domingo, 13 de setembro de 2020

10 Conselhos para Manter a Saúde Mental


Já diz a célebre frase latina, do tempo do Império Romano, “Mens sana in corpore sano” ou seja, mente sã em corpo são, por outras palavras é o modo de manter a mente sã para ter também uma óptima saúde física, e ao que parece é bem verdade. De facto, ter uma mente sã é uma necessidade cada vez mais premente nos dias actuais, as desordens mentais, entendidas como problemas psíquicos, advém do modo de vida a que somos submetidos ao longo do tempo, mas apesar da azafama da vida moderna, e do stress em tempos de pandemia, manter a mente sã não é nada impossível, ora vejamos abaixo alguns conselhos.
1 - Criar hábitos
A Rotina mói, mas sem ela, não conseguiríamos organizar o nosso tempo, e desfrutar do gozo de ter um dia bem-sucedido, o que significa que uma dose certa de rotina na nossa vida é também importante e até necessária, organize o dia na véspera, registe horas e agende tarefas para que se criem novos hábitos.
2 - Manter o pensamento positivo
Manter pensamentos positivos é um dos mecanismos mais importantes que temos ao nosso alcance, a mente quer ser alimentada com pensamentos construtivos e positivos, ainda que tenhamos um grande problema, o desespero por si só não resolve, aliás só piora, daí a importância de se pensar de forma positiva, que permite encontrar uma solução com a calma e o raciocínio necessários, no restante, é pensar positivamente na vida em si, a vida flui e pensar positivamente faz com que flua a nosso favor, para tal, rodeie-se de pessoas positivas e desfrute momentos prazerosos, ao ler livros agradáveis, filmes divertidos e faça também uma revisão de cada dia que passou, onde deverá anotar apenas os aspectos positivos do dia, pode fazer também uma lista do que conseguiu conquistar e evoluir no ultimo ano, se quiser pode alargar o tempo, e verá que há muitas conquistas a celebrar, veja-se como uma pessoa vitoriosa.
3 - Adaptar-se às mudanças
O mundo está em constante mudança, nós mesmos ao longo dos anos estamos diferentes, mais maduros, com outra química, e isso tem que ser visto com naturalidade e de forma positiva. Adaptação ao meio, impões conhecer e respeitar a cultura vigente, não significa que você terá que ser igual, mas que está capaz de aceitar e respeitar a mentalidade em voga; actualize-se em relação às novas tecnologias para manter-se em contacto.
4 - Alimentação saudável
A ligação que há entre o corpo e a mente, é mutua, se por um lado o pensamento positivo e a mente sã, ajudam-nos a manter o corpo saudável, o contrário também é bem verdade, daí a importância de uma dieta equilibrada, que deverá fazer para manter o seu peso ideal, mas também a sua mente desperta e activa. Procure informar-se de quais são os alimentos adequados à sua dieta e os que mais beneficiam a actividade cerebral, após isso faça uma lista e siga-a rigorosamente, este é um dos hábitos a criar, caso ainda não o tenha.
5 - Exercícios físicos e caminhadas
Mais uma vez, o corpo a potenciar uma mente sã, aqui através dos exercícios físicos, que poderá fazer em casa, ou num ginásio, todavia também poderá fazer num parque ou ainda complementar com caminhadas por lugares agradáveis aos fins de semana, ou durante alguns dias da semana em horas vagas. Os exercícios tonificam os músculos, aumentam a auto-estima e ajudam-nos a queimar calorias, mantendo o peso ideal, além disso, os exercícios auxiliam a oxigenação do cérebro, sobretudo os aeróbicos, ou as caminhadas e andar de bicicleta, mesmo que bicicleta estática em casa. Além disso os exercícios físicos que ajudam a oxigenar o cérebro ajudam a evitar em 50% o aparecimento de doenças cognitivas ou degenerativas como o Alzheimer.
6 - Ouvir música clássica
Ouvir música clássica é muito prazeroso, produz uma sensação de bem-estar e relaxamento, (para quem tem o hábito) mas ainda assim, para quem não tem o habito ou o gosto pela música clássica, é altura de pensar sobre isso, pois estudos científicos realizados em 2015 pela Universidade de Helsínquia, revelaram que a Música Clássica activa os genes envolvidos na sinapse, na aprendizagem, na memória e na produção de dopamina, e contribui para evitar o aparecimento de doenças degenerativas, ou seja é um ganho muito importante a nível mental e um acumulo de saúde. A música clássica é oriunda da Europa, mas não é por acaso que se popularizou a nível mundial e hoje é escutada e até 'cultivada' em todas as culturas ao redor do mundo.
7 - Hábitos de leitura
A leitura é um dos exercícios que mais beneficia a capacidade de raciocínio e mantém o cérebro activo, estimula a criatividade, desenvolve o senso critico, e permite ainda desenvolver a empatia, ou seja, é como fazermos ginástica, ler e reflectir no que se lê é uma actividade prazerosa e que garante-nos um grau de longevidade da nossa saúde mental. Faça uma lista do que gostaria de ler, mantenha sempre o foco em leituras que sejam agradáveis e positivas, para quem não tem o habito de ler todos os dias, eis mais uma oportunidade para um novo hábito.
8 - Aprender Línguas
Tal como a leitura, a aprendizagem de um novo idioma, é um exercício muito bom para manter a mente sã, é uma verdadeira ginástica para o cérebro, nos tempos actuais, e com o desenvolvimento tecnológico, aprender um idioma sozinho a partir de casa em frente ao computador é algo mais comum, cada vez mais, ouvimos falar de pessoa que após os 40 e 50 anos dedicam-se a estudar idiomas, alguns até mesmo depois de reformados ou aposentados, e porquê? Porque sentem-se bem, a conquista de aprender uma nova língua, gera um grau de satisfação imenso, óptimo para aumentar a auto-estima, mas também geram ainda mais, o aguçar da curiosidade de aprender mais e mais, os benefícios da aprendizagem de idiomas, estão focados na concentração, melhora ou mantém vivas as capacidades congénitas, evitando a senilidade, ajudam nas funções de linguagem, raciocínio e comunicação.
9 - Amizades e convívios
Manter as amizades e conviver é excelente, sobretudo, quando temos conteúdo para partilhar, os livros que lemos, as viagens que fizemos, as coisas novas que aprendemos, etc. O convívio e a manutenção das amizades são importantes para a nossa saúde mental, porque somos animais sociais, animais de convívio, não fomos feitos para estar sós, mas antes para sentirmo-nos úteis dentro de uma comunidade, e as amizades servem para manter esses laços humanos que nos são tão caros, sentir que temos alguém que nos escuta, sabermos ser também o ombro amigo de alguém é o que dá sentido à vida, mas para além do apoio em momentos difíceis, há a partilha dos momentos agradáveis que se passam juntos. Os momentos de convívio com amigos e familiares dão uma sensação de conforto e pertença e de segurança que são muito importantes para a psique.
10 - Ter um sono satisfatório
Depois de tudo, resta falar ainda, do descanso, que é importantíssimo para o nosso cérebro, é o sono, o descanso, não apenas do corpo, mas também, e sobretudo do cérebro.
Algumas pessoas, acordam com a sensação de que estão cansadas, como se não dormissem, isso revela que tiveram um mau sono, ou seja, o cérebro não descansou, e isso afeta enormemente a saúde e até o resultado das actividades do dia, parece que as coisas não correm bem, isto porque dormir pouco afecta o cérebro da mesma forma que o álcool; por outro lado, quando dormimos o suficiente (que varia de pessoa para pessoa) sentimos o corpo descansado, e a mente arejada para um novo dia, que a principio, nos correrá bem.
Por isso, é aconselhável manter o controle das horas dormidas, manter o hábito de horas certas para se deitar, e levantar, e não apenas porque tem que trabalhar no dia seguinte, mas que deverá ser um habito a manter, tanto para a saúde mental, como física, e verá os benefícios do descanso no bom funcionamento do seu cérebro, como a memória, o raciocínio e até mesmo do bom funcionamento do metabolismo.

Autor Filipe de Freitas Leal

Web Hits Leituras - contador de visitas

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O Que São as NUTS?

NUTS é um acrónimo de Nomenclatura de Unidades Territoriais para fins Estatísticos, é um modelo de divisão territorial para fins estatísticos da União Europeia, que foi criado em 1970 pela então CEE Comunidade Económica Europeia para fins estatísticos e para a atribuição de subsídios para o desenvolvimento das regiões dos países membros da Europa comunitária.
Na maioria dos países essa divisão é feita aproveitando a divisão existente em  Províncias, Estados, Regiões Administrativas, no caso de Portugal havia os distritos que só têm finalidade eleitoral, tendo sido criada uma nova divisão territorial para os diferentes níveis de NUTS (I, II e III).

NUTS Por níveis 

A Nomenclatura de  Unidades Territoriais divide-se em três níveis, o primeiro NUTS I é composta por três unidades, por Portugal Continental e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira; a NUTS II, é composta por 7 regiões, sendo 5 no Continente, Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo e Algarve e mais as duas Regiões autónomas dos Açores e Madeira; Por fim, a NUTS III, é composta por 25 unidades territoriais, das quais 23 no Continente e as duas regiões autónomas já citadas acima.

UAL Unidades Administrativas Locais 

Além dos três níveis de NUTS há a divisão do poder local, denominada das Unidades Administrativas Locais, a UAL I é composta por 308 municípios, a UAL II, é a subdivisão dos municípios em Freguesias, sendo o total de 3091 unidades.


Autor Filipe de Freitas Leal


contador de visitas Contador de leituras - visualizações

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

sábado, 15 de agosto de 2020

Crise Demográfica - O Problema Europeu


A ascensão dos partidos de Extrema-direita na Europa e de sentimentos de xenofobia e racismo, têm vindo a recrudescer no seio da União Europeia, através de choque e confronto de culturas entre população autóctone e imigrante. Mas por outro lado, estão a ofuscar o verdadeiro problema que está por trás disso, a crise demográfica verificada com a queda de natalidade e as consequências que terá para o futuro da Europa.
Num estudo publicado pela Pordata, e realizado pela União Europeia, sobre o índice de fecundidade, efetuado entre os 27 Estados membros da UE, Portugal ficou em 20.ª posição com 1,4 filhos por mulher e a Alemanha em 13.ª com 1,6 filhos por mulher, esta queda de natalidade vem acentuando de forma acelerada o declínio da população, pela incapacidade de reposição da população autóctone. A Taxa de reposição populacional teria que ser no mínimo de 2,2 filhos por mulher, todavia, nenhum país da Europa tem este índice.
Os países que se encontram nos últimos lugares são Chipre, Itália, Espanha e Malta com 1,3 filhos por mulher. Ou seja, a incapacidade de a Europa repor a sua população autóctone é negativa, pelo que os Estados membros recorrem à Imigração de mão-de-obra estrangeira para poder repor o índice populacional e manter a dimensão da economia e a capacidade de consumo no mercado interno.
Os estudos Demográficos juntamente com estudos sociológicos, ajudam-nos a obter respostas para podermos compreender aspetos importantes na alteração da cultura e dos valores, bem como das relações sociais que surgem entre a população autóctone e a população imigrante, fazendo surgir mais questões, como:
1 - "Será que haverá uma simbiose de culturas, ou manter-se-ão separadas num "Melting Pot" típico de uma sociedade multicultural e multiétnica?
2 - "A cultura tradicional dos povos europeus conseguirá ceder lugar às tradições trazidas pelos imigrantes?
3 - "Visto que há uma séria crise demográfica denominada por "Envelhecimento Populacional", verificada no Topo da pirâmide pela longevidade da população adulta, e na  Base, pela redução da natalidade, resta saber quais as consequências para os Estados europeus devido ao declínio da sua população"?


Autor Filipe de Freitas Leal

contador de visitas Contador de leituras - visualizações

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Obrigado Vs. Gratidão - Qual o Termo Certo?

Está a verificar-se uma crescente moda de se dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado" ou "Agradecido"; mas afinal qual é a forma correcta?
É preciso conhecer antes de mais a origem etimológica das palavras e a sua semântica, ‘gratidão’ vem do Latim (gratitudo) e significa a virtude de ser grato, já a palavra ‘obrigado’ vem também do Latim (obligatius) e significa o sentimento de obrigação de reconhecimento e vínculo como agradecimento.
Assim, nota-se uma diferença enorme entre a palavra "Gratidão" e a palavra "Obrigado", ou "Agradecido", isto porque 'Gratidão' por si só, é um sentimento de satisfação perante um bem, um favor ou um serviço recebido de outrem, é também uma qualidade de carácter ou virtude; por outro lado, dizer "Obrigado(a)" ou "Agradecido(a)" é o gesto que reconhece e exterioriza esse sentimento de gratidão perante o outro.
Todavia, quando se diz apenas "Gratidão", não se está a especificar nada, nem o que agradecemos, nem a quem se destina esse sentimento, é algo vago, como uma comunicação Lacónica, ou seja incompleta.
Neste sentido, ao dizermos "Obrigado(a)" estamos a ter um gesto nobre e que implica um vinculo, não de divida como comummente se tem apregoado, mas sim um vínculo de amizade, de "reconhecimento" perante o gesto favorável que recebemos do outro.
Portanto, não devemos dizer "Gratidão", mas sim "Obrigado(a)" ou se preferir, basta dizer "Agradecido(a).
Podemos ilustrar em outros idiomas a diferença de dizer "Gratidão" em vez de "Obrigado(a)" ou "Agradecido(a)", por exemplo no inglês seria Gratitude no lugar de 'Thank You', em espanhol será Gratitud em vez de 'Gracias', no italiano seria Gratitudine no lugar de 'Grazie', ou ainda, no francês usar o Reconnaissance substituindo 'Merci'. Ficou claro agora?
Não nos esqueçamos que o nosso idioma português tem 900 anos, é nosso direito conhece-lo, aprender o idioma e é a nossa obrigação fala-lo correctamente; por opção podemos estudar a origem etimológica das palavras e divulgar o uso correcto do idioma, e ainda, Conhecer o Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino, para não embarcarmos em modas linguísticas.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Não Deve Haver Rótulos para o Ódio


O Ódio é uma forma de loucura, tal como o Amor quando nos apaixonamos, a diferença é que o primeiro é a escuridão e mata, o segundo é a Luz e dá-nos vida. Não importa qual a razão que está patente no ódio, se é que poderá haver alguma razão lógica, (creio sinceramente, que não).
Também para amar, não há razões, e quando se ama, não se olha a quem, ama-se tão naturalmente como se respira. No entanto, ao contrário, o ódio não é algo natural na pessoa humana, não há razões naturais para o ódio, visto que é um produto, algo que se aprende, é ensinado e, em alguns casos, imposto. O ódio ofende, magoa, agride, fere e mata.  Não há rótulos nem categorias que o possam definir.
Se rotularmos o ódio-antissemita de Nazismo, então, qualquer ataque contra um judeu por alguém que não se entenda como neo-nazista, não poderia ser considerado um ato de antissemitismo; de igual modo, se rotularmos a violência doméstica como sendo apenas uma agressão praticada por um homem sobre uma mulher, então, não poderia ser considerada violência doméstica a agressão de uma mulher sobre uma criança ou de um homem adulto sobre um parente idoso, assim, toda a categorização leva-nos ao engano, seja por violência doméstica, seja por bullying na escola, seja por assédio moral no trabalho ou por qualquer outro tipo de violência de ódio. Somos educados a ver o próximo como o outro, como um adversário e não como um igual em direitos e dignidade.
Rotular a violência é um fenómeno moderno que está a levar à fuga da realidade que está por trás da própria violência e que conduz ao  ódio, não se trata de cor, credo, etnia, género, idade, classe social ou orientação sexual, trata-se de modelos sociais errados baseados na injustiça, na falta de oportunidades e de uma sociedade cujo modus vivendi é em si mesmo uma agressão, porque baseia-se na competitividade, no Mercado, no lucro e não na solidariedade humana.
Martin Luther King, ensinou-nos muito com esta frase que transcrevo aqui: "Eu decidi ficar com o amor, porque o ódio é um fardo muito grande para suportar", para finalizar, deixo aqui uma frase do Papa João XXIII, proferida durante o Concilio Vaticano II em favor do Ecumenismo e reconciliação entre os cristãos: "Aquilo que nos une é muito maior do que tudo o que nos separa".

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.



Salazar Morreu há 50 Anos


Fez hoje meio século que faleceu Salazar, o homem que governou Portugal em ditadura, e fundou um regime que leva o seu nome, o Salazarismo. Foi precisamente numa segunda-feira que faleceu,
todavia, quando da sua morte, Salazar já não era Presidente do Concelho, fazia então, dois anos que Marcello Caetano substituíra-o no cargo após o AVC que o fez cair de uma cadeira.
Mais quatro anos e caia também o Regime que fundara, o Estado Novo, que de tão velho, não teve forças nem balas para resistir aos cravos que numa manhã de primavera no mês de Abril, afastavam para sempre a imagem negativa que Portugal tinha pela ditadura, pelo atraso e pela Guerra Colonial.
António Oliveira Salazar, nasceu a 28 de abril de 1889, filho de agricultores pobres, conseguiu ser doutorado em Finanças pela Universidade de Coimbra, mais tarde torna-se Professor e chega ao governo da junta militar em 1928 como Ministro das Finanças, mais tarde, pede mais poder ao Presidente Carmona, que o nomeia Presidente do Concelho em 1930, em 1933 Salazar leva a referendo a nova constituição que aprovada por larga maioria cria o Estado Novo, regime ditatorial de cariz Nacionalista e de partido único, a UN União Nacional e apoiado nas forças armadas e na polícia política a PIDE. Salazar permaneceu no poder até à sua doença em 1968. Morreu em Lisboa na manhã de 27 de julho de 1970 e foi sepultado na sua terra natal em Santa Comba Dão, em campa rasa.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.


sábado, 27 de junho de 2020

O Vício do Crédito e o Custo do Dinheiro

O Termo Vício, vem do latim Vitium, significa defeito físico, falha ou deformação de caráter, trata-se de uma atitude transformada em prática corrente, que nos escapa aos fundamentos mais lógicos do raciocínio humano, pelo que, acaba-se por criar razões para manter o vício o mais presente possível.

Nem todos os vícios são necessariamente maus, alguns com o tempo passaram a ser tidos como hábitos, como o tabagismo, beber café, chá, internet, redes sociais, ou outros, alguns dos quais têm características endémicas, uma delas é o recurso ao crédito, há sociedades onde a vida económica está totalmente voltada para o uso e o abuso do recurso ao crédito, tanto para comprar casa e carro, como para comprar um aparelho de Televisão ou mesmo um par de sapatos, roupas, viagens, jantares, compras comuns de supermercado, e assim vai. No fim a fatura é amarga, pois acaba-se por pagar caro o que consumimos, em alguns casos, mais de três vezes o valor do que pedimos emprestado no crédito.

Em primeira análise, para que haja o recurso aos empréstimos através do crédito, por meio de cartões de crédito, crédito pessoal, parcelamento em prestações, cheques pré-datados ou outros modos ainda piores como a agiotagem; é importante que se tenha em conta que, isso implica na redução da poupança ou até mesmo na incapacidade de poupar, ou por outras palavras, resulta na maioria das vezes no sobre-endividamento, o que já de si é muito mau para as pessoas singulares e para as famílias, mas é bom para a Banca, pois o sistema bancário vive dos juros que fatura dos créditos, e em caso de insolvência dos tomadores de crédito (quem pediu emprestado), os credores (instituições de crédito) nunca saem a perder, porque acabam sempre por ficar com os bens dos credores ou os rendimentos de um fiador.

Em segunda análise, tendo em conta que as contas de poupança rendem juros para os investidores particulares, não são um negócio lucrativo para a banca; verifica-se que o sistema bancário investe no crédito. No mercado interno, quanto maior é o recurso ao crédito, tanto maior é a taxa de juros, pela lógica da procura e da oferta, ou seja, sendo o dinheiro um bem escasso, mais caro fica o valor do dinheiro, aumenta o custo de vida e gera a desvalorização do poder de compra, todo este sistema está montado frágilmente como um Castelo de Cartas que em caso de crise desmorona-se com o endividamento das empresas e famílias, mas sobrevive tenazmente com a poupança e a justa regulação da economia.

No entanto, para corrigir esta tendência, seria necessário que as pessoas passassem a recorrer à poupança como forma de atingir os seus objectivos, embora moroso, não é impossível, e assim, a queda da procura do crédito, iria gerar automaticamente uma baixa nas taxas de juros, incluindo no crédito à habitação, e os bancos para poderem se capitalizar e arrecadar dinheiro, teriam que passar a oferecer juros mais altos nas poupanças e mais baixos nos créditos essenciais, para assim, conseguir angariar novos clientes.


O que está por trás deste sistema viciante de recurso ao crédito é cultural (hábitos de consumo) e económico (sistema financeiro), pode-se também aferir por analogia, que está intimamente ligado à realização das necessidades humanas, tais como apresentadas na Pirâmide de Maslow, e obedecendo aos mecanismos do consumismo, que por sua vez, são promovidos por uma publicidade voraz, sendo necessário regular com urgência e vigiar com o máximo rigor, a natureza, os meios e a forma de veicular a propaganda.

Recentemente a Pandemia da Covid-19, provou-nos que o essencial não é o consumismo desenfreado, mas sim, uma economia natural, equilibrada e com justa distribuição da renda. Em vários lugares o confinamento trouxe benefícios incalculáveis ao meio ambiente, à comunidade e às famílias, dando a possibilidade de deslumbrarmos um futuro com um consumo adequado às necessidades e uma economia regulada pelo Estado, tendo como finalidade o bem comum, através de políticas económicas e financeiras com foco central nos interesses e necessidades da pessoa humana.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.



 
Projeto gráfico pela Free WordPress Themes | Tema desenvolvido por 'Lasantha' - 'Premium Blogger Themes' | GreenGeeks Review