Uma mão que
doeu, um dia
devagar
Um Domingo
perfeito, uma toalha
no chão
Um caminho
cansado, um traço de
avião
Uma sombra
sozinha, uma luz
inquieta
Um desvio
na rua, uma voz de
poeta
Uma garrafa
vazia, um cinzeiro
apagado
Um hotel
numa esquina, um sono
acordado
Um secreto
adeus, um café a
fechar
Um aviso na
porta, um bilhete
no ar
Uma praça
aberta, uma rua
perdida
Uma noite
encantada, para o
resto da vida
Pedes-me um
momento agarras as
palavras,
Escondes-te
no tempo, porque o
tempo tem asas
Levas a
cidade, solta me o
cabelo
Perdes-te
comigo, porque o
mundo é o momento
Pedes-me um momento agarras as palavras,
Escondes-te no tempo, porque o tempo tem asas
Levas a cidade, solta me o cabelo
Perdes-te comigo, porque o mundo é o momento
Uma estrada
infinita, um anuncio
discreto,
Uma curva
fechada, um poema
deserto,
Uma cidade
distante, um vestido
molhado,
Uma chuva
divina, um desejo
apertado.
Uma noite
esquecida, uma praia
qualquer,
Um suspiro
escondido, numa pele
de mulher,
Um encontro
em segredo, uma duna
ancorada,
Dois corpos
despidos, abraçados
no nada.
Uma estrela
cadente, um olhar
que se afasta
Um choro
escondido, quando um
beijo não basta
Um semáforo
aberto, um adeus
para sempre
Uma ferida
que dói, não por
fora, por dentro
Pedes-me um momento agarras as palavras,
Escondes-te no tempo, porque o tempo tem asas
Levas a cidade, solta me o cabelo
Perdes-te comigo, porque o mundo é o momento
Pedes-me um momento agarras as palavras,
Escondes-te no tempo, porque o tempo tem asas
Levas a cidade, solta me o cabelo
Perdes-te comigo, porque o mundo é o momento
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