Ainda
agora começou o ano, e o balanço do que ficou para trás, talvez
tenha de ser feito agora, não é porque se mudou de ano, que a crise
ou os problemas acabam como é óbvio, mas há é que aproveitar o
ânimo, para lançar sobre eles um novo olhar, ainda que possamos
pouco, temos que ter uma posição, uma clara consciência, de que o
que está a acontecer e o que está para vir, de um modo ou
de outro, afeta-nos, não apenas nas questões políticas, ou
económicas, mas até no modo como temos vindo todos até aqui, a
viver como se amanhã fosse mais do mesmo de hoje, e ainda bem que
não é, por um lado, infelizmente por outro.
O mundo está em mudanças constantes, há conflitos de interesses em várias partes do globo e em vários setores da sociedade, de um lado os que defendem com unhas e dentes o status quo, do outro os que sabem que uma reforma é inevitável para manter o mínimo possível um sistema capitalista, mesmo que moribundo, e há os que preconizam uma nova ordem, nos moldes de um novo humanismo, para uma sociedade sustentável, de cidadania ativa e de uma plena democracia participativa.
Ainda
hoje, uma pessoa amiga comentava no facebook que dão-se mais
likes/gostos a uma jovem decotada, que a uma imagem de solidariedade
a uma menina com cancro, e deveras assim é.
Infelizmente,
o mundo em que vivemos, valoriza mais as pessoas, pela sua aparência,
pelos seu status social, por exemplo, se uma pessoa pobre diz
uma verdade é vexado, se uma pessoa rica diz uma barbaridade, todos
acham um grande discurso e até dão-se salvas de palmas, os valores
esses, estão todos trocados na sociedade em que vivemos. É deveras
o retrato de uma sociedade capitalista.
No
entanto, o capitalismo tem os dias contados, está a cair de podre
por todo o lado, há que ter noção disso, e preparamo-nos par uma
CIDADANIA ATIVA, pois um novo paradigma está a nascer lentamente dos
escombros deste sistema desumano.
Demora
ainda, claro que demora, pois o sistema vendo-se atingido por
sua própria causa (como aliás previra Karl Marx na sua obra,
"O Capital", faz com que esteja a apertar o cerco, com
o recuo das conquistas sociais, do pós-guerra como
o Welfare State europeu, que está a cair como efeito dominó,
conquista atrás de conquista, com o intuito de travar a crise e
manter a sustentabilidade do sistema, mudando o paradigma da
igualdade para a equidade, se fosse só isso talvez fosse discutível,
mas não para por aqui e o que está por trás é muito obscuro. A
crise económica dá lugar a políticas de intimidação e
fragilização dos trabalhadores assalariados, afetando toda a
sociedade pelo medo, pela insegurança e pela instabilidade, isso não
impede a decadência de um sistema que está podre, e até o
planeta, se ressente do sistema que tem vindo a destruir os recursos
naturais de uma forma irresponsável e irremediável. Basta lembras
George W. Bush e o fim do tratado de Quioto.A Revolta dos Indignados globalizou-se |
Por
todo o mundo, os povos queixam-se do mesmo, chama-se a isto,
GLOBALIZAÇÃO, ou seja estamos todos no mesmo barco, a luta é de
todos, mas não é uma luta de armas, e sim uma luta de mentalidades,
há que tomar consciência do seu valor como SER HUMANO, dos Direitos
Humanos e a Dignidade a que todos têm direito, os humanos, os
animais e até o Eco-Sistema, todos somos um só; Há que nascer uma
nova consciência, um novo DESPERTAR de mentalidades, é com isso e o
assumir da nossa identidade, que nos libertaremos, temos de pensar
mais longe, temos de pensar num mundo para os netos e bisnetos, não
um mundo para agora. Não um mundo dividido em raças, credos, cores,
géneros, étnicas ou gerações; Todos somo UM!
E
como aliados, o capitalismo conta com as atitudes individualistas,
consumistas, ignorantes e fanáticas, e com a injustiça social
(disfarçada claro) pois enquanto um trabalhador ganha pouco, só se
preocupa com o pão de cada dia, não com a sociedade em que vive, o
trabalhador é pago muito abaixo daquilo que deveras produz para a
sociedade, visto a disparidade do que ganha face ao lucro que produz.
Há que ter em conta que há países em que um ordenado mínimo, não
garante o mínimo necessário à sobrevivência.
Nem
é preciso ser-se idiota, o sistema mantém-se com os políticos que
se auto promovem pela corrupção, pelo conluio, pelo engenho e
esperteza que a ganância exige de uma escumalha nojenta que por
vezes, faz-se passar pelo que deveras não é, governando-se mais a
si e aos seus que ao país e às gerações futuras, há ainda o
futebol, as telenovelas, e o restante tele lixo, no cinema os filmes
muito ao jeito de "american way life" que são na realidade
um "capitalist way of life", até mesmo a religião serve
para alienar as populações quando o fanatismo se estabelece no
lugar de D-us ou do próximo, hora tudo isto destrói a identidade e
a consciência das pessoas, levando-as a um mero mimetismo e
individualismo exacerbados.
Este fenómeno é igual em toda a parte, desiludam-se que em determinado país, há o eldorado, que há a justiça social plena, claro que há uns locais piores que outros em termos de desenvolvimento, mas em todos se praticam os exageros, a injustiça e todos os demais males vindos de um sistema que estando podre, faz as dores do povo de hoje, ser as dores do estertor do capitalismo. O seu fim é certo, o seu espaço terá de ser ocupado por um novo sistema, de preferência mais justo, mais sustentável e sobretudo mais humano.
Este fenómeno é igual em toda a parte, desiludam-se que em determinado país, há o eldorado, que há a justiça social plena, claro que há uns locais piores que outros em termos de desenvolvimento, mas em todos se praticam os exageros, a injustiça e todos os demais males vindos de um sistema que estando podre, faz as dores do povo de hoje, ser as dores do estertor do capitalismo. O seu fim é certo, o seu espaço terá de ser ocupado por um novo sistema, de preferência mais justo, mais sustentável e sobretudo mais humano.
Autor Filipe de Freitas Leal
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