Portugal perdeu um dos seus mais ilustres
cidadãos, trata-se do Professor José Hermano Saraiva (1919 - 2012), um dos grandes
Historiadores de Portugal, que soube levar ao grande público, o gosto pela
história e pela cultura do seu país, exerceu advocacia e também o ensino como
professor universitário no ISCSPU Instituto Superior de Ciências Sociais e
Política Ultramarina (atual ISCSP/UTL), além disso foi membro
da Academia das Ciências de Lisboa, foi embaixador no Brasil,
apresentador de Televisão, com programas de história e cultura de Portugal
desde 1972, na RTP Radiotelevisão Portuguesa, com programas como "O
tempo e a alma" (1972) "Horizontes da Memória"
(1996), "A alma e a gente" entre outros, da RTP, canal
2 (programação de maior incidência cultural).
Foi ele que fez tantos portugueses
aprenderam a gostar e respeitar, desde a sua infância, a história e cultura,
sendo um dos seus livros mais populares, "História Concisa de
Portugal" (1978) da Editora
Europa América e da já
célebre coleção Livros de Bolso que é ainda hoje um livro de
referência do grande público.
Hermano Saraiva foi também ministro da
educação e cultura de 1968 a
1970, no governo de Oliveira Salazar, e posteriormente de Marcello Caetano,
tendo sido no entanto afastado após a crise estudantil de 1969, que ocorreu com
protestos estudantis de abril até setembro desse ano, acompanhado de greves e
repressão por parte da polícia política, após o afastamento, José Hermano
Saraiva seria nomeado embaixador de Portugal no Brasil, cargo que ocupou até ao
25 de abril.
Hermano Saraiva, foi
sobretudo um homem que soube criar o seu espaço, e ser respeitado após a
revolução dos cravos de 25 de abril de 1974, devido ao seu grande valor
como pessoa e homem das letras e da cultura.
Recentemente chegou a
afirmar numa entrevista ao DN Diário de Notícias, "Penso que a morte não
será muito desagradável, a não ser que se sintam dores. A pessoa deixou de
sentir e, serenamente, entra no vago. De um modo geral, não tenho medo da
morte." Afirmou em outubro de 2011, quando do seu 92º aniversário.
Em "Horizontes da Memória" RTP 2.
Autor Filipe de Freitas Leal
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