domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Revolta Popular no Mundo Árabe



Após décadas de estabilidade e de autoritarismo, explodiu no mundo árabe a partir da Tunísia a revolta popular dos povos árabes, que se insurgem contra os seus governante após decadas de ditadura incontestada pelas populações de então.
Os regimes que começam a ruir, eram até aqui aliados do mundo ocidental, à exceção da Líbia, mas que nos últimos tempos têm vindo a ter uma política de moderação face ao ocidente.
O que está em jogo afinal? é preciso voltar algumas décadas atrás e ver o que mudou nos países árabes, então vemos uma filosofia política pró-socialista de Abdel Nasser do Egito, que tinha uma política nacionalista pan-arabista e um modelo económico estatal, Nasser influenciou outros líderes tais como o antigo presidente Sírio Hafez Al-Hassad e Muamar Kadafi da Líbia, entre outros, para além disso o mundo estava dividido em dois blocos um capitalista e imperialista: Os EUA e a Europa Ocidental e do outro lado da "cortina de ferro"  tínhamos o mundo dito Socialista liderado pelo imperialismo da União Soviética, e consequentemente a "Guerra Fria" entre esses dois blocos politico-ideológicos.
O Mundo árabe por ser religioso e muçulmano, não queria o capitalismo ocidental nem a ditadura estalinista dos soviéticos ou maoista dos chineses, e menos ainda as consequências drásticas que foram os confrontos da guerra fria nas guerras da Coreia e do Vietname.
Mas o mundo mudou muito, o colonialismo acabou de vez quando da independência das colónias portuguesas em África após o fim do regime de Salazar e Caetano, acabou a União Soviética, a social democracia europeia cessou, o comunismo na China abriu-se ao sistema capitalista e as mudanças tecnológicas desde a informática à tv satélite e telefones celulares (telemóveis) colocaram todos os povos da terra no mundo da informação num simples toque de teclas, cliques ou zapings nas tv satélites e nos milhões de páginas web, logo o mundo árabe embora não deseje os defeitos do ocidente, deseja a sua liberdade e os benefícios da justiça social que no mundo árabe não há.
O que os povos árabes estão a ver, e os faz revoltarem-se é a mudança de direção política, o fim do pan-arabismo, o fim de uma economia estatizada, e sobretudo os seus lideres políticos aplicarem politicas económicas ultra liberais, enriquecendo a nata da sociedade mas deixando a maioria da população com baixos ordenados, alto índice de desemprego e ainda por cima sem liberdade política.
No entanto. é preciso cautela, para ver o que vai sair destas revoltas, pois é incerto em que mãos é que ficará o poder se os atuais governantes caírem, não é bom o mal de ninguém.
O ideal, para o ocidente e também para os países árabes é uma abertura política e um aumento da justiça social para se evitar males maiores e sobretudo que se mantenha a paz no mundo árabe.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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