A vontade dos
britânicos em estar sempre de lado, nas importantes decisões da União Europeia,
nomeadamente no que concerne às suas moedas nacionais, a Libra inglesa e a
libra escocesa, ou o espaço Schengen, fez prever o inevitável, a saída do Reino
Unido da União Europeia, a pergunta é “poderia ter sido evitado? Sim poderia,
mas para que o Brexit não acontecesse, a União Europeia teria de ter mantido
uma política de cariz social, ainda que de fundo económico, e ter promovido políticas de rosto humano e solidário, o que não aconteceu nos últimos tempos,
lembremo-nos da pressão feita contra a Grécia e Portugal.
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Brexit - A Escolha Certa a Longo Prazo
sexta-feira, julho 01, 2016
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
A União
Europeia, tornou-se o símbolo de um capitalismo de um Meta-Estado, onde salvar
a banca privada e falida, à custa dos trabalhadores, e da perda de direitos
sociais, notou-se como sendo mais importante do que salvar os valores que após
a II Guerra Mundial teriam levado a Alemanha Ocidental, a França, a Itália e o
Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) a constituir em 1954 pelo tratado de
Roma, a CECA Comunidade Económica do Carvão e do Aço, que foi a origem
económica do projeto politico da CEE Comunidade Económica Europeia, à qual se
juntaria em 1973 o Reino Unido, na altura sob os auspícios do Primeiro-Ministro do Labor (trabalhista) Harold
Willson (1964-1970) e tendo a entrado oficialmente no governo dos Tories, conservadores de Edward Heath (1970-1974).
A saída do
Reino Unido, apesar de gerar um choque, até mesmo interno, é no fundo a
prelúdio de um Estado que recupera a sua soberania, e que mais tarde ou mais
cedo revelar-se-á como a melhor escolha que os britânicos fizeram a par com a Noruega.
Pena é que
muitos dos eleitores, votaram pelo Brexit, por motivos nacionalistas e baseados
no medo da crescente influencia muçulmana, mas as razões do referendo
fizeram-se impor pelas políticas ferozes que partem de Bruxelas há anos, e que
distanciam-se do cariz social-democrata do socialista Jacques Dellors.
Recentemente
no Parlamento Europeu, o Presidente da Comissão Europeia, Jacques Santer, teceu
comentários duros dirigindo-se aos deputados Britânicos, que o aviam aplaudido,
dizendo-lhes que “esta é a ultima vez que iriam aplaudir no hemiciclo de
Estrasburgo” além do que não entendia porque ainda estariam lá, “se
votaram para sair, saiam logo, não deveriam nem ter comparecido no Parlamento”.
Palavras duras, escusadas e de um teor arrogante que revelam a natureza dos
tecnocratas europeístas do Eurogrupo e da comissão europeia.
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