Computerization and Social Transformations - de Rob Kling (Resumo)
Rob Kling examina neste artigo a relação entre a informatização e as
mudanças sociais, e pergunta: “A informatização trouxe à sociedade,
transformações consideráveis nos
seus diferentes aspetos? E se sim, como? Em que é que a sociedade foi
modificada? E como?
Trata-se de uma abordagem da sociologia da tecnologia, tendo sido feitos
vários estudos para responder esta questão, estudos tais como a informatização
e a qualidade de vida no trabalho, incluído por vários autores nos seus livros
sobre este tema, como Strassman em 1985, com o seu livro “The transformation of
work in the electric age”.
Estudos cujo tópico é, essencialmente a influencia do desenvolvimento da
inteligência artificial e a relação da informática com a organização
empresarial, a reorganização do processo de trabalho e os custos, bem como a
influencia no poder político e nas decisões económicas. Mostrando que a
transformação da Sociedade da Informação é irreversível.
Rob Kling apresenta como ideia chave o desenvolvimento das relações
interpessoais, intergrupais e institucionais, através da informatização e da
reestruturação dessas mesmas relações, reorganizando o fluxo de informação, daí
a ideia de Aldeia Global.
Kling escreve sobre Alvin Toffler e John Naisbitt como promotores
futuristas da ideia da revolução da informação. Toffler é lembrado no que se
refere à Info-esfera e à Tecno-esfera, do seu livro da “Terceira Vaga” (1980). Embora
não precisando uma data, Toffler consegue ser quase que preciso nas suas
previsões.
Comentário do Artigo “A Sociedade irreversível da Informação”
Neste artigo de Rob Kling, e a questão, quais as transformações sociais
feitas pela informatização, nos seus mais diversos aspetos sociais? E como é
que se processaram essas transformações? Saltam á nossa consciência todo um
mundo que nos cerca, e parece natural (a Physis é a natureza na Grécia antiga), mas
não é natural, é sim fruto da obra humana (a Poiesis na Grécia antiga era a ação, criação),
do seu génio inventivo e criativo, também irreversivelmente nos encontramos num
mundo em que já não saberíamos viver (no mesmo grau de eficiência e
desenvolvimento) sem as conquistas feitas pela tecnologia (a Techne que na Grécia é Conhecimento),
conquistas essas que no espaço de tempo de mais ou menos de 250 anos, têm vindo
a mudar o mundo gradativa e irreversivelmente. A filosofia da Tecnologia e a
Sociologia da Tecnologia tentam nos dar resposta a estas questões que são de
suma importância.
A grande causa disso é a revolução industrial do século XVIII, que permitiu
ao Homem um grau de desenvolvimento industrial e pesquisa cientifica,
desenvolver-se progressivamente desde a máquina a vapor em 1765 por J. Watt, a
bateria em 1800 por A. Volta, o telegrafo em 1837 por S. Morse, o telefone em
1876 por Graham Bell, a lâmpada em 1879 por T. Edison, o animatógrafo
(precursor do cinema) em 1895 pelos irmãos Lumiére, e assim sucessivamente de
invenção em invenção, passando pela fotografia, rádio, automóvel, avião,
informática, a Internet, até chegarmos à informatização de ponta mais avançada,
inteligência artificial e robótica. Campos diversos da informática que estão ao
serviço da ciência, como a medicina, a astronomia e astronáutica, mas também de
modo mais prático relacionado com a produção industrial.
A tecnologia é ou pode ser autónoma, humanamente controlável e neutra, onde
seus meios e fins são totalmente separados, isto de acordo com a fé no
progresso liberal.
Tal como Toffler avia previsto no “Choque do Futuro” e na “Terceira Vaga”,
podemos observar que os computadores na atualidade, estão presentes na nossa
vida do dia a dia, cada vez mais baratos, mais pequenos e mais potentes, são
uma presença continua nos lares, nas escolas, e com o wireless nos cafés, nos
transportes públicos, úteis a todos os setores da sociedade e da atividade
humana: da pesquisa cientifica de ponta até à mais banal das ações cotidianas.1
A informatização é presente na Telefonia móvel e fixa, Portugal é aliás o
país da Europa em que há mais telemóveis por pessoa, a informatização está
presente em quase todos os lares, usados para trabalho, estudo e lazer, onde se
reproduzem som, imagem e vídeo, que podem ser partilhados na Internet em
blogues, redes sociais e e-mails e criando um novo conceito o self-media.
Essas diversas dimensões da informatização, também se refletem num mundo
cada vez mais pequeno, em que a aldeia global é monitorizada por uma
informatização global, canais satélite, comunicação em tempo real, transações
financeiras em simultâneo, mercado de trabalho mais exigente e dinâmico, novos
modos de desenvolvimento do ensino como as Universidades Abertas (Open
University), e-learning; No comércio temos o desenvolvimento do e-comerce,
compras on-line onde acedemos aos supermercados a partir de casa, temos ainda a
presença na banca como o já muito conhecido e difundido sistema Multibanco, mas
também o home-banking; Na política há países onde se aplica o voto eletrónico,
mais seguro e de resultados imediatos, tudo isto possível a partir da explosão
da Internet desde a sua criação da ARPANET em 1962, fazendo a passos largos uma
sociedade global, aproximando culturas, valores (democracia liberal),
aproximando pessoas nas redes sociais, claramente o que Toffler diz ser a
“Info-esfera”.
Mas também há impactos negativos na sociedade, desde o impacto no
desemprego, causado pela robotização, a dependência de jovens aos jogos on-line
ou às redes sociais, provocando até a auto exclusão, há também o crime
organizado desde os crimes de colarinho branco até às falsas identidades e
crimes de fraudes, pedofilia, terrorismo entre outros, organizados
informaticamente, usando a Internet para atingir os seus fins, passando a
existir a necessidade de desenvolvimento da segurança informática e de cada vez
maior legislação apropriada.
O termo “Revolução” foi sobejamente utilizado, sendo apropriadamente, visto
que é do que se trata, mas mais apropriado ainda é o termo Sociedade da Informação,
termo surgido nos anos 90 em que se desenvolveu a Internet e a TIC e incluída
mais tarde nas reuniões do G7, já o termo “Sociedade do Conhecimento” é usado
pelos meios académicos e adotado pela UNESCO em detrimento do termo
“Information Society”.2
_________
1 Albuquerque,
João Porto de; “Aspetos Sociotécnicos da computação: contextualizando o
desenvolvimento de sistemas de computação com o modelo Mikropolis.
__________
Bibliografia:
Kling, Rob; Computerization and Social
Transformations; Science, Technology & Human Values,
Vol. 16, No. 3
(Summer, 1991), pp. 342-367
Revista de História
Contemporânea; Vários Autores (Fedo Fragoso, Nelson Bandolim, Letícia Destro, Carolina
Mendes, Vinificas Mar condes e Mamilo Acácio) N.º 1 Abr. 2008 / Brasil
Sitografia:
0 comentários:
Enviar um comentário