Das visitas que teimosamente faço às redes sociais, sendo esse espaço cibernético hoje
o que os cafés o foram no passado recente, e isso faz-me nunca deixar de
passear por esses caminhos em busca de tertúlias on-line, onde encontro temas
para o blog, no que me deparei há dias no facebook, com um comentário bastante
pertinente de uma querida amiga, que dizia o seguinte: Que há pessoas que
pensão que para se darem ao respeito, devem ser pessoas sisudas, sérias,
distantes e impenetráveis, pelo que afirmou, que o que é preciso é o contrário,
ou seja dá-se ao respeito "todo aquele
que candidamente é quem é e respeita aquilo que os outros são" tal
como popularmente se diz "vive
e deixa viver", acrescentei eu.
Pois eu cá penso do mesmo modo, dá-se ao respeito sendo quem se é e
aceitando o próximo em toda a sua a personalidade, ou dignidade de ser quem é e
como é. Há que sermos flexíveis e não os duros da história, e isso
fez-me lembrar algo muito interessante, a razão de nascer de uma arte marcial,
o judo. Certa vez, um monge budista ao observar a neve que se acumulava nas
folhas e galhos das árvores, reparou que quando os galhos estavam muito
carregados cediam com a sua flexibilidade e a neve caia, evitando que se
partisse, voltando assim à sua posição normal. Do mesmo modo devemos fazer nós
na vida a flexibilidade vai mais a nosso favor que a favor do nosso inimigo ou
adversário, pois tirando partido da força que dele emana e que não espera, se
nos empurrarem nos os puxamos, se nos puxarem nós os empurramos e nos
defendemos e os vencemos sem os agredir. Gostei muito desta filosofia budista.
De outro modo, ser flexível nos relacionamentos, respeitar os
outros e nos darmos ao respeito, em nada nos impede de escrever sobre
nós próprios publicamente nas redes sociais, não é de modo algum redutor,
devemos também, saber ensinar os outros utentes dessas redes, a usarem de modo
responsável, lógico e racional esse instrumento e mecanismo, fazendo ver que o
seu bom uso é aliás, um modo bastante adequado de se desenvolverem contactos,
onde podemos afastar os que não nos merecem e aproximarmo-nos de todos aqueles
com quem reciprocamente nos identificamos, estreitando laços por vezes
interessantes e bastante pertinentes para os nossos estudos e a nossa atividade
profissional, creio que é uma forma de se ir descobrindo nas redes pessoas
semelhantes, com ideais parecidas, é um meio de partilhar, de aprender e um
modo de dar sentido à vida e aos nossos projetos.
Os que não compreendem, ou que connosco não se identificam, tem
toda a liberdade de seguir o seu caminho e a obrigação de nos deixarem ser
livres nas redes sociais, que o somos de forma correta, responsável,
honesta e de modo pertinente voltada para interesses reais de
pessoas e grupos, seja
no facebook, orkut, LinkedIn, twitter, e qualquer outro.
E deveras tenho a ideia de que tudo isto que referi, só será possível
plenamente, num espírito de verdade, respeito e transparência, que de outro
modo as simulações os tolheriam e nunca seriam eles mesmos quem pretendiam
alguma vez ser.
Penso que como de uma minúscula semente de mostarda, que faz nascer um
arbusto enorme, assim também é a amizade, qual ouro escondido e mais valioso
que temos de saber preservar com o carinho e respeito necessários. Inclusive as
amizades presentes nas redes sociais.
Autor Filipe de Freitas Leal
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