ou seja, metade da camara baixa é formada por votos diretamente nas listas de deputados e a outra metade elege os deputados de forma a representar a votação meramente partidária.

Os deputados formam o Parlamento que é o Primeiro órgão de soberania do Estado Federado, cabe aos deputados legislarem, e entre outras funções a de eleger o Chefe do Estado, que é o Presidente da Alemanha. Ao Presidente, cabe nomear o governo após as eleições, ouvindo todas as forças políticas com assento parlamentar, quando para tal tenha maioria absoluta ou tenha realizado entendimentos para uma coligação que permita governar com estabilidade.

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