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domingo, 18 de agosto de 2013

O 4º Poder e a Crise na Grande Imprensa I

A imprensa livre e tradicional, formada por gigantes da informação, está em crise, de tal modo que nos primeiros dias de agosto caíram três dos gigantes da informação estadunidense, os centenários The Boston Globe e o The Washington Post, este ultimo fundado em 1877, e muito famoso pelo escândalo do Watergate, que derrubou em 1974 o Presidente Richard Nixon, mas não é só nos diários que aconteceu iste fenómeno, também uma conceituada revista semanal de grande informação a Newsweek, e ao todo estes três grandes títulos, abalam o mundo da imprensa, lançando a duvida de como se desenvolverá a informação do futuro.

O que se vislumbra à primeira vista, é a crise da imprensa, que perdeu gradativamente terreno face a outros meios de informação, como a internet, em particular a busca dos leitores por novas formas de informação como o Tabletes ou os telemóveis (celulares) de ultima geração, no qual os leitores acedem ao portal de noticias e à informação de uma forma mais rápida, mais barata e também mais especializada em determinado tema, que no jornal de grande informação. Pelo que a crise na imprensa não é apenas de venda, sobretudo a venda de espaço publicitário que tem vindo a ser maior para o formato digital que o papel,  e a publicidade é o fundamental meio de financiamento da imprensa escrita, há que ter em conta que o mundo da informação é pautado pelo interesse do lucro, mas também da influencia sobre os consumidores e não menos sobre os eleitores.


Posto isto, a equação imediata é a do controlo da imprensa por grupos económicos, que à partida nada ou quase nada tem a ver com a imprensa, nomeadamente o empresário estadunidense que comprou o The Boston Globe é detentor de clubes desportivos nos EUA e no Reino Unido, a Newsweek, foi adquirida pelo grupo de edição digital a IBT Média, pelo que a revista será apenas editada no formato digital a partir de janeiro de 2014, a edição de papel terminará em dezembro do corrente ano, de forma semelhante o The Washington Post, foi adquirido pela Amazon, por 250 milhões de dólares  o que revela o interesse da edição digital como segmento de mercado, em detrimento da tradicional edição de papel, que marcou gerações inteiras, mas também que foi instrumento de exercício da cidadania e consciencialização em momentos cruciais da história do século XX, na nova imprensa que nasce, fragmentada e segmentada em especialização diversa, a verdadeira informação e a liberdade de expressão precisam ser discutidas, porque ficam mais longe do grande público que vai atrás da cantiga da sereia de uma época em que a cultura é massificada, fruto dos Media (rádio, TV, Imprensa escrita e digital) que são hoje grandes empresas que visam lucro, e que não deixarão de ser instrumento de interesses políticos e económicos. Resta-nos saber se ainda se poderá falar no 4º Poder.

É assustador estarmos perante a incógnita da informação do futuro, pois na realidade há uma luta pela manipulação das massas, nos anos 50, 60 e 70 a imprensa desempenhou um papel fulcral na consciencialização política e na consolidação da democracia, tal como ocorreu no Brasil e até em Portugal, hoje a imprensa dividiu-se em vários temas especializados e temáticos, dispersando a atenção dos problemas globais da população. É um novo mundo, um outro 




Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico
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Sobre o Autor

 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estagiário em Serviço Social, numa ONG, tendo se licenciado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa - ISCSP/UL, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do ideal humanista, edita ainda outros blogs, desde filosofia à teologia e apoio autodidático. (ver o Perfil)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bento XVI Renuncia e Abre Nova Era na Igreja

Após 6 anos e 10 meses de pontificado, Bento XVI renuncia ao papado, alegando a incompatibilidade do peso da idade, para o pleno exercício da Cadeira de São Pedro.

Passados mais de 600 anos da renuncia de um papa, com o Cisma Papal do Ocidente no Séc. XIV dividindo a Igreja entre o Papado de Roma e o Papado de Urbano VI em Roma e o Papado de Clement VII em Avignon, tendo sido por fim nomeado um terceiro  João XXIII (antipapa) para por termo ao conflito.

O que agora se passa é totalmente diferente, é uma Igreja no novo Século a tentar adaptar-se à realidade de mudanças rápidas e profundas que afetam, não só a sociedade, mas todo o mundo, da cultura religiosa à economia global, das dicotomias de um ocidente materialista e de uma cristandade em crise.

Bento XVI, numa atitude de coragem e de grande lucidez, anunciou que renuncia deixando o papado a dia 28 de fevereiro pelas 20h00 (hora local de Roma) em situação de "Sede Vacante" e será nomeado um conclave para a eleição papal. Mas deixa nas entrelinhas a necessidade de um Papa que possa ser capaz de conduzir com vigor e dinamismo os destinos da Igreja Católica em Roma e no Mundo.

Bento XVI, o Papa tímido, que não cativou as multidões como o seu antecessor, é no entanto um teólogo, cujo seu pensamento é profundo e avançado, e muito contribuiu para a reaproximação e reconciliação com o judaísmo, tendo sido o primeiro papa a pedir perdão oficialmente em nome de toda a Igreja pela inquisição e antissemitismo que o cristianismo no passado ajudou a propagar, e que tão sérias consequências ainda hoje persistem na mentalidade de muitos cristãos que desconhecem a origem judaica da Igreja de Jesus Cristo.


Este artigo respeita as normas do novo Acordo Ortográfico.
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Sobre o Autor

 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estudante de Serviço Social no  Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - ISCSP, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do humanismo, edita outros blogs, cujo teor vai da filosofia à teologia, passando pelo apoio ao estudo autodidático. (ver o Perfil  

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Músicas - Um Novo Tempo - Ivan Lins

Ivan Lins é um dos grandes músicos brasileiros, nascido em 1945 no Rio de Janeiro (então a Capital do Brasil) foi consagrado na época de ouro da MPB, um cantor e compositor (cantautor), cujas letras refletem bem a sua forma de pensar e sentir, tendo recebido influências do jazz, bossa nova. 
E que não morra nunca a esperança no coração dos povos!!!
Um Novo Tempo - Ivan Lins
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Para nos socorrer, para nos socorrer, para nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Para sobreviver, para sobreviver, para sobreviver.
Para que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Para nos socorrer, para nos socorrer, para nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Para sobreviver, para sobreviver, praa sobreviver.
Para que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Para nos socorrer, para nos socorrer, para nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça
Para sobreviver, para sobreviver, para sobreviver.
Para que nossa esperança seja mais que a vingança,
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cores para o Ano Novo

Os leitores deste blog, merecem bem mais que uma simples mensagem de Boas Festas, ou de uma foto no mural da nossa página no "Facebook" ou no "Twitter", os leitores merecem uma mensagem personalizada e sincera.
Eis aqui, bem ao jeito de "O Blog Humanista"  uma mensagem de um grande apreço por todos e de votos para um Ano Novo, diferente em todos os sentidos possíveis, nomeadamente no que se refere à Paz, à luta por um mundo melhor, que não podem parar de ser no fundo o nosso sonho, o nosso objetivo.
As Cores e os Sonhos
A todos, votos de,
Um Ano Novo cheio de cores.
Cores por fora, alegria.
Cores por dentro, felicidade.
Cores de todas as cores, igualdade.
Cores quentes, de amor.
O azul, da beleza.
O amarelo, da alegria.
O verde, da esperança.
Cor de laranja, o humanismo.
O Branco que não vê cores, a Paz.
E que nos olhos de todas as cores,
As sementes dos vossos projetos,
Façam Nascer, árvores robustas,
Árvores perenes e coloridas,
Projetando-nos os símbolos.
dos nossos mais belos sonhos.

Feliz Ano Novo a Todos os Leitores.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A Presidente e a Revista do Brasil


Muito recentemente encontrei na internet uma revista mensal denominada "Revista do Brasil", que é vendida em bancas de jornais e distribuída através dos sindicatos de diversos setores da sociedade brasileira, desde indústria, à banca, passando pelo comércio, contando com a colaboração de um enorme equipa de sindicalistas, professores e intelectuais, com o objetivo de proporcionar ao cidadão comum, ao trabalhador assalariado, uma informação livre, com qualidade e sem meias verdades, é no meu entender um serviço público de grande qualidade e importância.
O Projeto que tem no fundo um cariz humanista, com o intuito de humanizar o acesso da informação a toda a classe trabalhadora, e com isso proporcionar consciencialização, iniciou em 2006 e não para de crescer e fazer cada vez mais simpatizantes, em todo o Brasil e através da internet com um portal, e das redes sociais (facebook, orkut e twitter) atingiu público além fronteiras, nomeadamente no mundo da lusofonia; O projeto desenvolveu-se a partir do "Jornal Brasil Atual" e agora além da revista mensal, do jornal e da Editora Atitude, tem também um espaço radiofónico homónimo do jornal, através da "Rádio Terra FM".
A linha editorial do projeto é progressista, e tem uma linguagem acessível, usando por vezes neologismos, no entanto há um que me custa aceitar, e decidi escrever para os redatores, como que a solicitar que tomassem em linha de conta que para a "Presidente" Dilma Roussef, não fosse utilizado o termo "a Presidenta", primeiramente porque eu acho com toda a sinceridade que se de facto o que conta é a conquista plena das mulheres em termos de igualdade de género, o termo "Presidente" que é neutro serve muito mais para isso do que o neologismo "Presidenta", que acaba por criar em termos linguísticos um preconceito de género ao não haver o termo "Presidento" a forma masculina de uma palavra feminina.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Israel x Palestina - A Díficil Equação da Paz I

Sendo humanista e defensor da Não-Violência Ativa, como modo de vida pessoal, preconizo o diálogo na construção da paz, como meio de se resolverem quaisquer conflitos armados ou não, e defendendo os direitos humanos acima de tudo.
Tenho observado no entanto, há já algum tempo, que há acontecimentos e factos que são julgados sob dois pesos e duas medidas, ou melhor são difundidos sob prismas diferentes e obviamente tendenciosos, com o intuito de formar uma opinião pública favorável aos seus interesses, e precisamente, um desses casos é o conflito no Médio Oriente, que opõe Palestinianos e Israelitas, e espanta-me ser tão levianamente julgado, na exata medida da ignorância daquele que julga, sem conhecer os antecedentes históricos do denvolvimento do conflito, quer de aspectos como o espaço geográfico e a conjuntura da época, quer de outros aspectos que nos escapam à primeira vista; E digo leviano porque suscita maiores paixões este caso do que quaisquer outros conflitos separatistas e sangrentos, como são os conflitos do Curdistão, do Saara Ocidental, do Tibet, do Darfur, da Chechénia, da Abcásia ou da Ossétia do Sul entre outros, ou ainda conflitos internos, como os da Síria, locais em que se dá a morte de milhares de pessoas e um grave e notório desprezo pelos Direitos Humanos, muitas vezes sob o silêncio da comunidade internacional e sobretudo da grande imprensa, porque então é que a Palestina e Israel chamam mais atenção que todos os outros? a resposta é simples: porque trata-se de mera hipocrisia da comunidade internacional.
Mesmo o caso de Timor-Leste, estaria votado ao esquecimento, das milhares de timorenses que foram presos, torturados e mortos, sob o regime torcionário de Jacarta e do seu algoz o ditador Suharto, que silenciou a voz maubere com a conivência de grandes potencias internacionais, e se não fosse Portugal a insistir no caso do massacre de Santa Cruz o peso económico da Indonésia teria falado mais alto.
Voltando à questão do antijudaísmo, olhando atrás no tempo, observamos que o ódio antissemita, tantas vezes nutrido e incentivado quer pelos vários cleros cristãos, quer pelos diversos Estados em várias zonas da Europa e do mundo, fez levantar "A questão judaica", aliás titulo de uma obra do pensador Karl Marx, e podemos ainda ilustrar o preconceito antijudaico na Europa com o Caso Dreyfus, ocorrido em França, ou ainda com o que se passou com Aristides de Sousa Mendes, Consul de Portugal em Bordéus, ao tempo da II Guerra Mundial, e que salvou várias vidas humanas, concedendo vistos para a fuga de judeus, Salazar não o perdoo, castigou-o severamente, destituído do seu cargo e sem outros recursos, Aristides viveu num total ostracismo e morreu numa miséria absoluta. Porquê? Porque salvou milhares de famílias judias! se não fossem judeus talvez até fosse condecorado pelo regime salazarista.
Como resposta a um continuo e crescente antissemitismo, numa Europa em que o fascismo crescia a olhos vistos, acompanhado de um exacerbado nacionalismo político e religioso, levou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Arthur James Balfour a fazer uma declaração, que ficou conhecida na História como a Declaração de Balfour, a 2 de novembro de 1917, tratando-se de uma carta enviada a um banqueiro judeu, o Barão Rothschild, cujo nome era Lionel Walter Rothschild, e que estava envolvido no movimento sionista, iniciado por Theodor Herzl anos antes em Basileia na Suiça.
Carta essa, em que Balfour em nome do governo britânico está disposto a conceder o estabelecimento de um lar judeu na Palestina (então província do Império Otomano), caso a Inglaterra conseguisse derrotar e desmembrar o Império Otomano na I Guerra Mundial.
Primeiramente é preciso ter em conta que os palestinianos não se reviam no Império Otomano tal como outros árabes, ter em conta que nunca deixaram de haver judeus na Palestina, embora devido ao abandono crescente que os Otomanos impunham a essa província, e os impostos que os otomanos cobravam à população não muçulmana,  fazendo com que muitos judeus saíssem da Palestina, tendo havido no entanto comunidades judaicas que persistiam em viver na Terra Santa e que eram formadas por judeus naturais da Palestina os chamados Sabras.
Com o Movimento Sionista, imigram no fim do Século XIX, muitos judeus russos, polacos e de outros países da Europa do Leste, vitimas de Pogroms, iniciando a construção em 1906 de uma cidade totalmente judaica na Palestina "Tel Aviv", construída sob uma terra pantanosa que os otomanos venderam ao judeus, mas essa imigração aumenta com o inicio da II Guerra Mundial e com o fim do Holocausto, onde passaram a tentar imigrar vários sobreviventes judeus segundo autorização dada pelos britânicos, temos dessa altura o Caso do Navio Exodus, que chegou a buscar judeus refugiados na Ilha de Porto Santo em Portugal.
A Palestina nunca fora um país independente, e já na antiguidade o termo "Palestina" era aplicado a toda uma região onde existiam o Reino de Israel, Judá, de Edom, de Moab e outros povos como os nabateus e os filisteus, e é precisamente dos filisteus que nasce o termo grego "phalasti" que quer dizer "Falastina" ou terra dos filisteus (povo oriundo do mar Egeu a que os egípcios chamavam os povos do mar), que se situava onde é hoje a faixa de Gaza, tendo este território, vindo mais tarde a ser ocupado pelos árabes muçulmanos, no entanto sempre existiram populações autóctones de judeus, os chamados Sabras, muitos no entanto viam-se forçados a emigrar, devido à pobreza que era imposta pelo império otomano aos judeus,  através de avultados impostos ou ainda de segregação.
A ONU em 1947, defende (e a meu ver muito bem) que para estar de acordo com os direitos humanos, e especificamente o direito dos povos à autodeterminação, só seria possível se o povo judeu (que foi impedido da sua autodeterminação por aproximadamente 2000 anos), juntamente com  o povo palestiniano tivessem direito a formar os seus respetivos Estados, a Resolução 181 foi aprovada e fez-se a partilha territorial do que restava da Palestina, visto uma parte já estar à altura separada (Transjordânia) que veio a formar a atual Jordânia.
O grande opositor do direto dos israelitas à sua autodeterminação, foi o líder religioso ultra radical o Mufti de Jerusalém Mohammad Al-Husayni, que chegou a fazer aliança com os nazistas para o impedimento de um Estado judeu na Palestina, em 1947 defendeu que os palestinianos não reconhecessem o seu próprio Estado recém criado, e reivindicassem todos os territórios atributos a Israel. quando este ultimo declara a independência, Ben Gurion líder do MAPAI Partidos dos Trabalhadores, estendeu a mão ao povo irmão da Palestina, e apela para que ambos possam viverem em Paz na construção dos seus dois países, Ben Gurion defendeu ainda que tanto os palestinianos em Israel, como os judeus na Palestina, convivessem pacificamente em espítiro de colaboração, mas o que ele e os britânicos temiam aconteceu, No dia anterior à Retirada da Grã-Bretanha do Território, e para que não caísse o poder no vazio, Israel declara a Independência, a 14 de maio de 1948, tal como previsto pela resolução 181, sendo que os palestinianos não criaram o seu próprio Estado, e no dia 15 de maio, Israel é atacado por 5 exércitos da Liga Árabe, a Síria, a Jordânia, o Líbano o Egito e o Iraque, com o intuito de destruir à nascença o Estado Judaico e de expulsar os israelitas.
O rescaldo dessa iniciativa da Liga Árabe foi muito prejudicial para os palestinianos, pois foi feita a anexação de partes da Palestina pela Jordânia e Egito, tendo ainda centenas de milhares de refugiados palestinianos que viver em países árabes, os palestinianos foram tratados pelos vizinhos árabes, em alguns casos como meros estrangeiros e não como árabes, sofrendo segregação, tendo ocorrido inclusive na Jordânia o massacre que é conhecido por setembro negro, em que tropas jordanianas entraram em confronto com refugiados palestinianos e com a OLP que estava estacionada no seu país, confronto esse que durou 10 dias, onde morreram cerca de 3500 palestinianos, e os restantes fugiram ou foram expulsos.
Desde 1948, o conflito teve uma escalada crescente, levando à criação da OLP Organização para a Libertação da Palestina liderada por Yasser Arafat, que mais tarde reconheceu o  direito de Israel à sua autodeterminação, e renunciou à luta armada.
Atualmente a Autoridade Palestiniana, está dividida, desde a guerra civil que ocorreu em 2007 na Faixa de Gaza, e que opôs o grupo extremista Hammas ao moderado Al-Fatah de Mahmoud Abbas, e é visivel o franco progresso da Cisjordânia face à Faixa de Gaza.
O impressionante é que o foco de atenção que a imprensa internacional dá neste conflito, virando-se exclusivamente para Israel, quando este ataca é tido apenas como ocupante e agressor, não tendo em conta os ataques do Hammas durante 3 dias com 766 rockets,  lançados a partir de zonas residenciais contra civis israelitas, não terão as autoridades de Israel o dever moral de defender a sua população e de se defender de atos terroristas, que em nada contribuem para a paz? será que a Imprensa internacional não leva em conta o direito de idosos, mulheres e crianças entrarem num autocarro (onibos) sem que sejam mortos por bombistas-suicidas? a imprensa que condeno é a grande imprensa, das TV's que vendem reality shows, e impõe produtos de consumo, com um intuito de alienar e de não informar os seus telespectadores acerca do que deveras deve ser informado, ou ainda os jornais sensacionalistas e baratos que só vendem o ódio e o sangue como notícia de capa, onde está uma grande imprensa que informe e forme uma opinião pública, sobre os auspícios da verdade dos factos? que promova a paz, que nos livre dos ódios muitas vezes gratuitos, é que as populações requerem ser educadas e ensinadas para tal, pois as massas limitam-se a pensar conforme o sistema assim impõe, aprendem o ódio, e o ódio não é o caminho para a paz, o caminho é estarmos informados, nem que seja por vias alternativas, o caminho é a conciliação de esforços, para uma imprensa livre e coerente, o caminho passa pela Independência da Palestina sim, mas sem o terrorismo do "Hammas", sem as mentiras de uma grande parte da imprensa, pois ambos os povos têm direito a viver com dignidade, com liberdade de expressão e de informação, ou não terão os judeus direito a ter o seu próprio país? ainda há pessoas com uma mentalidade preconceituosa e sobretudo antissemita.  Urge fazer do foco de notícias, apenas os esforços para a paz, de forma meramente informativa e não tendenciosa.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Sonho de uma Catalunha Livre

Foto de J. Lodewick de 14 de Abril de 2004
A crise financeira e económica da Europa, que como efeito dominó tem vindo a fazer cair país após país, fez também cair a Espanha numa situação de crise económica e financeira, após Portugal, Grécia e Irlanda, outros balançam ainda sem saber se caem ou não, com é o caso da França e da Itália, e até na poderosa Alemanha já se fala em recessão.

O mais impressionante, não é a crise que se instala em Espanha, ou saber se pedirá ou não resgate para salvaguardar a sua economia, o que chama atenção da opinião pública internacional, é o acirrar de velhos sonhos de separatismo, que poderão criar uma secessão no reino de Juan Carlos I, tendo já à vista as eleições parlamentares antecipadas da Catalunha para 25 de novembro (no próximo domingo) após a dissolução do Parlamento Catalão pelo Presidente Artur Mas, tendo como pano de fundo, fazer surgir o projeto do referendo para a Independência da Catalunha e a criação de um novo Estado Soberano na Europa, deve-se ter em conta que os Catalães não se sentem espanhóis, e que já foram um país independente até 1714 quando foram conquistados e ocupados pelos castelhanos (vulgo espanhóis) agora passados quase 300 anos a Catalunha prepara-se para o referendo e a independência em 2014.

Esta surpreendente reviravolta política não está só a dividir a Catalunha entre os que são a favor e contra a independência, está também a dividir a Espanha, sobretudo a partir das outras comunidades cujo anseio de Independência não é menor, é o caso dos Bascos e dos Galegos, e sente-se sobremaneira este forte sentimento de separatismo, devido aos dias de crise e austeridade que assolam toda a península Ibérica e cujo fim não se vislumbra e ainda é incerto.
O cenário político é complicado, não está definido e nem decidido, há que esperar pelos resultados e ver quantos "escaños" (assentos parlamentares) terá cada partido, e o que se jogará verdadeiramente no xadrez político que poderá influenciar outras partes da Europa, como a Escócia face ao Reino Unido, mas que  no planto interno influenciará muito no sentido que a Catalunha é hoje a região mais desenvolvida e rica de toda a Espanha.

O slogan em de campanha da CiU - Convergència i Unió, é precisamente "A Vontat Dun Poble" em português: A Vontade de Um Povo), tendo como principal protagonista o Lider e Presidente Regional, Artur Mas. A ERC - Esquerra Republicana de Catalunya é outro dos partidos independentistas, cujo slogan no idioma catalão é: "Um Nou País Per a Tothom" ou seja "Um país novo para todos".

Resta-nos esperar para ver o que se sucederá, as sondagens dão a vitória à CiU, mas ainda sem maioria absoluta, a ERC poderá ter um papel decisivo neste espectro político, aliando-se a Artur Mas pela independência, falta saber o peso final que terão obtido no novo parlamento o PSC/PSOE - Partit dels Socialistes de Catalunya que propões uma alternativa federalista, ou ainda o PP de Mariano Rajoy cuja posição é sobejamente conhecida de toda a opinião pública.  


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Obama - O Mal Menor Venceu as Eleições

A vitória de Obama, representa não a conquista de um projeto, mas fundamentalmente a vitória do mal menor, não tendo suscitado a esperança de mudança que tinha feito surgir dentro e fora dos Estados Unidos da América em 2008, tendo essa esperança dado lugar a uma mera tática de voto, cujo objetivo era evitar uma nova aventura belicista no desconhecido de Romeney, no ano em que Obama fora eleito pela primeira vez, foi precisamente o ano em que rebentou a crise económica e financeira do Subprime, que com efeito devastador alastrou-se por todo o mundo, tendo sido na Europa do Euro, que fez maiores estragos, e ainda não se sabe que consequências  trará para o futuro próximo. Mas a vitória de Obama no plano externo é mais da contenção de políticas belicistas, que aliás são da predileção dos republicanos, e nesse sentido, bem como no excesso de conservadorismo político de Mitt Romney, levaram a que dos males, fosse o menor a vencer as eleições, assim foi e Obama está reeleito.
No entanto não se esperam tempos fáceis, à crises politicas e militares que teimam em persistir e que ameaçam o equilíbrio do Médio Oriente, é o caso da Síria, com a chacina de Bashar Al-Assad, é o caso do Hammas da Palestina, que teima em impedir o processo de paz com Israel, tendo inclusive bombardeado com mais de 700 rockets várias áreas de Israel, provocando e desafiando Israel para uma nova ofensiva militar que não tardou em ter resposta.


Este artigo respeita as normas do novo Acordo Ortográfico.


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O "Beija Mão" ainda existe!


As antigas cerimónias de protocolo em que os súbditos beijavam a mão de sua majestade o rei, a rainha e a família real, prestando-lhes vassalagem,  acabou oficialmente há precisamente 154 anos no ano de 1858, e manteve-se na igreja com  os fieis a beijar os anéis do bispo ou do cardeal.
Facto curioso da história de Portugal foi o Rei D. Pedro I, que levantou do túmulo os restos mortais de sua amada D. Inês de Castro, levou-a para o palácio e pôs toda a corte a prestar-lhe vassalagem, beijando a mão da "Rainha Morta".
Olhando bem para o hábito na monarquia, nota-se que no fundo traduzia-se em troca de favores, de culto da personalidade e de um hábito que derivava do feudalismo, acabado na monarquia, manteve-se vivo na área eclesiástica, sendo os fiéis a prestar vassalagem ao beijar o anel pastoral e ajoelharem-se perante o bispo ou o cardeal.
Costume que simbolicamente passou para a República e manteve-se no Estado novo, sendo nos ditados populares, o beija-mão representa o político ou empresário interesseiro, oportunista que tenta cativar as atenções dos governantes com o intuito de ver realizados os seus interesses pessoais (aplica-se também a grupos económicos quer nacionais quer estrangeiros).
O pós 25 de Abril, não está livre da figura do "Beija-mão", que não só, não acabou como se intensificou com a entrada do país na CEE e na busca desenfreada de fundos comunitários, que vieram aos milhões, mas que não enriqueceram o povo português.
No entanto o "Beija-mão" da linguagem popular, que tanto se refere à busca de interesses pessoais, sem falar noutras práticas correlacionadas, esse sim deve se extirpar, a bem do desenvolvimento de um país com mais ordem, mais progresso e menos mediocridade política.
O aceitável embora já muito demodê, é o hábito de beijar a mão, como sinal de amor e respeito por pessoas da família ou o beijar a mão de uma mulher de quem se está enamorado, que é aliás muito antigo, há relatos que já havia esse costume na Grécia antiga e no Império Romano.



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas os.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Os Mapas da Discórdia - Divisão Administrativa

Não é de hoje que Portugal necessita de redesenhar o seu território, de modo a partir dessa divisão criarem-se e desenvolverem-se políticas setoriais e administrativas.

No entanto, e passados séculos e tentativas várias, o resultado final tem sido sempre o mesmo, a incongruência das propostas e a nulidade do processo de regionalização, tudo isto à guisa de se defender que Portugal é uma nesga de terra, tão pequena que não vale a pena dividir os portugueses, no entanto as razões ainda que culturais ultrapassam a simplicidade das palavras dos que se opõe ao mapa administrativo.

Portugal foi no passado dividido em Comarcas, que estavam sujeitas à divisão judicial, as comarcas eram subdivididas em Concelhos ligados à divisão política, e estes por sua vez estavam ligados à divisão eclesiástica, dividindo-se em freguesias, cada uma freguesia correspondia a uma igreja, onde se ministravam os batizados, casamentos e óbitos, e os respectivos registos. Mais tarde as comarcas receberam o nome de Províncias, eram seis, Douro e Minho, Trás-os-montes, Beira, Estremadura, Alentejo e Algarve; esta divisão durou do século XV ao Século XVII, quando as comarcas passaram a ser a subdivisão das províncias, mantendo o seu vinculo judicial.

Após a Revolução Liberal de 1832, e a constituição que nasceu dessa revolução, o país sentiu necessidade de reorganizar o seu mapa administrativo, tendo surgido várias propostas, em diferentes épocas. O mesmo surge com a implantação da República, pelo que os novos governantes burgueses e republicanos, aboliram as províncias (que se mantiveram na cultura popular) e adotaram os distritos (que eram os círculos eleitorais da monarquia como administração provisória.

O Derrube da I República e a instauração do Estado Novo, bem como a instalação da ditadura de António de Oliveira Salazar, fizeram esfriar os ânimos e as necessidades de se encontrar um mapa administrativo. Tendo sido proposto mais tarde pelo Presidente do Concelho Marcello Caetano, que defendia uma nova divisão administrativa tendo em conta a geografia humana.

Uma vez deposto o regime de Marcello Caetano, só se voltou a falar de regionalização em 1979, quando foi votado no Parlamento as propostas, era então o governo da AD, e o país é dividido experimentalmente em 5 Regiões, mantendo-se os distritos e os seus governadores nomeados por Lisboa.

Na revisão constitucional de 1998, os distritos são extintos, mantendo-se provisoriamente, e são criadas as Regiões Administrativas, tendo sido feito posteriormente o referendo sobre as Regiões, que foi recusado pela maioria dos eleitores, e assim Portugal ficou num impasse sem Regiões, sem Distritos cujos cargos de governadores civis foram extintos em 2011, e assim acentua-se o atraso de um país que não divide para melhor governar, mas divide os portugueses para melhor reinar.

Sabe-se contudo, que os países mais atrasados da Europa, são precisamente os que não têm divisões administrativas, que permitam o desenvolvimento e a justiça social de modo equitativo para as suas diferentes regiões e populações. Espero que talvez no Século XXII as coisas mudem um pouco em Portugal.






Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas os.

 
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