sábado, 19 de fevereiro de 2022

COVID19 - Não Se Pode Negar o Que Existe

Anda a ser espalhada pelas mais diversas redes sociais, e pretensamente apoiada em cientistas conceituados, uma Fake News, que passa a ideia de que o vírus da covid-19 não seja natural, mas produzido ou alterado em laboratório. E eu respondo: "E daí?".

Que diferença faz? Natural ou não, existe, está espalhado pelo mundo, contamina-nos e em casos mais graves mata.
Daí que se tornou imperioso que todos nós tomássemos a Vacina para nos prevenirmos, protegermos os nossos familiares, e assim estancarmos a contaminação.
Creio que é muito possível sim, que à medida que avançam os estudos científicos, nomeadamente no que concerne a bacteriologia e virologia, possa haver falhas. Resta saber se se tratou ou não, de uma falha no que toca a uma fuga do vírus.
Em relação ao facto de ser natural, tal como foi a Pneumónica ou a "Gripe Espanhola" (ocorrida entre 1918 e 1920, que vitimou 50 milhões de pessoas) ou se de facto este é um vírus transmutado em laboratório, o facto é que não altera nada, ou seja, já que hipoteticamente escapou, há que a partir daí, tomar as devidas providencias para poder se salvar o mais possível as populações.
Portanto, a discussão de saber se o vírus é natural ou transmutado laboratorialmente, é uma narrativa que em vez de nos ajudar, só atrapalha e confunde a opinião publica, que pensa que deve evitar a vacina, a mascara e todas as medidas de prevenção sanitárias.
Eu não sei, não tenho como saber, e nem sei se alguma vez saberei se de facto o vírus é natural ou transmutado laboratorialmente, quer por acidente, quer por intenção. O que sei é que existe, está espalhado pelo mundo, anda por aí, e mata, tal como mata o vírus da Gripe e de outras tantas doenças. Mas além do vírus, também é nociva e até pode ser mortal a ideologia negacionista, os "Fake News", as "Marchas para a Liberdade" e a desobediência civil, neste âmbito; porque os negacionistas não sabem o que negam, pois os factos falam por si, pois verifica-se que cerca de 85% dos óbitos ocorre em pessoas não vacinadas.
As doenças infeciosas não são ideologias, e devem ser combatidas por todos em espírito de solidariedade e responsabilidade.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Ir à Guerra não é brinquedo

No meu tempo, ir à Guerra, não era com hora marcada como quem vai para o chá das cinco.

Ir à Guerra não é o mesmo que ser convidado para um jantar na casa do vizinho, com cordialidade e pedindo licença para entrar.

No meu tempo, ir à Guerra era meter o pé na porta e arromba-la de surpresa, quando menos preparado estava o inimigo.

Ir à Guerra não é um espetáculo de circo, uma série televisiva, nem um folhetim de jornais, e muito menos, sorteios ou apostas de lotaria.

No meu tempo, ir à Guerra, era destruir a vida de muita gente, de um país inteiro, onde se perdia a vergonha por um lado e por outro lado perdia-se a dignidade, a esperança e a vida.

Mas hoje, hoje tudo é diferente, menos uma coisa: É que entre mortos e feridos alguém há de escapar, e curiosamente, tal como antes, vence não o melhor ou o mais justo, mas o mais forte.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Questões sobre o Conflito Rússo-ucrâniano

Há algumas perguntas que me surgem, para as quais eu não consigo obter resposta, porque para mim, este conflito é um absurdo autêntico:

1º - Se de facto irá ocorrer uma invasão da Ucrânia, porque é que Putin perde tanto tempo em negociações sem fim e com um aparato militar mediático, permitindo dessa forma, que a Ucrânia e os Aliados se organizem, obtendo maior capacidade de defesa e resposta?
2º - Se de facto o objetivo da Rússia é ter uma zona tampão, não permitindo que os países satélites estejam no campo de influência da OTAN, sendo essa uma das exigências russas para não invadir a Ucrânia. E neste caso, se a independência e a soberania da Ucrânia dependem do facto de não pertencer a uma organização que seja considerada uma ameaça para a vizinha Rússia, então porque é que os EUA insistem em que a Ucrânia venha a tornar-se membro da respetiva organização?
3º - O que ganha a Ucrânia com este conflito, ao ser invadida, ao perder território e à ruína da sua economia; Porquê então, o Presidente Volodymyr Zelensky não desiste da OTAN, em nome da paz, da estabilidade económica, política e social, para o seu país e o seu povo?
4º - Por fim, resta perguntar onde está a lógica disto tudo? Não em relação à Rússia de Putin, aos EUA de Biden e à Europa representada aqui por Macron, mas sobretudo em relação às decisões dos políticos da Ucrânia. Creio que estão a ser conduzidos como cordeiros para interesses que não são verdadeiramente os interesses do povo ucraniano.

De acordo com o exposto acima, verifico que é demasiado estranho, que mais do que os políticos ucranianos, sejam os EUA a decidir o destino da Ucrânia, ao quererem impor esse país do Leste europeu como membro e parceiro da OTAN, estão assim, a agravar a situação e a empurrar a Ucrânia para o abismo.
Não podemos esquecer que Biden já cometeu erros que cheguem, primeiro a desastrosa saída do Afeganistão, e agora com o escalar do seu discurso de ameaças à Rússia, pode cometer mais um grave erro, o de provocar o conflito militar, prejudicando neste caso, não apenas a Ucrânia mas também a Europa.

Quando um país como Israel, que tem um dos melhores serviços secretos do mundo, decide retirar a sua representação diplomática de Kiev, e informa aos seus cidadãos para não viajarem para a Ucrânia, pode ser entendido como um grande sinal da eminente invasão da Ucrânia, probabilidade muito maior do que se esperava.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Rússia Vs. Ucrânia - Holodomor não acabou


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, afirma um famoso ditado português, mas nem sempre assim é, a vontade da Rússia em perseguição face à Ucrânia não é de hoje, e por isso, Holodomor não deve nem pode ser esquecido, facto 
ocorrido em 1932 e 1933, que resultou na morte pela fome a que milhões de ucranianos foram votados pelo caudilho comunista Joséf Stálin,  o ditador soviético que tentou criar uma URSS  multicultural, desterrando povos inteiros da sua pátria, como os tártaros, e que o mais que conseguiu foi ter transformado o comunismo numa espécie de nazi-fascismo vermelho, oprimindo a todos, mas em particular e com especial ódio, o povo da Ucrânia.

Embora a região da Crimeia seja conhecida na atualidade, pelos recentes conflitos de invasão, ou pela anexação da Crimeia em 2014 por parte da Rússia, o facto é que o mesmo território tem uma população própria, os tártaros que foram impedidos de voltar à sua terra natal, terra que já havia pertencido ao Império Otomano, passando para o Império Russo em 1792, mas foi apenas em 1954 que o Soviete Supremo passou a região da Crimeia para a República Socialista Soviética da Ucrânia, todavia, recuperar a Crimeia para a Rússia, sempre foi um desejo de  Putim, para mostrar a sua força e ao mesmo tempo o seu desprezo total pela Ucrânia e os ucranianos.

Putin procura hoje, mostrar ao mundo que tem poder, e quer reerguer a Rússia no xadrez internacional, sobretudo com o enfraquecimento político dos EUA, e com a ascensão inegável dos chineses, além disso, tenta ainda aproveitar para manter o poder musculado dentro de fronteiras, afastando opositores e esmagando a oposição. No Xadrez político apoia o Irão, a Síria e outros inimigos do ocidente, aqueles mesmos a que George W. Bush denominou de o Eixo do Mal. 

As manobras que hoje se verificam para intimidar Kiev, e se se verificarem com invasão efetiva, são em primeiro lugar para se impor perante a Europa e o resto do mundo, aproveitando para continuar a oprimir a Ucrânia, usada como bobe expiatório de todos os problemas internos russos.  Se a Europa mantiver apenas as ameaças de sanções económicas e financeiras, e os EUA a dizer que avançam para o terreno, torna ainda mais perigoso o barril de pólvora.

O facto é que ódios irracionais antigos, somados a contextos políticos específicos de um reposicionamento geopolítico e geoestratégico, ainda causam bastantes problemas, oxalá os ventos mudem.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Portugal e o Brasil Eram Um Só País

Bandeira do Reino Unido de  Portugal, Brasil e Algarves.





















O Brasil era Portugal, e os brasileiros nasciam portugueses, e assim foi de jure e de facto de 1500 a 1822, com o mesmo estatuto, as mesmas prerrogativas, os mesmos direitos e deveres, ou por outras palavras, Portugal e o Brasil foram um só país em dois continentes, pois antes de Pedro Alvares Cabral ou de Duarte Pacheco Pereira o Brasil não existia como identidade, o que existia antes, era um amplo território como pedra bruta a ser trabalhada.

O "Brasil" não foi conquistado, foi na verdade construído como parte integrante da Lusitanidade, assim, o Brasil é um produto de Portugal, onde ainda hoje o sangue português corre livre nas veias brasileiras, bem como o som dos nomes e sobrenomes portugueses que ecoam teimosamente no Brasil, país que fala um português de vogais abertas, com um som melódico e tropical.

Claro que é inegável que tenha havido uma ocupação do território, que aliás não apresentava unidade, pois o território estava dividido por diferentes nações indígenas, cada uma com o seu próprio idioma, cultura e as suas próprias crenças e religião, diferentes não apenas em relação aos portugueses, mas entre si mesmas, de facto os indígenas já estavam no local sim, mas não eram brasileiros, porque o Brasil ainda não existia. O Brasil nasce e se desenvolve com a colonização portuguesa.

O Anti-lusitanismo no Brasil é mera tática política do caciquismo que usa fantasmas e mitos históricos para manter o poder sobre uma massa que desconhece a sua verdadeira história; não esqueçamos que o Rei D. João VI foi coroado no Brasil em 1816, e foi o monarca que fez do Rio de Janeiro a Capital de todo o Império. Logo, ser anti-lusitano é na verdade ser anti-brasileiro porque tal sentimento visa negar a própria génese.

Não é por acaso que o Brasil é o que é na sua grandeza, pode-se perguntar os vários porquês. Como o porque será que se fala português em vez de italiano ou espanhol, e porquê é que o Brasil é o maior país Católico do mundo; Como veio parar o café ao Brasil; Quem foi que introduziu o Carnaval ou a laranja da Bahia? A resposta é que foi Portugal que introduziu a sua cultura no território que hoje é o Brasil.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Alemanha: Impasse para Suceder Merkel

No passado domingo dia  26 de setembro, realizaram-se na Alemanha as eleições legislativas, para as quais Angela Merkel já não concorreu como deputada, e está de saída do cargo de Chanceler da Alemanha, cargo que exerceu durante 16 anos consecutivos, os últimos dos quais em coligação com os sociais democratas do SPD.

A campanha foi renhida tal como foram os votos até ao ultimo momento da contagem, tendo saído como partido vencedor o SPD Partido Social-democrata da Alemanha liderado por Olaf Scholz (63 anos), obteve 25,7 % dos votos e 206 deputados, contra os 24,1 % de votos da UDC-CSU e com 196 assentos no Parlamento, ou seja, quase um empate técnico, mas deixa o líder do partido mais votado em condições de negociar a formação de um governo de coligação, e caso consiga, poderá ser nomeado para o cargo de Chanceler sucedendo a Angela Merkel da UDC, lembramos que o Chefe de Governo não é um cargo eleito, mesmo o partido mais votado pode não conseguir formar governo caso não obtenha uma maioria absoluta ou relativa (também chamada de confortável) para poder governar, situação muito comum no Parlamentarismo.

O líder democrata cristão Amim Laschet (60 anos), também tem esperança de conseguir formar governo e manter a UDC/CSU no poder, mas o resultado dos partidos mais à esquerda como os Verdes liderados por Annalena Baerbock (40 anos) obteve 14,8 % dos votos e 118 lugares no Bundestag, somando-se ainda com o partido Die Link (A Esquerda) que obteve 4,9 % do escrutínio e conquistou 39 assentos no hemiciclo, mesmo que não formem governo, a possibilidade de aprovar um governo social-democrata é grande.

Os Democratas Cristãos podem tentar um acordo com o FPD Partido Liberal Democrata que 11,5% e 92 cadeiras no Parlamento, e tentar também negociar com as Verdes tal como fez Merkel no passado, mas o mais certo, é que ao fim e ao cabo, tentem em primeira instância a negociação de um governo CDU/CSU - SPD, para depois ir então ao encontro de outras possibilidades incluindo a AfD da Direita mais conservadora.

A grande surpresa destas eleições foram, os votos dos mais jovens que não votaram na CDU, mas sim nos Verdes do Die Grüne e nos Liberais Democratas do  FDP.



O Sistema Eleitoral alemão

Na Alemanha, o voto é universal, direto e secreto, cada eleitor tem direito a dois votos, um voto numa lista à esquerda do boletim de voto, para eleger os deputados denominados por representantes constituintes, que em alemão diz-se de "wahlkreisabgeordneten"; podemos ver à direita a imagem de um boletim de voto alemão e vimos que está dividido em primeiro e segundo voto, sendo este último para eleger-se o partido. Cada um destes escrutínios conta como 50% cada para a formação do Bundestag, o Parlamento, ou seja, metade da camara baixa é formada por votos diretamente nas listas de deputados e a outra metade elege os deputados de forma a representar a votação meramente partidária.

Os deputados formam o Parlamento que é o Primeiro órgão de soberania do Estado Federado, cabe aos deputados legislarem, e entre outras funções a de eleger o Chefe do Estado, que é o Presidente da Alemanha. Ao Presidente, cabe nomear o governo após as eleições, ouvindo todas as forças políticas com assento parlamentar, quando para tal tenha maioria absoluta ou tenha realizado entendimentos para uma coligação que permita governar com estabilidade.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Estudo Sociológico Sobre as Diferentes Tendências Entre Gerações

E porque somos todos Contemporâneos, mas nem todos coetâneos, fora realizado em 2015 pela Nielsen Global um interessante estudo sociológico sobre as diferenças entre gerações.  O objetivo do estudo focava os hábitos de consumo, mas revelou aspectos importantes para se compreender as razões dos choques geracionais na sociedade de hoje e das preferências nos diferentes estilos de vida.

Seria importante realizar um novo estudo, mais abrangente sobre as gerações, que permitir-nos-á obter informações mais atualizadas para compreender não só os hábitos de consumo, mas também comportamentos sociais, tendências políticas e posicionamento perante as crenças religiosas, tanto das tradicionais como das novas tendências de espiritualidade emergente.

À exceção deste estudo e de outros, feitos por empresas de 'Sondagens' e 'Estudos de
Mercado', a maioria dos estudos sociológicos similares são realizados em pesquisas científicas, culminando em 'Teses' de doutoramento e 'Dissertações' de mestrado, que podem ser na maioria dos casos, acedidos em repositórios universitários online.

https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/geracao-z-tambem-pensa-em-casar/


 
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