Mais um
ano nasce, e recomeça, tal como os ciclos da vida, no qual os dias e as noites
repetem-se numa sucessão continua, serão mais 365 dias, de um ano que
denominamos de 2014, onde encontraremos certamente, dias de calor e frio, de
sol e chuva, por vezes tempestades, mas sempre infalivelmente virá a bonança.
E será
também certamente mais um ano de quatro estações desde já tão esperadas, como
as Primaveras muito amadas ou o verão tão desejado, passando pelo folhas
caducas e chuvas de outono, chegando à meta final do inverno, onde tornamos ao
principio com a conclusão de um ciclo. Será um ano em que nos próximos 365
dias, haverá risos e lágrimas, alegrias e tristezas, que tal como no ambiente,
se repetem cíclica e naturalmente na natureza humana, onde também veremos
chegar uns e partir outros.
E tudo
isso é natural, e sobrevirá tal como na natureza a bonança, no espírito humano.
E se os conflitos são inevitáveis, que se propicie então o diálogo, e sobretudo
a paz, mas não uma paz qualquer, e sim a que se instala no nosso coração face a
tudo o que nos cerca e tudo o que ocorre à nossa volta. Serão 365 dias, dos
quais não somos senhores, nem há bolas de cristal para saber se de facto será
tudo cor de rosa, ou às mil maravilhas como se deseja.
Face a
todas as circunstâncias naturais e humanas que cercam a nossa existência e
influenciam o nosso destino, este momento festivo deve ser um memorial da
esperança necessária, do reinicio onde tudo possa dar certo, e em que possa
haver paz, mais não seja dentro do coração humano face a nós mesmos aceitando
os nossos limites e falhas, e aceitando o outro, fundamentalmente o outro que
sofre, o que necessita, o que espera e desespera, num ano que particularmente
será diferente em 31 de dezembro e 1 de janeiro, mas que voltará a ser o mesmo
na ressaca do dia 2, em que acordaremos com a mesma crise económica europeia,
com a continuação da guerra na Síria, com o flagelo da discriminação, do
desemprego e de tantos outros ditos fenómenos, que só não vemos porque a
televisão tem mais opções de escolha que mostrar a verdade e clamar por
justiça, ou porque pura e simplesmente o rádio prefere tocar musicas de natal e
ano novo, ou porque já só se pensa no campeonato do mundo no Brasil, e deixamos
de olhar para fora nas ruas frias onde por debaixo de amontoados papelões
dormem abandonados alguns sem-abrigo, ou porque no fundo da rua escura, um
outro Ser-Humano cambaleia com uma garrafa de vodka na mão para esquecer das
agruras da vida, ou das oportunidades que os jovens não têm.
Então
face a isto, que os votos de Ano Novo, sejam acompanhados de votos de uma nova
vida, em que cada um de nós, na nossa simplicidade e dentro dos nosso limites
contribuamos, para que se siga à dor o gozo, ao choro o riso, e que possamos
promover fundamentalmente o bem estar onde trabalhamos, onde estudamos, onde
vivemos sós ou em família, e sobretudo para que acima de qualquer dissabor,
possamos enfrentar os problemas com paz, e paz face ao outro. Assim, o Ano Novo
terá sentido, embora cada um dê o seu sentido, ele será convergente e promotor
de 365 dias que valerão a pena tentar viver no seu melhor.
A Todos
desejo, os melhores 365 dias de um Ano Novo.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.